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Edição #239
agosto de 2011
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Audio-Technica AT4080
Coincidindo com esta época em que estivemos falando a fundo dos microfones de fita, tive a felicidade de receber para análise um microfone que justamente usa esta tecnologia, só que com diversos aprimoramentos - o Audio-Technica AT4080.

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
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Digital Audio Workstations - onde estamos pisando? - Parte 2 por Rodrigo Meirelles e Alan Tygel
No artigo anterior, comentamos as alterações importantes que o surgimento e a utilização em massa das workstations digitais provocaram. Agora, continuaremos analisando os principais elementos do conjunto que chamamos DAW e como eles interagem com os demais componentes do processo de produção. Neste artigo, falaremos sobre os diversos elementos que compõem uma DAW e a influência de cada um no trabalho em um estúdio de grande, médio ou pequeno porte.

Relação entre os componentes do computador e o desempenho do software da DAW

O desempenho do software utilizado na manipulação das amostras de áudio (gravação, edição, mixagem e reprodução) depende basicamente de três componentes do computador: processador, memória RAM e disco rígido.

O papel do processador consiste em fazer os cálculos necessários na manipulação das amostras de áudio e gerenciar a memória. Por isso, quanto mais rápido for o processador, mais rápidas serão as operações feitas sobre as amostras de áudio. Sua velocidade (ou clock) é medida em GHz (Gigahertz, bilhões de ciclos por segundo). Os multi-processadores (Dual Cores, Quad Cores) estão cada vez mais populares nos novos computadores. Nestes casos, o computador trabalha com mais de um processador ao mesmo tempo. Eles apresentam a vantagem de aumentar a capacidade sem ter que aumentar o clock. Vale lembrar que o software tem de estar preparado para usar os multi-processadores, gerenciando qual tarefa vai para cada processador, caso contrário não haverá vantagem. O Pro Tools lida com os multi-processadores apenas a partir da versão 7.

A memória RAM armazena as amostras durante o processamento. A sigla RAM significa Random Access Memory, ou seja, memória de acesso randômico. O acesso randômico é oposto ao acesso seqüencial, como o de uma fita cassete, que precisa ser rebobinada até o ponto que se deseja acessar. Na memória RAM, o acesso pode ser feito diretamente a qualquer ponto através do endereçamento, o que o torna mais veloz. A capacidade de um processador é medida em GB (Gigabytes, bilhões de bytes), e sua velocidade de transferência de dados em MHz (Megahertz, milhões de ciclos por segundo).

O disco rígido (HD - hard disk), de acesso seqüencial, armazena as amostras que não estão sendo usadas no momento. Sua capacidade também é medida em GB, mas sua velocidade de transferência de dados é medida em RPM (rotações por minuto). Esta velocidade é importante para que a transferência de dados entre HD e RAM seja rápida. Além disso, na falta de memória RAM, o computador cria a chamada memória virtual, transformando parte da memória do HD em memória RAM. Isso gera maior lentidão, pois o processador irá buscar as amostras de áudio no disco e não na RAM, que teria acesso mais rápido, durante o processamento.

Para entender melhor a ação desses elementos, vamos imaginar a aplicação offline* . As operações realizadas pelo computador serão: a) mover as amostras do áudio digital a serem processadas do HD para a RAM; b) processar as amostras (processador); c) escrever as amostras no HD. Na operação a), entram em jogo:

1) A velocidade de rotação do disco rígido: o quão rápido as amostras podem ser lidas do disco;
2) A velocidade da memória RAM: o quão rápido as amostras podem ser escritas na RAM; 3) A capacidade da memória RAM: será possível armazenar tudo que precisamos na RAM?

Se a RAM conseguir armazenar todas as amostras de uma só vez, ótimo. Caso contrário, o processamento será interrompido para que seja se acesse o disco rígido. Na operação b), temos como fator principal a velocidade do processador; contudo, a memória RAM será acessada a todo instante, por isso sua velocidade também influi. Finalmente, a operação c) é análoga à a), e a velocidade de acesso à memória RAM e ao disco rígido são determinantes.

