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Edição #116
março de 2009
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FESTIVAL: Mais luzes no Festival de Verão Salvador 2009
Movings da SGM estreiam no evento
por João Telles 09/03/2009
A 11ª edição do Festival de Verão Salvador provou mais uma vez que os baianos têm a capacidade de fazer uma festa extremamente eclética e com muito profissionalismo. Estima-se que entre os quatro dias do evento, que ocorreu entre 28 e 31 de janeiro, mais de 200 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições de Salvador, na capital baiana, sendo que o último dia - quando Olodum, Capital Inicial, Victor e Leo, Psirico e a atração internacional Alanis Morissette se apresentaram -, foi o de maior público, com cerca de 60 mil pessoas.

Sob o tema Movido pela mistura, novos espaços foram lançados este ano: o Mercado Mundo Mix, feira de artes e moda; a Arena Festival, com entrevistas especiais e debates com a participação do público, intercalando shows alternativos, e o Boteco do Samba, onde reinava o típico ritmo brasileiro com atrações como Fundo de Quintal, Arlindo Cruz, Revelação e Dudu Nobre. Outros quatro ambientes completaram o circuito do festival: a Arena Universitária, a Feira Cidadã, a Broadway e a Tenda Eletrônica.

Mas o maior destaque, como sempre, foi o Palco 2009, o principal, por onde passaram Ivete Sangalo, Jota Quest, Ana Carolina, Asa de Águia, O Rappa, Chiclete com Banana, Banda Eva, entre outros. Na iluminação, a novidade foram os movings Synthesis 700 wash e 700 spot, que a Hot Machine, representante da fabricante italiana SGM, levou ao festival.

Marcelo Marino, o Mazão, foi o responsável pelo desenho de luz pela nona edição seguida, além de ter operado as luzes de platéia e os vídeos. A empresa baiana Luzbel, como nas últimas quatro edições, forneceu os equipamentos de iluminação do palco principal e dos camarotes da Seda. Daniel Ridano, gerente de área para a América Latina da MA Lighting International, fez a coordenação do suporte técnico oficial da marca no evento. As programações de luzes e 3D foram feitas por Paulo Lebrão, da MA Lighting, e as programações de vídeo, por Leandro Patrevita, da LSD, empresa de Mazão. A direção de fotografia da transmissão da Rede Globo e da TV Bahia foi assinada por Césio Lima.

MAIS REFLETORES, MENOS PAINÉIS DE LEDs

Mazão explica que a concepção do rider para este ano foi totalmente nova. O objetivo era usar mais luzes no palco do que painéis de LEDs, ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas edições. "Foi necessário o uso de muitas luzes, pois como tínhamos câmeras em todos os lugares possíveis, era preciso que estivesse tudo bem claro para a transmissão da TV".

Um exemplo desse novo conceito foi o gride, que já teve em outras edições estruturas em formato de V, triângulos, retângulos e quadrados que lembravam a forma de losangos, mas desta vez foi montado na horizontal, em linhas. "A ideia era formar uma parede e teto tomados de luzes, tanto que tivemos o cuidado de deixar o fundo preto, para ajudar no resultado", diz Mazão.

Jair Lopes, iluminador do grupo Chiclete com Banana, foi um dos que mais elogiou o projeto de luz. "No ano passado, achei que tinha muito LED no palco, o que, na minha opinião, acabou desvalorizando muito a iluminação. Este ano, essa falha foi reparada, uma coisa está casando com a outra de forma bastante satisfatória. Está realmente muito bonito", disse.

Ele ainda ressaltou que a necessidade de muita luz para a transmissão da TV já não incomoda tanto os iluminadores por conta da qualidade dos novos movings. "Já sofremos muito com esse problema no passado, de ter que deixar todas as luzes de platéia acesas o tempo todo. Mas, hoje, com a melhora da qualidade dos movings, que são muito fortes e aparecem bastante, isso não nos atrapalha mais".

Na opinião de Junior Luzbel, dono da empresa homônima e iluminador de Ivete Sangalo, o ponto mais positivo em relação ao rider deste ano foi exatamente essa harmonia entre os painéis de LEDs e as luzes. "A gente não conseguia muito bem fazer com que os dois trabalhassem harmonicamente, mas, graças às equipes de projeção e de luz, utilizando dois grandes painéis do lado de fora, conseguimos o resultado esperado."

