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Pergunte ao Oz: História
por Osvaldo Perrenoud
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19/10/2011
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Segue a pergunta que não quer calar: qual será o papel do lighting designer nos próximos 50 anos? Fui à Plasa, em Londres, e não obtive resposta... Nobody knows.
Fiquei extremamente feliz pelo resultado da Lighting Week Brasil, pelo alto nível das palestras e a massiva participação dos colegas e iniciantes, futuros representantes da iluminação cênica em nosso país. O caminho é longo, pero "caminantes no hay caminos, los caminos se hacen al caminar".
Lembrei-me da minha praça sem caminhos. Não é mais fácil fazer praças sem caminhos, mas totalmente gramadas, que deixem as pessoas que por ali circulam, no vai-e-vem diário, decidam por onde transitar? Quando começar a aparecer a terra por baixo da vegetação, poderíamos, aí sim, fazer os caminhos.
Mas, enquanto isso, em Gotham City...
Por aqui, os neutrinos podem ser mais velozes que a luz. E = mc² no lixo? Nóóóóóssa. Para mim, isto foi uma deixa, uma luz entrando em cena como num flash. Tudo pode mudar em um átmo, só o que não muda são os carrinhos da Atma, pois a Atma é ótima!
Então mudemos!
Nos últimos quatro anos, além de minhas atividades profissionais, escrevi esta coluna para os leitores da Luz & Cena. Fiz isto contando com o auxílio das perguntas de vocês. Muito Obrigado. Seguirão aqui e nas edições anteriores, impressas em papel, para a posteridade.
Decidi que é chegada a hora de dar lugar a um colega querido, escolhido a dedo (sem trocadilho algum). Sinto-me tranquilo por saber que deixo os leitores em ótima companhia.
Seja bem-vindo, Farlley Derze. Em seu currículo, temos: professor de História da Iluminação no Curso de Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores do Instituto de Pós-Graduação [IPOG] e doutorando em Teoria, Crítica e História da Arte e do Ambiente Construído pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília.
Diga aí, Farlley!
"Contar uma história é uma das experiências mais fascinantes. Quando somos crianças, cada história é uma novidade, uma experiência para nossa memória e nossa imaginação. Cada contador de história tem seu estilo, onde o início e o fim são surpresas para cada ouvinte. A descrição das personagens faz com que uma 'espécie de teatro' se instale dentro da mente. Sim, a mente foi o primeiro espaço teatral.
Nesse espaço teatral, muitas histórias foram repassadas, contadas de boca em boca, de geração em geração, dos povos ancestrais até as ouvirmos de nossos avós e pais. Uma espécie de rito oral que não chegou a ser substituído quando foram inventados os símbolos e desenhos que deram origem aos diversos alfabetos. Ou seja, quando nasceu a escrita.
Assim, muitas histórias passaram a ser narradas também em pedaços de argila, pergaminhos e folhas de papel, como nos livros, nas revistas, nos jornais. Aliás, mais recentemente tornou-se possível escrever sobre uma nova superfície - a tela iluminada de um computador."
Ficou curioso, não é? Eu também.
O imponderável ocorreu: é com pesar que anuncio o falecimento temporário do Seu Zé das Côve. Mas é assim mesmo. Tudo na vida é passageiro, menos o motorista e o cobrador.
Está na hora de eu correr para o mar. Quero praia! A partir de agora, ficarei procurando todos os meses o meu exemplar na caixa dos correios.
Osvaldo Perrenoud é iluminador, diretor de fotografia e professor
do Instituto de Pós-Graduação (Ipog).
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