Percebemos aqui que o processamento de áudio em uma workstation digital sempre dependerá das condições e parâmetros do disco rígido, memória e processador. Já podemos imaginar, então, que investir em apenas um desses elementos na configuração de um sistema não parece ser a tática mais acertada. Naturalmente, algumas workstations ainda disponibilizam para nós, usuários, parâmetros mais avançados para otimizar nesses elementos, como gerenciamento de buffers de acesso ("pedaços de memória") e gerenciamento de multi-processamento. Além disso, existe uma classe de DAWs que trabalha com DSPs (Digital Signal Processor), processadores que ficarão dedicados apenas ao tratamento do áudio. Esses são assuntos que abordaremos em breve, mas quem já quiser movimentar nosso fórum com eles, aguardamos as mensagens!

Os dispositivos de entrada e saída (I/O), conhecidos também como interfaces de áudio, são conectados ao computador e têm a função de realizar a comunicação entre a DAW e o restante do estúdio (instrumentos, microfones, pré-amplificadores, mixers ou sistema de monitoração). Essas interfaces podem ser apresentadas desde apenas na forma de conectores de entrada e saída na parte traseira de uma "placa de som" até caixas externas com diversas opções de conexões analógicas e digitais de entrada e saída, pré-amplificadores, controles de monitoração, fones, etc. O porte da interface de áudio está diretamente relacionado com a quantidade de canais simultâneos que serão gravados ou reproduzidos no estúdio e não com o poder de processamento de plug-ins e armazenamento.


A influência dos periféricos no trabalho e na sua saúde

Pode não parecer, mas os periféricos usados na estação de trabalho fazem uma grande diferença, ainda mais quando se trata de muitas horas seguidas de trabalho. Os periféricos não são responsáveis por nenhum processamento de áudio. Eles são as interfaces de controle do usuário, os meios que nós temos para interagir com o computador.

Para o monitor de vídeo, o ideal é usar dois, de no mínimo de 17 polegadas cada um. Com isso, você poderá colocar em um monitor a janela de edição de trilhas, e em outro a janela de mixagem, ou então, no caso de trilha sonora, utilizar um dos monitores para o vídeo. Outra opção interessante para quem trabalha com muitos plug-ins é deixar um monitor dedicado às suas interfaces e o outro, ao software hospedeiro.

Todas essas alternativas tornam o trabalho mais ágil e menos cansativo, já que não será necessário trocar e reconfigurar as janelas a todo instante. Além disso, caso o tamanho do monitor não seja adequado, será necessário usar a barra de rolagem (scroll) vertical, o que não é nada prático. Para utilizar dois monitores simultaneamente, como se um fosse uma extensão do outro, é necessário ter instaladas duas placas de vídeo, ou uma só que comporte dois monitores. Spliters não servem neste caso; eles irão mostrar a mesma imagem nos dois monitores. Os sistemas operacionais têm opções de configuração bem intuitivas para a utilização de mais de um monitor de vídeo.

Em relação ao teclado do computador, é importantíssimo saber usar os atalhos oferecidos por cada programa. Operações repetitivas como play, rec, rewind ou escolha de ferramentas normalmente podem e devem ser feitas pelo teclado afim de reduzir o número de cliques com o mouse e suas conseqüentes tendinites. Algumas empresas oferecem teclados especiais, que junto aos caracteres exibem diversos atalhos de um determinado software (http://www.logickeyboard.com).

Com isso, o operador da DAW ganha agilidade e se protege contra as lesões por esforço repetitivo (LER). Por último, os novos mouses da Apple agora vêm com uma grande utilidade para os usuários de DAWs: o scroll horizontal. Com ele é possível andar ao longo das trilhas sem precisar do clique na barra de rolagem. Outra opção são as tablets, em que o mouse se torna uma caneta e permite maior precisão na edição de áudio.

Mixers e superfícies de controle: feeling analógico no digital virtual

O surgimento das superfícies de controle representou uma espécie de volta na linha evolutiva do áudio. Primeiro, os mixers foram transferidos para a tela do computador. Depois, os faders foram recolocados na mesa, literalmente, na forma física. A explicação para esse aparente retrocesso é simples: operar um fader - ou ainda pior, um knob - com o mouse é muito ruim.

Além disso, a adaptação de um técnico ao mundo digital ficou muito mais fácil quando as interfaces de comando continuam similares. O trabalho numa DAW torna-se muito mais ágil e saudável, para a maioria dos profissionais, com o uso de superfícies de controle, pois elas reduzem o uso do mouse às funções para as quais ele é realmente indispensável. Vale ressaltar também que essas superfícies não são obrigatórias em uma DAW e que não têm relação direta com a qualidade do áudio. São apenas ferramentas para auxiliar o trabalho do profissional nas workstations digitais.

