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Edição #150
janeiro de 2012
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Show: Paralelismo
Subtítulo: Iluminador do Restart mergulha em outros projetos durante turnê da banda
por Rodrigo Sabatinelli 26/01/2012
foto: Pablo Vaz
O iluminador Ricardo Silva, o Rico, tem encontrado - "sabe Deus como", segundo o próprio - espaço na agenda do grupo Restart, com o qual trabalha há quase dois anos, para realizar novos projetos. Dentre os mais recentes estão a criação do mapa de luz usado na gravação do primeiro DVD de Projota, um dos principais novos nomes do rap brasileiro, e a concepção cênica das apresentações da DJ Mayara Leme, revelação da noite brasileira, que tem tocado nos maiores night clubs do país, dentre eles o Club A, em São Paulo, onde é residente.

Cada um desses projetos, segundo o iluminador, tem diversas características particulares, que foram reveladas à Luz & Cena em um detalhado bate-papo. "O Projota é um rapper 'bombado' na internet - no Myspace, no Twitter - e seu DVD é reflexo desse sucesso, enquanto a Mayara é uma DJ que tem, além do talento da discotecagem, uma ligação forte com a cenografia", diz.

RIDER ENXUTO PARA DVD DE RAPPER

Convidado pela produtora de Projota, Gabriela Almeida, para criar o rider do DVD do rapper, Rico teve de correr contra o tempo. "O projeto foi concebido em apenas uma semana, pois já estávamos em cima da gravação do show", diz ele, que desenhou o mapa com base no espaço cênico da apresentação e criou as cenas tomando por base vídeos do artista disponíveis na internet e, claro, seus CDs.

Para iluminar a apresentação, o lighting designer utilizou um set enxuto, porém funcional. Foram, ao todo, seis elipsoidais Telem; 32 Par 64 F#5 com Gel 09/61; 14 lâmpadas LED, de 3 watts cada; 4 Fresneis 2000, também da Telem; 14 Giotto Spot 400; 16 Loco Light e 8 minibruts.

Como não havia cenário no palco, ele optou por montar uma estrutura com quatro "pirulitos" de box truss de 1 metro, com varas de ACL deitadas em cima destes boxes e minibruttes posicionados na frente, preenchendo, assim, o fundo da caixa cênica.

Dois praticáveis de 1,20 m foram posicionados em diagonal no palco para fugir do padrão. Um deles ficou próximo ao side fill direito, com uma altura de 40 cm na boca de cena, e o outro foi posicionado do lado oposto, entre o DJ e o side esquerdo.

Quatro moving lights foram colocados no chão para delinear a iluminação com os movings do teto, preenchendo, com isso, todo o cenário e colocando o artista em destaque no centro do palco.

"Os Giotto400, da SGM, caíram como uma luva no desenho de luz do DVD. Eles, que são conceituados por causa da durabilidade e da precisão que oferecem, atenderam perfeitamente às minhas necessidades. Aliás, nunca me deixaram na mão", conta Rico, que controlou tudo de uma Avolite Pearl 2004.

"É um console muito prático, que permite que eu aperfeiçoe um show mesmo que ele já esteja gravado. Um fato interessante é que, ao aprender a manusear um console Avolite, você conseguirá operar versões antigas ou atuais do console. Vejo isso como uma grande vantagem, pois nem sempre encontramos o console que pedimos para realizar os shows", elogia.

GRUPOS DE CORES DEFINEM CENAS DA APRESENTAÇÃO

No show do rapper, Rico procurou utilizar uma combinação de cores e desenhos que expressem os sentimentos "impressos" em cada uma de suas canções. Para isso, lançou mão de tons de branco e azul, que foram os principais, usados em boa parte das cenas, e magenta, âmbar e amarelo, cores tidas como "secundárias" na apresentação.

Em Chuva de Novembro, por exemplo, o iluminador apagou todas as luzes do palco e manteve somente um foco no guitarrista da banda Strike, André Maine, que participou da canção solando um violão. "A letra dessa música fala de um homem que quer estar ao lado da amada. Portanto, na hora do solo de violão, fiz um clima especial", diz.

