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Edição #149
dezembro de 2010
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Capa: Rock por quem é do rock
Caio e Erich Bertti assinam riders de luz do SWU, festival que chega a sua segunda edição
por Rodrigo Sabatinelli 18/12/2011
foto: Divulgação
A segunda edição do SWU, festival de música que parece ter conquistado de vez o coração dos brasileiros, reuniu na cidade de Paulínia, interior de São Paulo, aproximadamente 180 mil pessoas, que entre os dias 12 e 14 de novembro assistiram a 73 atrações musicais, dentre elas Faith No More, Alice In Chains, Kanye West, Peter Gabriel, Lynyrd Skynyrd, Stone Temple Pilots, Snoop Dogg, Raimundos e Zé Ramalho. Assim como na primeira edição, o fornecimento de equipamentos de iluminação do evento ficou a cargo da LPL, empresa do diretor de fotografia e lighting designer Césio Lima.

Responsável pela fotografia do festival, que foi transmitido com exclusividade pelo canal Multishow, Césio esteve ao lado dos sobrinhos e sócios na "firma", os também iluminadores Caio Bertti e Erich Bertti, que assinaram a criação do rider de luz do SWU, e de Sergio Antonio, lighting designer encarregado de operar a luz de plateia.

Quem também marcou presença na equipe foi Paulo Lebrão, que programou o 3D e prestou assistência aos iluminadores dos artistas na programação de seus shows. Na cenografia do festival, trabalhando em sintonia com os iluminadores, esteve o tarimbado Zé Carratu.

RIDERS FEITOS POR ROQUEIROS TÊM MOVINGS DTS E ROBE

Em um festival de rock, nada mais apropriado que um rider de luz desenhado por um roqueiro. Melhor ainda se for por dois roqueiros. No caso do SWU, estem dois profissionais foram Caio e Erich Bertti. Iluminadores de artistas como Sepultura e Angra, os irmãos levaram para os mapas tudo o que é necessário para iluminar um show do gênero.

"Os mapas nasceram de uma ideia apresentada pelo Caio, desenhada por mim e aprimorada por ele. Na verdade, essa é a maneira mais comum de trabalharmos. Geralmente eu deixo a experiência dele me auxiliar para o resultado ser melhor", explicou Erich.

"Os projetos foram concebidos sob inspiração, entre aspas, de pirâmides mexicanas [Palco Energia] e egípcias [Consciência]. O objetivo era cobrir todos os seus espaços, já que seus pés-direitos tinham 18 metros - algo até então inédito no Brasil - e os painéis de LED chegariam a uma altura limite de 10 metros", emendou Caio.

No Palco Consciência, onde tocaram Peter Gabriel, Megadeth, Alice In Chains e Kanye West, entre outros, o rider de luz foi feito em quatro truss retos, porém em tamanhos diferentes. Neles, foram instalados 36 DTS XR3000 Spot, 12 DTS XR1200 Wash, dez DTS XR2000 Beam, 20 1Lite Blinder, 20 Martin Atomic 3000 e 20 S4 LED. No truss da frente estiveram seis 6Lite P64 Blinder, 12 Robe Robin LED 600 e 24 PAR 64. Também para auxílio da fotografia foram usadas 12 PAR 64 nas laterais e o mesmo número de Strip Lights dricróicas.

"Na verdade, o palco teve seu design original modificado devido às exigências feitas pelos lighting designers do Kanye West e do Peter Gabriel. Inicialmente teríamos quarto trusses em forma de V, mas acabamos optando por estruturas em linha reta. Mesmo assim, o grid ficou imponente e pôde ser explorado muito bem pelos iluminadores, como provaram os do Megadeth e do Alice in Chains", disse Erich.

"Infelizmente, por conta dessas necessidades do Peter Gabriel e do Kanye, que utilizou um mega painel de LED, com 14 metros de altura por 22 metros de largura, tivemos que 'simplificar' o rider, o que, a meu ver, proporcionou uma perda estética naquele palco. Mas o que importa é que os iluminadores que por lá passaram realizaram shows maravilhosos. No fim das contas, ninguém saiu prejudicado", completou Caio.

