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Direção de fotografia: Harmonia
por Léo Miranda
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19/10/2011
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Neste mês, vamos entrar no tema harmonia... Isso mesmo: harmonia - você não leu errado. Devemos ter o conhecimento de como equilibrar o enquadramento através da harmonia das linhas e utilizá-la constantemente para melhorar nossa fotografia. A escolha do que devemos colocar ou tirar do nosso quadro tem relação direta com quais linhas devem estar ou não na nossa composição, pois, através do estudo da psique (do grego psychein ["soprar"], a expressão era utilizada como sinônimo de vida e de alma), podemos dar ênfase à história contada com a utilização das linhas.
EQUILÍBRIO
O equilíbrio da composição não se dá apenas por elementos individuais, mas sim pelo destaque que o diretor de fotografia dá para cada um destes elementos. Deve-se ter em mente que o mais importante para o equilíbrio é o centro de interesse e que este é quem vai determinar a composição dos outros elementos.
Volume e textura são criados através da luz e da gradação das cores; o equilíbrio perfeito se dá através do arranjo das formas, localização, volume e textura. O conjunto destes elementos integrados à história a ser contada dão uma aparência equilibrada. Quem "dita" este equilíbrio é o diretor de fotografia, podendo dar estabilidade, conforto, harmonia, simetria, assimetria... Portanto, ele tem que estar envolvido no projeto desde o começo e saber e conhecer bem a história que será contada, porque somente assim será capaz de "enxergar" como ela poderá estar equilibrada e bem contada com imagens.
Não há limites para a criação e a arte, principalmente na captura de imagens. Devemos ser artistas, sim, mas coerentes com o que a história tem como mensagem. Não há receita de bolo para o que é melhor ou pior para utilizar na fotografia: podemos e devemos explorar todos os recursos, nuances, simetria, assimetria, texturas, volumes. A única coisa que não podemos deixar de fazer é equilibrar.
HARMONIA DE LINHAS
A linha é um elemento visual de representação que determina um sentido, uma direção, um espaço etc. Na fotografia, as linhas servem para guiar e conduzir a nossa visão. Elas não se apresentam somente em desenhos ou traçadas à nossa frente - estão em todos os objetos, casas, prédios, paisagens... As linhas têm uma forte dominância na composição e nos ajudam a organizar a fotografia.
Por exemplo, podemos utilizar a borda de um objeto, o horizonte, um prédio, um riacho, gerando, assim, um ponto de interesse que conduz a visão para onde desejamos, além de dar emoção ou entendimento sobre o que queremos passar ao espectador, unindo outros elementos da imagem.
A escolha das linhas deve ser feita de acordo com o efeito pretendido. A seguir, uma breve explicação sobre o que cada linha transmite ao ser humano.
AS LINHAS QUANTO À FORMA E INTENÇÃO
- Linhas diretas: rigor, decisão
- Linhas curvas: união, totalidade
- Linhas quebradas: desordem, confusão
- Linhas horizontais: calma, paz
- Linhas verticais: grandeza, extensão
- Linhas oblíquas convergentes: infinito
- Linhas oblíquas repetidamente: ação, dinamismo
Mês que vem estaremos juntos novamente, vendo os planos e suas aplicações.
Abraços.
Léo Miranda atua na área de iluminação há 19, é especializado em gravações externas e eventos, já dirigiu a fotografia de comerciais e programas de TV e também ministra treinamento técnico e operacional a grandes empresas.
Quer tirar dúvidas e propor temas para a coluna? Envie uma mensagem para leomiranda@luzecena.com.br.
Seu e-mail poderá ser publicado na revista.
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