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Edição #151
fevereiro de 2012
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capa: Festival de Verão 2012 Salvador
Nova iluminação mostra público animado no Festival de Verão
por Rodrigo Sabatinelli 19/02/2012
foto: EDGAR DE SOUZA
Em time que ganha, não se mexe. Eis aí a boa e velha máxima - que geralmente aplicamos a esportes populares, como o futebol - caindo como uma luva na iluminação, pois o assunto em questão é o Festival de Verão Salvador, um dos mais respeitados eventos musicais anuais (senão o mais respeitado) do país.

A história recente do festival se resume da seguinte maneira: no ano passado, a LPL, empresa paulista de Césio Lima, assumiu com sucesso o comando das luzes do festival. E, agora, em janeiro de 2012, em sua segunda consecutiva como fornecedora exclusiva de equipamentos de luz do evento, o resultado não poderia ser diferente.

Quem esteve presente no Parque de Exposições da capital baiana ou assistiu pela TV às apresentações de artistas como Claudia Leitte, Capital Inicial, Paula Fernandes, Ivete Sangalo, Luan Santana e o internacional James Blunt no Palco 2012, o palco principal, notou mais uma vez que mudanças consideráveis no que diz respeito à luz tornaram ainda mais belos o festival e sua transmissão.

As mudanças se referem, em especial, à luz de plateia, que, neste ano, foi feita com moving lights e lâmpadas PAR. De acordo com Césio, diretor de fotografia do Festival de Verão que dividiu os trabalhos com William Andrade, "a entrada dos movings abriu possibilidades inatingíveis somente com as PAR, e, com isso, a transmissão ganhou uma beleza comparável à dos festivais internacionais".


O rider de luz, como de costume, também trouxe novidades. Desenhado por Marcelo "Mazão" Marino, proprietário da empresa LSD LED, ele foi fortemente inspirado na arquitetura nova-iorquina e valorizou amplamente o espaço cênico, novamente desenhado por Giuseppe Mazzoni, da GMS Arquitetos, empresa responsável pelo projeto arquitetônico do festival desde sua primeira edição.

"O palco principal do evento, que, neste ano, teve 600 m² (24 m de largura e 13 m de altura), padrão exigido por artistas internacionais do quilate de Beyoncé, por exemplo, foi iluminado em sua totalidade, o que também beneficiou a transmissão", ressaltou Mazão. Giuseppe completou destacando, primeiramente, que, na natureza, nada é rígido em sua forma. "A estrutura orgânica, toda feita em curvas que mudavam de cor e que promoviam interessantes efeitos visuais quando filmadas pelas câmeras de TV, foram prova disso", disse ele.

Diante de toda a parafernália de equipamentos necessários para montar a cenografia, a iluminação, o som e as telas de LED, toda a estrutura demorou quase um mês para ser levantada no Parque de Exposições - localizado numa área de 450 mil m² no bairro de São Cristóvão -, tendo o processo sido concluído no dia 2 de janeiro. Apesar da complexidade da obra, a cenografia ficou pronta três dias antes da montagem do som, da luz e dos LEDs, que foram instalados poucos dias antes do início do festival, realizado entre os dias 25 e 28 de janeiro.

A novidade cenográfica que nitidamente agradou a galera do chamado "gargarejo", linha de público mais próxima da boca de cena, foi a instalação de uma passarela, que deixou os artistas bem mais próximos de seus fãs.


DTS DOMINA RIDER PRINCIPAL

A presença dos equipamentos da italiana DTS não é uma novidade no Festival de Verão. Há muitas edições, desde que a Luzbel iluminava o evento, a empresa, que é representada no Brasil pela HPL, deixa sua marca na iluminação.

Neste ano, o rider de Mazão contou com diversos de seus itens, dentre eles 28 moving heads XR 1200 Wash, 12 XM 1200 Spot, 22 XR 3000 Spot CMY e 34 XR 2000 Beam. Estes equipamentos, bem como três telões de LED HD de 6 mm de distanciamento entre pixels, foram controlados por diversas mesas grandMA, como as Full Size e as Light 02.


A escolha pelos DTS fez com que Mazão trabalhasse de maneira segura. Segundo o lighting designer, são equipamentos que, geralmente, não apresentam problemas. "Eles podem ser utilizados por horas e horas, como é feito no festival, sem que haja risco de superaquecimento ou outros problemas que conderiam seu uso", afirmou.

