"Para mim, a coisa mais importante é o sentimento de seguir adiante"
(Edward Hopper)
Dizem que Edward Hopper ia ao cinema não para assistir aos filmes, mas para observar as pessoas. Gosto de pensar que o que ele buscava entender não era a tristeza da solidão, representada na forma como cada um abstrai-se em si quando olha para a tela. Prefiro acreditar que o que Hopper emoldurava era o instante em que a luz maculava a serenidade que pode existir na solidão de uma arte refletida num rosto que olha. E a personagem de Hopper olha - e o ponto sempre é futuro. A carta, o horizonte da janela, ela, sob a luz de contraste de verde-vermelho do hotel ou na palidez creme de uma cama
qualquer, escolhe sempre seguir adiante.
______________ Thiago Camelo é jornalista e formado em Cinema pela PUC-Rio