Os painéis da TecnoVISION e LEDhouse, fornecidos pela empresa ON Projeções, foram dispostos da seguinte forma: dois painéis nas laterais de 13mm, com 5,28 x 11,44m (cada), resolução de 384 x 832 pixel e sinal de HD SDI (transmissão ao vivo); um painel de fundo de palco de 8 mm, com 8,16 x 6,16m, resolução de 1024 x 768 pixel e sinais do servidor de vídeo MA, e quatro painéis na plateia de 13mm, com 3,96 x 3,52m (cada), resolução de 288 x 256 pixel e sinais do servidor de vídeo MA.
ressalto

As imagens lançadas nos telões, além de alguns comerciais e vídeos informativos, eram do banco  de dados da Rede Globo e da LSD, empresa de iluminação de Mazão. As bandas que tinham seus próprios vídeos plugavam seus processadores no painel atrás do palco e o próprio operador de vídeo ou iluminador da banda fazia o trabalho, sendo que nesses casos, nos painéis das laterais do palco, as imagens continuavam sendo as da Globo e da LSD.

O Rappa e a Banda Eva foram algumas das atrações que levaram vídeos próprios. O Biquíni Cavadão, por exemplo, repetiu o número gravado no DVD Biquíni Cavadão - Anos 80 - Volume 2 em que Bruno Gouveia faz um dueto virtual com Cláudia Leitte em Romance ideal, sucesso dos Paralamas do Sucesso.

Ivete Sangalo também usufruiu de vídeos próprios, tanto para criar efeitos orientais na nova música, Cadê Dalila?, quanto para finalizar o show, quando usou uma edição feita com várias fotos de sua carreira, lembrando o mais recente show de Madonna.

Nos intervalos, eram apresentados nos telões os melhores momentos das apresentações anteriores, além de entrevistas com os artistas nos bastidores minutos antes de subir ao palco. Um dos momentos mais marcantes foi quando foi quando Durval Lelys, vocalista do Asa de Águia, foi mostrado vindo direto dos camarins até o palco montado em sua moto Harley Davidson.

MOVINGS DA SGM SÃO LANÇADOS NO FESTIVAL

A locadora Luzbel usou além de equipamentos de seu próprio acervo, modelos que eram lançamentos no Brasil e fizeram sua estréia no festival, trazidos pela Hot Machine, representante brasileira da SGM. Destaque para os Synthesis 700 wash e 700 spot. Junior comemorou o sucesso diante dos técnicos. "É um material bem bacana e, pelo que ouvi dos iluminadores, esse foi o melhor mapa da história do festival".

Os Synthesis 700 wash ficaram na house mix de luz e iluminaram a testeira do palco. "O Synthesis é sem sombra de dúvida um dos melhores da atualidade, é extremamente forte. Para se ter uma idéia, os washs mais potentes que temos no mercado atualmente são de no máximo 575, é muita diferença. Com certeza investiremos no produto para o próximo festival e para o próprio acervo da Luzbel", diz Junior.

Outro lançamento da SGM trazido pela Hot Machine foi o Giotto digital 1500, projetor de imagens com qualidade de 18mil ANSI lumens. O equipamento não foi usado por ter chegado a Salvador apenas no terceiro dia de festival e por isso não pôde ser programado a tempo.

No palco com 15,40m de boca de cena menor, 23m de boca de cena maior, 11,70m de altura do piso do palco até o teto e 16m de profundidade, havia 10 box truss em diferentes linhas no teto.

De contraluz, foram usados 20 SGM Giottos 400 e 12 DTS XR7 wash, além de 60 PARs 64, 48 PAR ACL 56 e dez minibrutes. Nas laterais e no fundo do palco, tinham 20 Giottos 400, oito IDEA Wash 575, 12 Atomics 3000, 16 minibrutes e 16 PARs ACL 56. No chão, 12 Synthesis 700 spot, seis no fundo e três de cada lado na frente. Para luz do cenário, estavam à disposição seis Synthesis 700 wash e seis Ribaltas de LED, ambos SGM.

A quantidade de equipamentos usada para iluminar a platéia foi praticamente duplicada em relação ao ano anterior. "Ano passado, nós trabalhamos com 144 lâmpadas PARs. Este ano, tivemos 282 PAR 64 foco 1, e, de quatro Ireos, foram para seis (Pro 8000W, da Space Cannon)," orgulha-se Junior. Como no ano anterior, a luz de platéia foi toda branca.

"Desta vez, eles capricharam na quantidade de movings, eu nem precisei usar tudo", diz Binho Schaefer, iluminador de Ana Carolina, um dos mais elogiados no festival, fazendo um show surpreendente, em que apostou muito nos tons vermelhos. Ele também fez questão de elogiar o trabalho da MA no evento.      

