Luz & Cena
LOGIN e-mail
senha
esqueceu sua senha? Clique aqui para se
cadastrar na M&T As novidades da L&C em seu computador
gravar senha

Edição #149
dezembro de 2010
Índice da Edição 149
Destaque
Direção de Fotografia
Em Foco
Final Cut
Galeria
Iluminando
Entrevista
Operação de Vídeo
Produtos
Capa
Holofote
Show

Cadastre seu e-mail e
receba nossa Newsletter
As novidades da L&C em seu computador
Show: Parceria
Turnê de Bruno & Marrone viaja pelo país com equipamentos High End em rider de luz
por Rodrigo Sabatinelli 18/12/2011
foto: Fabio Nunes
O acidente aéreo sofrido em maio deste ano pelo cantor José Roberto Ferreira, o Marrone da dupla sertaneja Bruno & Marrone, felizmente, não deixou vítimas fatais. No entanto, provocou forte abalo psicológico no artista, que, em setembro, pediu ao companheiro para se afastar temporariamente dos palcos, já que o trauma era uma grande barreira para que voltasse a entrar em aviões ou helicópteros. Bruno, então, seguiu cumprindo a agenda da turnê Juras de Amor, que também dá nome ao último CD lançado pela dupla, mas em apresentações solo.

A volta dos parceiros aos palcos se deu em 19 de novembro, no Citibank Hall, no Rio de Janeiro. O projeto de luz do espetáculo, que iniciou seu giro pelo país no final de março e já passou por capitais como Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte e Florianópolis, teve a assinatura de Guillermo Ricardo Herrero, o Guille, lighting designer argentino que desde 2005 desenha mapas para a dupla e a acompanha em estradas do Brasil e do exterior.

Composto por seis grandes truss que, juntos, se parecem com um leque, o show conta com uma infinidade de equipamentos. Dentre os principais itens estão 16 Giotto 400 convencionais, dispostos nas quatro linhas centrais, que servem exclusivamente ao contraluz.

Oito Giotto 400 CMY, dispostos nas duas linhas externas, também fazem alguns "contras", mas atuam especialmente nas laterais do palco. Oito Beam 300 CMY SGM, montados nas "costas" do backline dos músicos, são dedicados a complementos do fundo da caixa cênica.

"Temperadas" com gel 3204 da Rosco, 12 PAR 64 NSP, foco 02, dispostas nas laterais do palco, iluminaram somente a dupla na apresentação em solo carioca, enquanto outras sete PAR de configuração idêntica se encarregaram de "acender" os músicos da banda de apoio. "Geralmente uso as PAR 64 na banda quando as empresas que nos atendem na estrada não têm elipsoidais para nos disponibilizar", contou Guille.

Seis Atomic 3000, "afinadas" na linha de frente do público, foram usadas para criar efeitos em momentos mais "agressivos" do show, enquanto seis Mini Bruttes, montados na ponta dos fingers, também iluminaram o público.

No fundo do palco, um enorme painel de LED, formado por 32 placas de distanciamento entre pixels de 10 mm e resolução de 896 x 288, exibiu praticamente a todo instante imagens pré-produzidas e algumas texturas visuais.

Nas laterais da caixa cênica, outras duas linhas de 20 placas de LED - estes de 18 mm de distanciamento entre pixels e 640 x 64 de resolução cada - cumpriram função semelhante, mas exibindo somente extras, e não material pré-produzido.

Outros equipamentos que geralmente não seguem na estrada com o iluminador também foram destaque na passagem da dupla pela capital fluminense: os moving lights Showgun, Showbeam, Showpix e Studiopix, fabricados pela High End e cedidos a Guille e sua equipe pela Telem. De acordo com o profissional, uma possível parceria, num futuro próximo, vem sendo "amarrada" e deve render frutos.

"O equipamento é maravilhoso, E o que eu mais gostei neles, em especial nos modelos Gun e Beam, foi o aro de LEDs que circunda suas lentes. A intensidade da lâmpada é inacreditavelmente forte e com uma espessura muito grande. O conjunto de luz e LED é incrível, e com ele você pode ter uma cor na luz do moving e acender os LEDs em outra cor, como se cada um tivesse seu próprio contraste", descreveu o iluminador portenho.

Sobre o Showpix e o Studiopix, ele afirmou serem itens grandiosos e fortes. No entanto, para Guille, o diferencial está na possibilidade de uso de pixel a pixel, o que faz dos modelos espécies de painéis de LED com movimento. "Eles podem 'correr' uma imagem em sua própria estrutura ou fazer com que um conjunto de movings vire um painel que permite 'correr' as imagens mapeadas", disse.

ENTRETÍTULO: UM BOTÃO QUE FAZ A DIFERENÇA

Para controlar todo esse aparato, Guille utilizou um console grandMA. Um dos pioneiros a trabalhar com a mesa no Brasil, o iluminador disse que a chegada do equipamento mudou consideravelmente sua concepção de trabalho.

"Eu tinha acabado de assistir a um show indoor do U2 e achava que jamais conseguiria fazer algo próxima àquilo. Mas a grandMA me deu 'novo gás'. Com a mesa, aprendi muitas coisas e passei a trabalhar de forma diferente, criando sub-grupos de três ou quatro movings em meus mapas", admitiu.