Os efeitos promovidos na música despertaram, ainda nos ensaios que antecederam a apresentação, um grande interesse em Projota, que pediu a Rico que também dedicasse especial atenção à cena de Véia, outra de suas músicas. "Nela, utilizei as cores magenta e branco, e com o Projota em cima do praticável passei uma mensagem de saudade, ressaltando a emoção que ele transmitia ao público", descreve, arrancando elogios do próprio rapper.

"Eu, totalmente leigo no assunto, vi um novo mundo nascendo diante dos meus olhos. Tive toda a atenção do Rico, que não poupou esforços para me explicar sobre o funcionamento de tudo. Posso dizer que fiquei extremamente feliz com o resultado alcançado. A iluminação ficou espetacular", lembra Projota.

"Conseguimos, juntos, criar efeitos para cada momento do show, como em Chuva de Novembro, em que as luzes vão se acendendo aos poucos, e em Véia, que se inicia com um solo de luz em mim. Quando tudo se acende e podemos enxergar o público eletrizado, é o momento em que o poder da luz se revela. Como se coloríssemos um desenho que, até então, era preto e branco", reafirma ele.

Rico conta ainda que durante o show utilizou efeitos bem lentos de Gobo Rotate e poucos movimentos, complementados por ACLs e pelos minibruttes. Ele, que tem como preferência trabalhar com leques estáticos de luz para mostrar os desenhos no palco, teve que economizar ainda mais nos movimentos por conta da gravação. "Como se tratava de um DVD, segurei mais a mão. Com isso, as câmeras captaram melhor desenhos de luz criados especialmente para a apresentação", conclui. 

LIGHTING DESIGNER ASSINA CONCEPÇÃO PARA DJ PAULISTA

Acostumado a desenhar riders de shows para artistas como os já citados Restart e Projota, Rico também se aventurou recentemente nas pistas de dança ao criar a concepção cênica das apresentações da DJ Mayara Leme, uma grande novidade no que diz respeito a shows de música mecânica.

"Normalmente os DJs vão tocar nas casas noturnas e se preocupam somente em levar seus equipamentos de som, mas a Mayara queria algo diferente para a sua carreira e investiu pesado num projeto que vai muito além do simples fato de tocar", diz ele, que há um ano trabalha com a menina.

"O Rico é extremamente talentoso no que faz. Quando soube que ele trabalharia comigo, fiquei muito feliz, pois sabia que seria uma coisa nova para mim e também para a cena eletrônica. E eu vejo que dá cada vez mais resultado e a galera curte muito. Afinal de contas, a luz é sincronizada com as músicas e a apresentação se transforma em algo realmente diferente", observa a DJ.

De acordo com o iluminador, na "bagagem" de Mayara seguem, agora, além de pick-ups, mixers e laptops, equipamentos como quatro Elipsoidais Telem; 18 Par 64 F#5 com Gel 09/6108; Strobos 3000 Martin; 10 lâmpadas LED de 3 watts; 8 Giotto Spot 40008 Beam 300 DTS; 24 Loco Light; 8 minibruttes e uma máquina de fumaça Hazer HZ 500.
"Dois dos minibruttes são posicionados atrás dela, para fazer suas silhuetas. Outros dois ficam ao seu lado e fazem cenas de impacto, enquanto os quatro restantes cuidam da plateia e os movings, colocados na parte de cima do grid juntamente aos ACLs, servem para fazer desenhos", explica.

Além desses equipamentos, Mayara usa, no fundo do palco, um cenário com seu nome, que muda de cor por meio de ribaltas de LED. À sua frente está uma tapadeira que recebe efeitos de luz negra.

Em determinado momento da apresentação, Rico apaga as luzes do palco. Ela, por sua vez, pede para a plateia acender toda e qualquer fonte luminosa: de isqueiros a celulares. Juntamente a essas luzes, com foco na DJ, ele utiliza todos os moving lights na cor congo. "Neste momento, uso os movings em shutter com efeitos de fogos e explosões, para delírio da galera na pista", conta.

Além das apresentações em casas norturnas, Mayara também faz shows ao ar livre, de dia. Nesses casos, como a iluminação não tem grandes resultados, são usados alguns efeitos visuais como bolhas de sabão e chuvas de papéis picados, iluminados por strobos, que dão um brilho especial.
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