Césio reforça a colocação de Mazão. "A DTS se firmou no Brasil, basicamente, por dois motivos: primeiramente, pela qualidade de seus produtos, que em nada deixam a desejar se comparados aos seus concorrentes. E isso quem está dizendo é alguém que trabalha com diversas marcas, como Robe, entre outras. O segundo motivo é o atendimento que a HPL proporciona aos seus clientes. Normalmente, comprar é fácil. Difícil é ter acompanhamento de pós-venda", pontuou o diretor de fotografia.

MOVINGS VALORIZAM NOVA LUZ DE PLATEIA

A luz de plateia do Festival de Verão, como foi dito no início da matéria, teve uma mudança considerável em seu conceito. Neste ano, além das tradicionais lâmpadas PAR, foram usados moving lights. Ao todo, estiveram disponíveis 36 Giotto 400, que, juntamente às mais de 250 lâmpadas PAR, deixaram a plateia mais colorida.

Esses movings foram dispostos nas duas house mixes - a de som e a de luz - e em cerca de dez postes, distribuídos por toda a arena onde o festival foi realizado. Nesses postes, bem como nas laterais do palco, haviam, ainda, as PAR - todas em Foco 02 -, que têm como característica um zoom mais forte que as de Foco 05.

Para Mazão Marino, as mudanças no setor deixaram a transmissão mais alegre. Segundo o lighting designer, graças à tecnologia, o look mostrou o público de maneira "mais internacional". "A tecnologia das cabeças móveis possibilitou isso. Claro que as PAR Cam têm sua 'onda', mas os moving lights mostraram com maior definição o movimento das pessoas, que acompanhavam os shows cantando e dançando. E isso foi parar na tela", disse.

Responsável por programar e afinar as luzes do setor, o também lighting designer Sergio Almeida explicou tecnicamente a mudança. "Adicionamos os moving para termos cores diferentes na plateia. Queríamos que ela mudasse de cor, que proporcionasse climas diferentes a cada show. Claro, tudo sempre em harmonia com a luz cenográfica e a luz própria do espetáculo", disse. "Na verdade, integramos todas as luzes, como fizemos no Rock In Rio, por exemplo. E essa integração foi vista na TV, onde a plateia se mostrou muito mais viva e presente", completou.


Césio fez das palavras de seus companheiros as suas. No entanto, o diretor de fotografia foi além e disse que o evento baiano tem o agito da plateia como grande diferencial. Na sua opinião, isso se deve especialmente ao fato de que boa parte dos artistas apresentam repertórios compostos por músicas agitadas, feitas para dançar.

"Então, partindo desse princípio, é de total interesse da direção do festival mostrar o envolvimento do público, a forma como ele se relaciona com os artistas e o que ele proporciona ao evento, que é algo único, dificilmente reproduzido por outras plateias do Brasil. Sem desmerecer ninguém, claro. Afinal, estamos falando de características", explicou. "A diferença da luz de plateia deste ano para a que fizemos nos anos anteriores é que, nessa, mesmo nos climas mais intimistas, conseguimos usar cores. Não usamos o preto e nem aquele branco, mais neutro", completou.

RIDER AMPLO É BEM EXPLORADO POR ILUMINADORES

Para Mazão, os iluminadores das bandas de rock souberam exploram melhor o rider desenhado por ele. Segundo o próprio, "essa coisa de usar tudo, de procurar trabalhar com tudo o que há no rider, é meio que uma característica deles mesmo", disse, referindo-se, especialmente, às luzes de Capital Inicial e Frejat.

"Já o pessoal do axé optou por trabalhar mais com os strobos e os shutter. Dessa galera, destaco a luz do Danilo, que ilumina o Asa de Águia. Ele, realmente, fez um show diferente", completou Mazão, que também curtiu as luzes de Seu Jorge e Paula Fernandes.


Césio e Sergio Almeida também citaram Antônio Danilo dos Santos (ou simplesmente Danilo) como um dos melhores iluminadores do festival. "O crescimento dele como profissional é nítido. Por fazer esse festival há anos, posso afirmar isso com folgas. A luz do Asa não atendeu somente ao público, mas também chegou boa para a TV e mostrou personalidade ao fugir daquele pisca-pisca de strobos", disse Césio, lembrando que Junior Luzbel, iluminador de Ivete Sangalo, também deu seu já conhecido show. "Ele arrebentou, para variar".