FOTO 03
CRÉDITO: Fabio Nunes
LEGENDA: Em sua grandMA, Guille opera todo o show de Bruno & Marrone: segundo o iluminador, console mudou sua maneira de trabalhar

Guille é do tipo que acha que o ideal em um show programado é o iluminador cuidar de tudo. Nesse caso, de acordo com ele, mesas como a grandMA são de grande utilidade, pois, com base em suas próprias palavras, "'tempos' e ações pré-determinadas são carregadas em sua cue-list e somente um botão se torna 'responsável' pelo show".

OPERAÇÃO DE LUZES ARRANCA APLAUSOS

Guille mostrou mais uma vez o quanto tem sensibilidade para equacionar o uso de luzes com imagens. E uma das músicas em que seu trabalho mais se destacou foi Já Não Sei Mais Nada. Na introdução, o designer iluminou o setup de teclados com quatro moving lights.


Porém, no decorrer do número, ele abriu espaço para o painel de LED, que esteve aceso com texturas estáticas e suaves nas cores lilás e rosa, e lançou mão de equipamentos como os Showgun, Showbeam, Showpix e Studiopit, que, até o momento, estavam "guardados".

Em seguida, Guille "tingiu" de vermelho os aros dos movings HighEnd, arrancando aplausos da plateia. Por fim, trabalhou a cena com tons de azul escuro e voltou ao vermelho.


"Os Gum e os Beam foram afinados para o teto, mas em um determinado momento da música passeei com eles pela plateia, 'pintando' a mesma de vermelho. Em um estouro musical, virei todos os High End e outros fixtures CMY em branco, que, automaticamente, se fundiram para o tom azul celeste. No final da música, um fade out de luz deixou somente os aros acesos", descreveu.

CONTEÚDO VISUAL TAMBÉM É DESTAQUE

Além da luz de Guille, as imagens exibidas nos painéis de LED também tiveram grande peso no entretenimento do público, que por muitas vezes aplaudiu de pé o trabalho da dupla. Criadas - e, em alguns casos, selecionadas - pelo artista visual Marcelo Demari, elas provocaram sensações das mais diversas na plateia.

Na música Por Um Minuto, por exemplo, foram usadas imagens de inúmeras pessoas e cidades. "Essas imagens, adquiridas de tradicionais bancos de conteúdos, 'simbolizavam' sentimentos como a saudade e situações como desencontros", disse o iluminador.

Em Inevitável, a preferida de Guille, animais ferozes como leões, tigres, onças e orcas e pares românticos de passarinhos, lobos marinhos e ursos polares, além de casais de homens e mulheres, se contrapuseram à violência humana à natureza, representada por cenas que tinham como principais elementos o lixo e cidades devastadas.

Trechos de solos de guitarra e de momentos de emoção do público, extraídos do DVD que a dupla gravou recentemente em Goiânia, além de imagens de uma rosa, foram o destaque de Choram as Rosas, encerrada com um take de Bruno e Marrone se despedindo no telão. "Por muito tempo ela foi a música que encerrava o show. Agora, está inserida no meio dele", disse o iluminador.

Mulheres lindas, seminuas, em exibições de pole dance, foram o destaque em Que Pescar Que Nada, música que retrata o universo masculino, especialmente as aventuras de homens que caem na gandaia com os amigos sem que suas parceiras tenham conhecimento.

A canção, aliás, fez parte de um pout-porri de forró, que teve, ainda, Credo em Cruz, Ave Maria, com imagens de caubóis, mulheres e festas, e É Pra Lá Que Eu Vou, que manteve a linha festiva, mostrando o movimento noturno de diversas cidades do país.

Para gerenciar as imagens dos painéis foi usado um media server Catalyst 4.4 HD, cedido pela Image4u, empresa que se dedica a projetos de cenográficos da qual Guille faz parte (o iluminador também integra a sociedade à frente de outra empresa, a Blackout).

"Com estes equipamentos foi possível criar um show 100% virtual, já que o sistema trabalha em 'parceria' com o software Wysiwyg e os consoles grandMA", destacou o iluminador, que geralmente faz suas programações ao lado de profissionais como Menga Cruz, Paulinho Lebrão e Rodrigo Santiago ("gostam do que fazem e 'pilotam' muito bem", afirma) e que ainda em dezembro levará esse verdadeiro show de luzes e cores a cidades de Goiás, Bahia e Amazonas.
Versão para impressão de
“ Edição #149:  Show” Envie este artigo
para um amigo

 ARTIGOS RELACIONADOS - SHOW
REM ao vivo e em alto contraste (Edição #114 - 21/01/2009)
O samba baiano por Beth Carvalho (Edição #102 - 21/01/2008)
Lupaluna (Edição #107 - 12/06/2008)
O maior espetáculo de rock a céu aberto (Edição #81 - 01/04/2006)
Sertanejo em alta definição (Edição #131 - 27/06/2010)
Luz & Cena © Copyright 2000 / 2024 - Todos os direitos reservados | Política de Privacidade
Est. Jacarepaguá, 7655 salas 704/705 - Rio de Janeiro - RJ CEP: 22753-900 - Telefone: 21 2436-1825