MA LIGHTING MONOPOLIZA SUPORTE DOS CONSOLES

Na edição de 2008, além do suporte da MA Lighting, havia a possibilidade de utilização de outras mesas, como a Avolites Pearl, já conhecida pela maioria dos iluminadores. Alguns até se aventuraram a programar e operar a grandMA, mas muitos preferiram usar o sistema já conhecido, alegando falta de tempo para aprender a usar a mesa alemã até a hora do show.

Este ano não houve desculpas, pois todas as mesas foram da MA Lighting. Uma full-size ficou na sala de programação durante o dia e foi para a house mix na hora do show; uma ultra-light gerenciou os vídeos e  uma MA light, a versão menor da full, ficou de backup e outra para a luz de platéia, sendo que uma delas era de Junior, que recentemente a adquiriu para usar na turnê com Ivete Sangalo.

Ridano explica o crescimento da participação da MA Lighting no festival. "O ano passado não foi uma coisa assim tão oficial, usamos os consoles, mas o vídeo não estava tão presente. Levamos um servidor de vídeo que talvez nem fosse usado, mas acabou rolando. Já este ano foi planejado".

Na sala de programação, localizada atrás do palco, os técnicos e operadores fizeram suas cenas durante o dia para de noite terem seus shows prontos. "Esse é um esquema que está rolando cada vez mais no Brasil e que já é de praxe internacionalmente em shows importantes. Você poupa muito tempo e tem a possibilidade de trabalhar de forma muito mais confortável. Hoje, o software de pré-programação e visualização grandMA 3D 2, garante uma certeza do que você está vendo será exatamente o que vai ver quando chegar ao palco", diz Ridano

Paulo Lebrão, programador e técnico de vendas da MA no Brasil, ficou à disposição dos iluminadores o tempo todo, tirando dúvidas e auxiliando-os caso tivessem dificuldades. "É um trabalho cansativo sim, mas é muito gratificante ver a empolgação dos operadores depois que entendem como funciona o sistema e percebem que, na verdade, ele é muito intuitivo", diz Lebrão. Thomas Hieatt, iluminador d'O Rappa era um dos empolgados "Realmente é impressionante a mesa, só falta agora eu convencer a galera da banda a comprar uma".

Apenas Lino Pereira, iluminador do Jota Quest, usou uma Avolites Pearl 2004, mas mesmo assim paralelamente com a grandMA. A Avolites serviu apenas para ele controlar os painéis da própria banda. Eram 24 painéis da francesa Jarag, com 58 x 58cm, formando seis placas dispostas no palco. Lino optou fazer o show com as duas mesas por questão de tempo. "Só tínhamos uma hora para programar tudo, seria inviável. Não daria tempo de programar os painéis, além das cenas do show. Como eu já tinha as cenas prontas na Avolites, optei por fazer assim". Os painéis foram usados nos momentos de ataque das músicas, junto com as batidas do bumbo, além dos momentos mais dançantes do show da banda mineira.

CENAS ADPTADAS PARA O RIDER DO FESTIVAL
 
Junior, que recentemente comprou uma grandMA light para usar na turnê com Ivete Sangalo, já tinha suas cenas  prontas na mesa. Ele apenas teve que adaptar os momentos do show de acordo com o mapa de luz do evento. "De certa forma, foi bastante tranqüilo fazer a programação para o show do festival, até porque ele foi mais curto do que normalmente é na turnê com ela", explica.

Ele conta que sendo o show mais curto e por ser um evento grande, Ivete preferiu deixar as baladas de lado, facilitando o trabalho dele. "Nas apresentações completas, temos momentos que exigem que eu crie climas, como numa música de piano e voz, mais intimista. Mas um show assim, do jeito que foi, na pressão, é mais tranqüilo", diz Junior, que abusou das cores claras, como âmbar e amarelo e, em momentos mais fortes da apresentação, muitos ataques de estrobos e minibrutes.

Outro profissional que já tinha experiência com a mesa da MA foi o americano Kevin Christopher, iluminador da cantora canadense Alanis Morissette. "A única dificuldade mesmo foi o tempo para adaptar o show com o rider disposto, mas a mesa eu já conheço muito bem, é a que uso regularmente", diz Kevin, que teve duas horas para programar, ao contrário dos outros iluminadores, que só tiveram uma.   

  

Alguns equipamentos presentes no mapa de
luz desenhado por Mazão foram substituídos ou
eliminados do rider, como as PARs LED
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