No Palco Energia, por onde passaram artistas como Duran Duran, Faith No More, Primus e Black Eyed Peas, o desenho de luz foi feito com quatro truss em formato de letra U invertida. Neles foram dispostos 37 Robe ColorSpot 2500,18 Robe ColorWash 2500, 22 Martin Atomic 3000, 20 S4 LED e 24 1Lite Blinder. No truss reto, que fazia a linha de frente do palco, estiveram mais 20 Robe Robin LED 600, 24 PAR 64 e seis 6Lite Blinder. Como no Palco Consciência, para auxiliar a fotografia foram usadas 12 PAR 64 nas laterais e 12 Strip Lights dricróicas.

De acordo com Sergio Antonio, as marcas DTS e Robe apresentam produtos com características técnicas e físicas marcantes. "Os movings DTS, que foram usados em outros festivais de grande porte, como o Festival de Verão Salvador desse ano, têm como diferencial a rapidez nos movimentos de pan e tilt e um sistema de gobos bem elaborado, além de uma grande durabilidade. Por outro lado, os Robe apresentam uma excelente troca de CMY e uma engenharia robusta, que garante ao locador segurança em longas horas de uso", disse.

"A qualidade desses movings ficou clara não somente dentro do palco, mas também fora dele, em nosso estúdio 3D. Lá, os iluminadores programaram suas luzes com conforto e notaram que havia enorme coerência dos aparelhos em relação a aspectos como shutters, speeds e movimentos de pan e tilt. Aliás, já na 'importação' dos equipamentos para o 3D era possível notar que haveria essa coerência", acrescentou Caio.

DURAN DURAN, SNOOP DOGG E FAITH NO MORE SE DESTACAM

Césio Lima conferiu às luzes de Duran Duran, Faith No More e Lynyrd Skynyrd o título de "mais bonitas do festival". Segundo palavras do diretor de fotografia, Vincent Foster, do Duran Duran, fez, sem sombra de dúvidas, a melhor delas. "Uma luz dançante, muito bem casada com as imagens exibidas no painel de LED", afirmou.

"O cara do Lynyrd Skynyrd também fez um grande show, aproveitando bem toda a variedade de equipamentos do rider do Caio e do Erich. Mas quem surpreendeu mesmo foi Chaz Martin, do Faith No More, que explorou muito bem, com luzes psicodélicas, o cenário branco usado pela banda. O resultado foi bem diferente dos demais do festival", completou.

Sergio Antonio e Erich Bertti também comentaram a luz do Faith No More. "O iluminador da banda mostrou ousadia ao abrir mão do painel de LED e trabalhar com luzes paradas, algo pouco comum entre os outros iluminadores. Gostei muito", disse Sergio, lembrando que no Rock In Rio deste ano somente o System Of A Down não utilizou o painel de LED do festival.

"Mesmo utilizando luzes paradas, ele conseguiu causar impacto em diversos momentos. A maneira como explora os atributos dos movings, como CMY e color wheel, faz dele um iluminador único. Realmente, o 'look branco' de seu show foi surpreendente", contou Erich, que há alguns anos teve a oportunidade de fazer uma turnê com Chaz.

O lighting designer também rasgou elogios ao companheiro Erich Bertti, que além de ter desenhado os mapas de luz do festival com seu irmão, Caio, operou a luz do show de Snoop Dogg. "Erich deu conta do recado e fez um show vibrante, totalmente integrado à sonoridade do rapper, mostrando que não é bom somente na iluminação de bandas de rock e metal", declarou.

TRANSMISSÃO TEM FOTOGRAFIA "ALTERNATIVA"

Criada, obviamente, para atender à transmissão do festival pelo Multishow, a luz de plateia do SWU foi feita "nos velhos moldes". Composta por 240 lâmpadas PAR e oito beans distribuídos em diversas torres ao redor da arena principal, ela foi operada por Sergio Antonio e desempenhou perfeitamente o papel de "mostrar a plateia para a TV". O cenário e as estruturas laterais de suporte do painel de LED e torres de PA foram iluminados por 18 S4 LED, "casando" as cores com o palco.

