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Edição #151
fevereiro de 2012
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Holofote: Juliana Vieira
por Bruno Bauzer 18/02/2012
foto: Divulgação
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Belas Artes de São Paulo, desde o começo dos estudos Juliana tinha a intenção de trabalhar com direção de arte e cenografia. No entanto, a faculdade de Arquitetura era a que mais se aproximava do que ela realmente queria. Terminado o curso, entrou para o Espaço Cenográfico, dirigido por José Carlos Serroni.

"Logo no início, tudo me fascinava. Aos poucos, as coisas foram clareando e minhas preferências surgindo. Comecei a trabalhar com iluminação cênica pouco depois de entrar no Espaço Cenográfico. Na época, acompanhava o processo criativo de um espetáculo da companhia da qual hoje sou diretora técnica. Poucos dias antes da estreia tivemos um problema com o iluminador e acabei criando minha primeira iluminação, com direito até a crítica no jornal. Depois deste dia nunca mais parei!", conta Juliana, que além de ocupar o posto de diretora técnica da Cia. Ana Catarina Vieira e Ângelo Madureira de Dança Contemporânea, também trabalha com expografia e iluminação.

"Considero-me uma profissional versátil, e não só porque a versatilidade é algo exigido pela área cultural, mas também por causa da paixão que tenho por tudo o que envolve os bastidores e o processo criativo em exposições, shows, teatro e dança", afirma Juliana, que, no começo, para levantar dinheiro, vendia maquetes e contava com o apoio incondicional da família. "Sem ela, nada disso teria sido possível. Mas meu interesse e desejo ultrapassavam qualquer dificuldade que enfrentava na época."

Logo que concluiu o curso dirigido por J.C. Serroni, Juliana se tornou sua assistente, posição na qual permaneceu por alguns anos. Paralelamente a esse trabalho, a profissional desenvolveu um projeto de pesquisa em iluminação que tinha como meta encontrar outro sentido para a palavra "luz". Segundo ela, não se tratava de somente compreender o ato de "iluminar", mas também seu diálogo com o corpo e a criação de outros sentidos tanto para o corpo quanto para a luz.

Atualmente, Juliana Vieira está em algumas exposições, nas quais faz a expografia, a iluminação e a itinerância (é o caso de As Dores da Colômbia, do pintor e escultor Fernando Botero, realizada em parceria com a Aori Produções Culturais), além de ministrar cursos de iluminação cênica e processos criativos para iniciantes na Escola São Paulo. "Minhas últimas criações foram os espetáculos A Revolta da Lantejoula, que estreou em São Paulo, e Nafta, realizado na Croácia depois de uma pesquisa realizada com bailarinos croatas", conta ela, que apesar de considerar importantes todos os trabalhos de sua carreira, tem três favoritos.

"Clandestino é um deles, porque foi um espetáculo em que não limitei minha criatividade por questões técnicas. Utilizava uma quantidade grande de equipamentos específicos, e, por conta disso, não consegui montar sua iluminação original muitas vezes. Destaco também o espetáculo O Nome Científico da Formiga, dirigido pelo Fernando Faro, em que a iluminação costurava a dança e a projeção, e a exposição A Ultima Viajem de Orlando Villas Boas, para a qual construí uma grande oca. As fotografias do Kuarup ficavam em suportes de backlights penduradas em cabos de aço", recorda.

Analisando o mercado de trabalho no Brasil, Juliana acredita não ser fácil trabalhar com cultura país, mas ressalta que a versatilidade faz com que as oportunidades sejam maiores. "Sinto uma grande evolução técnica no que se refere a equipamentos, mas acho que falta um aprofundamento real no que está sendo usado. O resultado disso acaba sendo o surgimento de muitas possibilidades e o pouco desenvolvimento da criatividade", conclui.

Metodologia de trabalho: Acompanho ao máximo todos os processos de criação, ensaios, conversas e pesquisas. Depois de uma possível visita técnica, a equipe desenvolve um cronograma de montagem que tentamos seguir ao máximo.

Principais influências: Sou fascinada pela história do grande cenógrafo e iluminador tcheco Josef Svoboda e pelas técnicas criadas por ele em seu trabalho cênico. Há também o trabalho de luz e sombra dos filmes do Godard, as cores e enquadramentos do Almodóvar, o olhar diferenciado de Tim Burton.

Projeto especial que já realizou: Uma das maiores experiências que vivi foi coordenar a equipe de expografia e iluminação da exposição Galeria Caixa Brasil, que aconteceu simultaneamente em todas as capitais brasileiras, criando, produzindo e modificando locais com e sem estrutura. Trabalho intenso e de muito aprendizado.

Um iluminador: Prefiro citar um nacional - Guilherme Bonfanti

Um cenógrafo: Meu mestre, JC Serroni

O que não pode faltar em um projeto de luz: O mais importante é o envolvimento e a participação no projeto. Saber o que realmente está sendo necessário, qual a linguagem e como transmiti-la de uma maneira que acompanhe também o seu entendimento do trabalho.

Sonho de consumo profissional: Muitos Dedolights! E também um espaço com equipamentos que ofereça a possibilidade de desenvolver pesquisas e testes com iluminação e cenografia.

Planos para o futuro: Continuar trabalhando, estudando, aprendendo, criando, montando, afinando, operando... Trabalhando com aquilo que me satisfaz como artista.

Dica para quem começa: Disciplina, dedicação e persistência. Busque ampliar seus conhecimentos, mantenha-se atualizado, perceba que nunca se sabe demais e que em cada trabalho algo novo se aprende. Respeite o outro como profissional e saiba escutar, pois isso faz a diferença. Mas, em primeiro lugar, é fundamental acreditar muito no que está fazendo. Não é uma profissão fácil. É uma vida muito intensa, cheia de altos e baixos, mas que vale a pena.
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