Já o programador de luz de plateia justificou sua escolha destacando que "a luz de Danilo foi muito bem programada em cuelist, algo que os gringos fazem muito bem e que, agora, temos feito aqui no Brasil". Sergio também aproveitou para citar outras duas luzes como as melhores do festival. "A da cantora Paula Fernandes, feita por Geraldo Magela, que trabalha com os movings em grupos separados de dimmers e, por isso, literalmente 'tocou' junto com os músicos, e a de James Blunt, que é uma luz original, muito bem trabalhada junto aos painéis de LED."

STUDIO 3D SE TORNA PONTO DE ENCONTRO DE ILUMINADORES

Em festivais como o Festival de Verão, a correria é grande. Os trabalhos começam muitas horas antes de os portões se abrirem para o público, e é no Studio 3D onde estão eles, os iluminadores.

Supervisionado por Sergio Almeida, o espaço foi dedicado à programação de luzes dos shows dos artistas do festival. Nele, havia consoles grandMA e monitores nos quais os profissionais poderiam conferir a afinação de suas luzes. Para Césio Lima, este é o tipo de investimento fundamental para um festival de grande porte. "Não é luxo, é necessidade! No Studio 3D, os caras passam a luz com tranquilidade e podem recorrer a nós, lighting designers, solicitando ou discutindo alguma questão mais determinante em seus shows. É o ambiente de convivência pré-show, que serve para os ajustes finos, para o pente fino das luzes, na verdade", disse.

Por isso, o diretor de fotografia destaca que o ideal seria trabalhar com tudo em duplicidade, o que ainda não é o caso. "Nós vamos chegar lá, tenho certeza. O festival, ou melhor, sua direção, chegou a um nível gringo de produção. Hoje, temos uma estrutura de dar inveja e uma transmissão que mostra tudo isso nitidamente. A questão da duplicidade é evidente. Quem sabe nos próximos anos a gente não consiga dar mais esse passo?", arriscou, lembrando que este tipo de questão geralmente fica a cargo de Bruno Lima, seu sobrinho e sócio na empresa.

"Ele [Bruno] é o grande viabilizador de tudo. É quem consegue, dentro do orçamento que é fornecido, arrancar o máximo da empresa em prol do melhor para o festival", encerrou.


PARCERIA ENTRE LPL E HPL SE CONSOLIDA
Em um rápido bate papo, Adalberto Silva, diretor comercial da HPL, distribuidora exclusiva dos produtos DTS no Brasil, falou sobre a parceria de sua empresa com a LPL, locadora que assumiu definitivamente a luz do Festival de Verão Salvador

Luz & Cena: Adalberto, como é a relação da HPL com a LPL? Em que consiste essa parceria que vocês estabeleceram há alguns anos?

Adalberto Silva: Não é de hoje que temos essa parceria, que, desde sempre, nos dá um retorno muito grande. Afinal de contas, estamos trabalhando com uma locadora que é referência em toda a América do Sul. A LPL oferece hoje, além dos seus equipamentos, um outro grande diferencial em relação aos seus concorrentes: o talento dos jovens Bruno, Caio e Erich, que têm atuado em praticamente todos os grandes projetos da empresa. Sem falar, claro, do profissionalismo e da experiência do velho Césio, sempre muito correto nas suas decisões.

L&C: É comum os distribuidores se envolverem com locadoras desta maneira?

Adalberto: Olha, tudo o que diz respeito à LPL aqui no Brasil é feito com o respaldo da DTS Itália. De lá, temos autorização para fazer o possível para melhor atendê-los, seja cedendo um equipamento para testes ou mesmo prestando suporte tecnológico a seus funcionários. No último Rock In Rio realizado na Europa, enviamos equipamentos diretamente da Itália para Portugal e Espanha. Neste ano, no Festival de Verão, disponibilizamos nossos Wash 1200 para completar o rider desenhado pelo Mazão. Esse é nosso objetivo. Atender.

FESTIVAL DE VERÃO SALVADOR
RIDER DE LUZ 2012



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