De acordo com Césio, a opção por equipamentos convencionais valorizou as características peculiares da transmissão. "O Multishow tem uma linguagem mais alternativa, diferente da usada em outros canais. E foi importante trabalhar em cima desse formato para que a transmissão não descaracterizasse o produto", explicou.

No entanto, o lighting designer contou que, como de costume, durante o festival alguns iluminadores dificultaram o trabalho da transmissão. Segundo ele, as "exigências" eram sempre as mesmas: não usar luz de frente.

"Os caras vêm para o Brasil, fazem o show 'para eles' e a gente é que tem que se virar para colocar tudo bonito na TV. Tudo bem que já estamos calejados e não entramos mais nessa briga de egos, mas é muito ruim você fazer o seu trabalho baseado no que o outro te permite", reclamou, referindo-se, especialmente, aos iluminadores de Kanye West e Peter Gabriel.

A luz de Peter Gabriel, que subiu ao palco acompanhado pela The New Blood Orchestra, foi tão pouco útil para a transmissão que as músicas escolhidas para serem exibidas na TV foram as "menos críticas". Já a de Kanye West, não tão ruim, tinha como "problema" o excesso de luzes azuis e vermelhas tomando a sua frente.

"A transmissão de um festival para a televisão tem como objetivo mostrar o melhor do artista. Se o show não é exibido na íntegra, pelo menos os hits devem ser. Mas no caso dele [Peter], foi transmitido aquilo que conseguimos levar para o vídeo, e não necessariamente o mais importante de seu repertório", explicou.

"Quanto ao iluminador do Kanye, que, no geral, fez um show melhor, o que nos prejudicou foi o fato de ele ter usado muita cor de frente. Poderia, na verdade, fazer [a frente] com um canhão, o que 'acenderia' o artista, mas nosso papel não é interferir no conceito do show de ninguém. Todo mundo sabe que é preciso ter luz de frente para uma boa transmissão, mas tem gente que insiste no contrário", completou.

Quem também teve "problemas" com a tão dispensada luz de frente foi Sergio Antonio, que operou a luz dos veteranos Primus. De acordo com ele, os artistas não trouxeram iluminador e o tour manager foi o encarregado de "dirigi-lo" durante a apresentação.

"O cara ficou o tempo inteiro do meu lado, na house mix, dizendo que não era para eu usar luz de frente. Fiquei numa situação complicada, pois antes de estar ali como iluminador deles eu tinha que exercer o meu papel de auxiliar o Césio na luz para a TV. Eles não queriam nada. Nem canhão, nem lâmpadas PAR. Queriam um show escuro mesmo", explicou.

Erich Bertti, que esteve presente na "cena", elogiou o jogo de cintura do companheiro e o apontou como um dos melhores operadores de luz que já viu trabalhar. O lighting designer ressaltou que Sergio soube acompanhar os incríveis solos de Les Claypool, o baixista e líder da banda, enquanto aguentava "chumbo" vindo dos dois lados.

"De um lado, Césio pedia mais 'frente' para a TV. Do outro, o tour manager dos caras querendo sempre menos. Em certo momento, eu, que estava ao seu lado operando a luz de plateia, fiquei frustrado com as cobranças do gringo e dei um 'backoff' nele, explicando que aquela estava sendo a melhor luz que o Primus já teve", lembrou.

Por outro lado, quem agradou a Erich foi o iluminador do Lynyrd Skynyrd, Steve Owens, que programou o show num estúdio em sua casa, nos Estados Unidos, e, ao vivo, conseguiu "casar" a fotografia com a "pegada" de um show de rock. "Creio que esse foi o seu diferencial em relação aos demais iluminadores, pois ele soube mostrar bem seus artistas para a TV sem perder a originalidade e a agressividade do som do grupo", encerrou.
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