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quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
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O que é uma direct box?
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por João Ferraz Filho
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Existe uma freqüente necessidade de regularizar sinais entre equipamentos com output não balanceados e conexões standards balanceadas, em nível de linha ou microfone. Uma guitarra elétrica, por exemplo, tem saída não balanceada e com impedância altíssima. O instrumento, com seu volume no máximo, gera um sinal mono, via cabo banana (1/4"), por volta de 1 volt. Se plugarmos essa guitarra diretamente em um mixer, com seu input preparado para receber sinal de linha ou de microfone, os resultados não serão muito satisfatórios, por diversas razões como veremos a seguir.
A impedância do input do mixer vai ser muito baixa para a da guitarra. O output da guitarra não é balanceado, anulando assim as propriedades de rejeição de interferências do input do mixer. Também pelo fato de o output da guitarra ser de alta impedância, ela é incapaz de enviar seu sinal por conexões de distância relativamente longas.
Outro detalhe é que freqüentemente um guitarrista irá plugar o seu instrumento em um amplificador, além do mixer. Se o mesmo sinal que a guitarra gerou estiver indo para os dois equipamentos (o mixer e o amplificador de guitarra) via um cabo splitter, por exemplo, o amplificador será eletronicamente conectado ao equipamento do estúdio, o que irá causar interferências e ruídos indesejáveis. O mesmo problema acontecerá com outros instrumentos, tais como pianos elétricos, sintetizadores ou captadores de instrumentos acústicos.
Para plugarmos tais instrumentos em um mixer, nós contamos com um intermediador conhecido como direct box, popularmente chamado de D.I. (DI = direct injection = injeção direta). Esse equipamento irá converter o output do instrumento em um sinal balanceado de baixa impedância e reduzirá a sua voltagem para a casa de milivolts, específica para se conectar a um input em nível de microfone ou Mic Level. Você irá agora plugar a sua guitarra, ou baixo, ou piano elétrico no input da D.I., que conta com output balanceado, de baixa impedância, no formato XLR três pinos, que pode ser encarado como output de um microfone.
Você ainda pode contar com um output paralelo (também nomeado link), formato banana (1/4") para que o sinal não processado do instrumento possa ser mandado para um amplificador, além de ser enviado ao mic pré-amp via XLR. Outro detalhe importante que acompanha a D.I. é uma chave chamada ground, que, quando habilitada, isola o terra do input e do output do jack do output XLR, a fim de eliminar problemas de aterramento.
Existem dois tipos de D.I.: passiva e a ativa. A direct passiva conta com apenas um transformador e é chamada de passiva por não precisar de fonte de energia. Ela tem a vantagem de ser barata e simples, porém traz um pequeno problema. A razão de poder de conversão de impedância da D.I. passiva é mais limitada que a da ativa. A direct é utilizada em uma vasta gama de instrumentos, com impedâncias muito diferentes, e a passiva pode acabar não dando conta do recado. Já a D.I. ativa possui um circuito eletrônico no lugar do transformador. Esse circuito garante um output de baixa impedância constante, além de ser possível ter um atenuador de até -60 dB, filtros de graves e agudos e um LED como indicador de energia. Como já era de esperar, o ativo se refere ao fato desse modelo necessitar de bateria ou phantom power. A direct possui um corpo metálico e robusto, pois sempre se encontra no chão do estúdio ou em palcos sendo pisoteada por todos. Salve as D.I., que, como já diriam por aí, são uma mão na roda.
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SOBRE O AUTOR |
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Confira nesta coluna exclusiva dicas sobre como tirar o melhor som no seu estúdio. João Ferraz Filho é engenheiro de som, com formação pela Berklee (EUA), e sócio do estúdio Lontra Music, no Rio.
Para entrar em contato, escreva para joaoferraz@lontramusic.com.
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