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Edição #239
agosto de 2011
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Audio-Technica AT4080
Coincidindo com esta época em que estivemos falando a fundo dos microfones de fita, tive a felicidade de receber para análise um microfone que justamente usa esta tecnologia, só que com diversos aprimoramentos - o Audio-Technica AT4080.

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
 Lugar da verdade voltar 
Cuidado com o que o engenheiro ouve! por Enrico de Paoli
Há algum tempo escrevi um artigo chamado "Cuidado com o que o cliente ouve". Essa crônica rendeu alguns bons comentários e boas risadas. Ontem à noite, papeando com o Paulo Farat, surgiu o assunto das magníficas faltas de papas na língua, inteligência ou sensibilidade que existem por aí. E começamos a lembrar das diversas perguntas ou comentários (infelizmente) engraçados que um engenheiro de música ouve ao longo de sua carreira.

Acho que a mais clássica de todas é aquela que aparece quando a gente mostra um disco que ficamos um ano inteiro mixando, e alguém interessado em participar pergunta "E então, vai mixar quando?". Não sei o que amarela mais o sorriso: isso ou perguntar a uma mulher levemente acima do peso, por descuido, "pra quando é?".

A mais clássica pra (não) ser dita pra um engenheiro depois de um show, é: "É difícil fazer show aqui, né? Fica sempre embolado.". Essa é tipo perguntar pro cantor quando é que ele vai pôr a voz final, durante uma audição do disco mixado, sem saber. Mais uma vez, todo animado em participar do assunto!

A top que o Farat me contou não foi bem uma frase mal dita, mas um evento inacreditavelmente engraçado (ou aterrorizador): que tal as luzes da roda-gigante do parquinho ao lado do local do show piscando a cada bumbada que o baterista dá? Isso não pode ser nem chamado de negligência no dimensionamento do sistema de energia elétrica... É pegadinha mesmo! Me faz lembrar de um show que eu fiz na Itália, em Roma. As caixas centrais do PA estavam todas paradas já desde início da montagem.

Um mês depois, em Milão, fiz um show com a mesma empresa e, no sound check, para a minha surpresa, as mesmas caixas paradas. Eu perguntei se tinham queimado de novo e obtive a brilhante resposta "Não! Ainda estão queimadas!". Então eu questionei: "Mas estamos em outra cidade, um mês depois! Você montou as caixas assim mesmo, queimadas?". A resposta foi praticamente um show de humor: "Tava no contrato que tinha que ter caixas ali. Elas estão ali!".

No estúdio, não sei se é coincidência, mas todos os vocalistas ficam gripados no dia de gravar a voz! "Hoje eu acordei totalmente rouco. Tem algum chazinho aí?" Será que isso só acontece comigo? Então, acabei com o dia de gravar a voz: grava quando der! Por falar no que não falar: acredito que muitos que estão lendo mixem discos. Parece coincidência, ou o dinheiro do projeto sempre acaba justo na mixagem? "Sabe o que é, gastamos mais do que devíamos na gravação, e ainda temos que pagar a capa e a prensagem!" Uma vez eu perguntei: "E quem vai pagar essa capa sou eu?".

A pergunta mais freqüente de membros da platéia que passam pela mesa de som, (também citada pelo Farat) é: "Você sabe mexer em todos esse botões?". De fato, se eu não souber, ninguém vai ficar sabendo! Será que o piloto dos AirBus sabem pra que serve tudo aquilo? Não sei. Mas tenho certeza de que eles ouvem a mesma pergunta que nós! Mais importante do que saber mexer é saber quando não mexer! E por falar em platéia... uma vez uma senhora me perguntou logo antes do show, toda animada, se o Djavan ia cantar Coração de estudante! Sem contar as dezenas de vezes que me deram parabéns pela luz do show! Minha resposta é sempre a mesma: "Obrigado!".

"Quantos canais tem essa mesa?" e "não estão precisando de um carregador de malas, não?" também são perguntas muito ouvidas por quem está em turnê. Respondendo: eu de fato nunca decoro quantos canais a mesa tem. A menos que faltem canais! E, como diz o Farat: "Infelizmente a equipe está completa e por isso carregamos nossas próprias malas."

Outra coisa que (bons) engenheiros de música não suportam ouvir é "o mau contato parou" e "hoje o reverb tá dos dois lados!". E no estúdio eu particularmente detesto quando me pedem pra gravar algo que "não vai valer". Enfim, mau contato que pára sozinho volta sozinho - e na hora do show (ou do take). E, se não vai valer, pra que gravar? Tudo pode valer, sempre.

Uma vez um dono de uma empresa de som deu uma bronca no assistente dele durante a passagem de som, dizendo: "Você não aprendeu ainda que IN é de instrumetio e OUT é de outiofalante?". Ninguém que mixa shows suporta mesas fora do centro do ginásio ou teatro. É um show de música. Se a mixagem for ruim, o show é ruim! Como ainda não entenderam isso?

Não. Não dá pra abaixar. Não dá pra aumentar. O volume é esse mesmo. Eu não vendo CDs. Não informo onde é banheiro e nem que músicas vão tocar! Se o som tá ótimo, de fato o mérito é de todos. Se tá ruim, os culpados são todos os mesmos! Essa parece aquela dos médicos: quando o paciente fica bom, é "graças a Deus". Quando morre, a culpa é do médico!

Já ia esquecendo de perguntar: Alguém sabe quanto ganha um mesário? (Pois é, já me perguntaram isso algumas várias vezes.) Não ganha nada, né? Mas se diverte muito! Até mês que vem.

_____________
Enrico De Paoli
não é mesário. Grava, mixa e masteriza música. Ao vivo e no estúdio. Créditos incluem de Ray Charles a Djavan. E-mails devem ser enviados para
cartas@enricodepaoli.com.
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 SOBRE O AUTOR
Enrico De Paoli é engenheiro de gravação e mixagem ou sound designer. Agora com seu INCRIVEL MUNDO das MIXAGENS, recebe projetos de todo o país para serem mixados, de forma que o cliente fica online

Para entrar em contato, escreva para cartas@enricodepaoli.com.

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