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Holofote: Pedro Valério
por Louise Palma 09/12/2012
foto: Divulgalção
Pedro Valério pode ser um novato no universo da cenografia, mas sua estreia ficou longe dos espetáculos escolares de fim de ano ou da realização de um trabalho em um companhia pequena. Isso porque ele assina o cenário de Dzi Croquettes em Bandália, em cartaz no Rio de Janeiro até o dia 6 de janeiro. O musical comemora os 40 anos do grupo formado na década de 1970 que ficou conhecido por suas apresentações subversivas. Eram 13 homens vestidos de mulher, que usavam o palco para dançar, cantar e falar de liberdade em plena ditadura militar.

Ator por formação e inquieto por natureza, Pedro Valério é um dos Dzis desta montagem e acabou desenvolvendo o cenário dela. Ele conta que participou, ao lado de Ciro Barcellos - Dzi remanescente e diretor do espetáculo -, de uma homenagem ao grupo, realizada em 2011. Do grupo de cinco bailarinos que montou o número de dança para o evento, Valério ficou, segundo suas próprias palavras, "já encantado e envolvido pela alma 'croquetiana'". Durante a elaboração do novo espetáculo, o (então) ator apresentou um projeto de cenário para Barcellos, que aprovou. "Assim, virei o cenógrafo. Resumindo, o cenógrafo já existia, mas uma pessoa te dar uma possibilidade dessas é muito raro. Ainda mais para um jovem como eu, em um projeto tão grande e com esse nome", conta ele.

Sua primeira experiência desenvolvendo um "cenário" aconteceu aos 14 anos de idade, quando ele se deparou com o desafio de criar e executar o quarto de sua irmã caçula. Foi ali que ele jogou para a terceira dimensão o que já desenhava em blocos de papel Canson desde criança. "Foi o começo de uma forma de trabalho que adoto até hoje: pego um projeto do início ao fim. Gosto de botar a mão na massa. Acho que a ideia não pode ficar presa às ferramentas, mas o material e as ferramentas servirem ao propósito de dar forma, corpo, matéria e sensações ao que está na minha cabeça, platonicamente, é uma boa ideia", explica.

Na faculdade, Valério escolheu o curso de Desenho Industrial por acreditar que a profissão seria capaz de dar o retorno artístico que, aos 18 anos, ele queria e precisava. "Ledo engano. O ofício de designer era insuficiente para os meus anseios de artista ainda encubado."

Foi assim que ele acabou chegando ao teatro, onde consegue colocar em prática a sua inquietação artística. "Já fiz assistência de direção, coreografei, fiz muitas artes gráficas para espetáculos nos quais trabalhei. Em outros, fui apenas designer. Já produzi e fiz assistência de produção também. Foram essas experiências que me levaram a ter a segurança necessária para apresentar um projeto cenográfico ao Ciro Barcellos", afirma.

A experiência com o Dzi Croquettes foi de entrega. Sem patrocínio, Valério conseguiu apoio para produzir, segundo ele, "praticamente de graça o que hoje em dia está no palco do Teatro Leblon". Para o cenógrafo e ator, estar próximo de Ciro Barcellos o fez entender o que ele queria como idealizador do projeto e o que o próprio projeto precisava. "Quando as cabeças funcionam juntas, sem egos se batendo, é tudo muito mais fácil. Este projeto foi o encontro perfeito entre a ideia do diretor e o que o cenógrafo quer produzir."

Acreditando que "qualquer criação vem muito mais das suas experiências do que apenas de uma técnica adquirida", Valério segue inquieto por aí, e espalha sua arte seja no palco ou em casa, criando o quarto de sua filha que está para chegar.


Ping-Pong

Formação: Vida

Processo de Criação: Meu processo é criar um pequeno universo particular para cada projeto. Como se só existisse a verdade proposta por aquele espetáculo.

Intuição ou pesquisa: Depois do universo criado, fica mais fácil limitar a pesquisa apenas ao que seria possível e crível naquele ambiente

Influências: Tento criar um ambiente como novas influências a cada trabalho

Software que utiliza em seus projetos: Google sketchUp

Um cenógrafo: Clívia Cohen

Um diretor: Ciro Barcellos

Um iluminador: Aurélio de Simoni

Um projeto especial que tenha realizado: O quarto da minha filha

A melhor cenografia é aquela que...: não parece um cenário. É tão integrada àquela realidade proposta que o espectador se confunde.

O melhor e o pior da profissão: O melhor é ver o trabalho pronto e tangível. O pior é ver o trabalho pronto, tangível, mas inevitavelmente diferente, em algum aspecto, do que foi imaginado.

Planos para o futuro: Ter não duas carreiras, mas uma, de ator/cenógrafo, que me faça, lá na frente, olhar para trás e dizer que ainda tenho muito o que criar.

Sonho de consumo profissional: Segurança.

Dica para quem começa: Tente ao máximo não mudar sua ideia pela falta de material ou ferramenta. Mude o material, a ferramenta e, principalmente, suas formas de trabalho.
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