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Edição #89
dezembro de 2006
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GALERIA: A valorização da subjetividade
por José Dias 02/01/2007
foto: Reprodução
O Grito, de Munch: a pintura deixa de ser apenas imitação de imagens materiais
A tendência de traduzir em linhas e cores os sentimentos mais dramáticos do homem começou a ser idealizada por Van Gogh (1853-1890), que passou a não se preocupar mais em fixar os efeitos de pouca duração da luz solar sobre os seres. Ele procurou, através da cor, da simplificação das formas e da deformação proposital da realidade, fazer com que os seres reais nos revelassem seu mundo interior. Edvard Munch (1863-1944) foi mais longe em O Grito (91x73cm - Galeria Nacional, Oslo, 1893) - furtado em agosto de 2004 e recuperado dois anos depois. Foi o maior pintor e artista gráfico da Noruega, expoente do Simbolismo e precursor dos expressionistas. O Expressionismo valorizava a subjetividade acima de tudo: procurava expressar as emoções humanas e interpretar as angústias que caracterizaram psicologicamente o homem do início do século XX.

As trágicas perdas da mãe e da irmã na infância deram um tom de morbidez à maior parte da sua obra. "Doença, loucura e morte foram os anjos negros que ficavam de vigília sobre meu berço e me acompanharam pela vida afora", escreveu Munch.

Convidado em 1892 pela União de Artistas Berlinenses para uma exposição, suas pinturas causaram polêmica na Alemanha. Uma semana depois da inauguração, o Comitê determinou que ele retirasse seus "borrões" da mostra.

O Grito é o caso mais célebre, exemplo máximo da angústia individual, responsável por derrubar a concepção da pintura comprometida com a imitação de imagens materiais. Munch inspirou-se num dramático pôr-do-sol, que vira de um fiorde. Suprimindo suas próprias feições e transformando as águas e o céu em um ameaçador emaranhado de ondas e cores vibrantes, ele reforça em primeiro plano a figura de um ser deformado, de aspecto fantasmagórico, que não apresenta linhas reais, mas se contorce sob o efeito de suas emoções - e grita com pavor autêntico. A diagonal da ponte conduz o olhar do espectador à boca da figura que se abre num grito perturbador. "O sol se punha e as nuvens tornavam-se vermelho sangue. Senti um grito passar pela natureza; pareceu-me ter ouvido o grito. Pintei esse quadro, pintei as nuvens como sangue real. A cor uivava".
 

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José Dias
é cenógrafo e professor da Unio-Rio
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