Outro ponto que deve ser esclarecido é a diferença entre superfície de controle e mixer digital. Mixers, de uma maneira geral, fazem a soma dos seus canais de áudio, seja de forma analógica ou digital. A qualidade dessa soma será um dos principais parâmetros de qualidade do próprio mixer. Já uma superfície de controle é apenas um equipamento que controla os parâmetros de um software, ou seja, altera o valor de faders, knobs e chaves referentes a volumes, mandadas auxiliares, plug-ins, transporte e as funções do software que cada desenvolvedor disponibilizar. Nesse caso, a soma referente à mixagem é feita através do processamento realizado pelo programa.

Assim como as superfícies de controle, os mixers também não são elementos obrigatórios em um estúdio, principalmente aqueles que se propõem a soluções mais simples. Quando usamos os programas para realizar a soma da mixagem, a presença de um mixer se tornará necessária apenas quando precisarmos gerenciar externamente o áudio que trafega pelo estúdio, como realizar endereçamentos entre salas ou vias de fone por fora do software.

Nos produtos disponíveis no mercado, o que acontece também é a implementação de soluções híbridas. Exemplos dessas soluções são mixers digitais que também podem controlar softwares e superfícies de controle que atuam como interfaces de áudio. Fabricantes como Edirol, Yamaha, Digidesign, M-Audio, entre outros, têm soluções interessantísimas e exemplos de todos os casos comentados nesse artigo.

Por fim, é importante ter em mente, na hora de projetar um estúdio, a função de cada periférico e o ganho de produtividade e saúde que eles proporcionam. O preço a princípio pode assustar, mas uma análise mais detalhada pode mostrar vantagens a longo prazo. Lembrando, obviamente, que nem sempre o maior preço significa uma maior qualidade. Além disso, na hora de montar o computador, é importante lembrar que quanto mais potentes os componentes, mais produtivo e prazeroso será o trabalho. A durabilidade também aumenta, pois o hardware agüentará por mais tempo os avanços dos softwares.

No próximo artigo já começaremos a abordar o processamento de áudio em si. Começaremos com as classes de plug-ins e nossos primeiros exemplos.


*Chamamos de aplicação offline de um reverb aquela que não é feita em tempo real, ou seja, aquela em que o resultado do processamento é um  arquivo de áudio armazenado em disco.  de um reverb em um trecho de uma trilha contendo a voz de um cantor.


Saiba mais sobre os colaboradores desta coluna:

Rodrigo Meirelles é engenheiro eletrônico e de computação, formado pela UFRJ, produtor fonográfico e mestrando em Educação da PUC-Rio. Ocupa atualmente a posição de diretor da Ground Control Treinamentos (Digidesign Sponsored School) e é professor do curso de Produção Fonográfica, da Universidade Estácio de Sá. Participou de produções musicais de artistas como Paralamas do Sucesso, Djavan e Forfun; atuou como palestrante em congressos como AES-Brasil, GECOM/UFRJ e Semana da Eletrônica (DEL/UFRJ); ministrou treinamentos corporativos em empresas de televisão e produção musical e participa do Grupo de Pesquisa Educação e Mídia.

Alan Tygel é engenheiro eletrônico formado pela UFRJ. Atualmente cursa o mestrado em Engenharia Elétrica na COPPE/UFRJ, no Grupo de Processamento de Áudio. Tem interesse especial no desenvolvimento de plug-ins VST e publicou artigos sobre seus plug-ins de restauração, equalização e som tridimensional nos congressos da AES Brasil. Além disso, ministrou recentemente um minicurso sobre programação para áudio na UFBA.

Julio Hammerschlag é profissional de áudio há mais de 10 anos. Cursou programação de computadores na PUC-Rio e é autodidata em áudio. Mixou diversos filmes para cinema, televisão e DVD. Sonoplasta de duas edições do Big Brother Brasil, atualmente trabalha na masterização de novelas e séries da TV Globo, além de ser instrutor da Ground Control Treinamentos (Digidesign Sponsored School).
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 SOBRE O AUTOR
Rodrigo Meirelles é engenheiro e produtor fonográfico. É hoje diretor da Ground Control Treinamentos e professor de produção na Estácio de Sá. Alan Tygel é engenheiro eletrônico.

Para entrar em contato, escreva para plugins@musitec.com.br.

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