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Edição #239
agosto de 2011
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Audio-Technica AT4080
Coincidindo com esta época em que estivemos falando a fundo dos microfones de fita, tive a felicidade de receber para análise um microfone que justamente usa esta tecnologia, só que com diversos aprimoramentos - o Audio-Technica AT4080.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
 Lugar da verdade voltar 
O que as gravadoras deviam ter feito por Enrico de Paoli
O nome "gravadoras não existe à toa. Algumas empresas desenvolveram a tecnologia de gravação de áudio e música, e se encontraram com a faca e o queijo nas mãos. Não existia outro jeito de gravar música, senão com eles. O que as gravadoras tinham era extremamente sedutor aos artistas, que passariam a ganhar por discos vendidos e não somente se apresentando ao vivo. As gravadoras tinham seus estúdios, seus produtores, seus engenheiros de áudio, e seus músicos. Eles fabricavam artistas. Parte da fórmula era a glamurização da imagem e a mistificação na personalidade deles. Estava criada a receita Hollywood. O filme Ray, que conta a história da vida de Ray Charles é um ótimo exemplo desse assunto.

O tempo foi passando, e o departamento de marketing foi ganhando força com a grande fabricação de sonhos e de nomes cada vez mais gigantes. O eterno poder de sedução que a tecnologia tem fez aparecer então os estúdios particulares. Estes pertenciam a donos apaixonados por áudio, música e tecnologia, e logo começaram a chamar a atenção de produtores, e das próprias gravadoras.

Surgia a terceirização dos estúdios na produção de vários discos. Curiosamente, nem todos os projetos eram mais gravados pelas gravadoras! Com a tecnologia acelerando o desenvolvimento dela própria, as gravadoras começaram a sentir o custo e a energia necessária para manter seus estúdios atualizados. Os departamentos de marketing e os gerenciamentos de catálogos (editoras), passaram a ser mais importantes e necessários dentro de uma gravadora, do que seus próprios estúdios, que lentamente foram sendo fechados. A gravadora se tornava um grande escritório, onde se contratavam artistas, produtores, músicos e também, estúdios. Os discos ainda eram sucesso. Vendiam muito. Lembre-se que não existia forma de duplicá-los em casa. Os ouvintes e compradores de discos já podiam, sim, gravar cassetes em casa... Mas era um processo relativamente lento e a qualidade deixava a desejar. Além de que o cassete tinha algumas inconveniências, como dificuldade para encontrar a música desejada, em cada local sua sonoridade era uma surpresa, e degradação nítida da qualidade do áudio em curto tempo de uso. Portanto, o produto que as gravadoras comercializavam, vendia cada vez mais. Ouvir discos era bacana. Presentear era um luxo. Ganhar de presente, uma delícia.

A tecnologia galopava, e surgiam os home studios. Estes demoraram um pouco para ter qualidade de "discos de verdade", mas criavam-se ali apaixonados por gravação e produção, até que o inevitável aconteceu... os estúdios pequenos começaram a roubar trabalhos de estúdios multimilionários. Estes começaram a fechar nos quatro cantos do planeta. Mas isso não afetava as gravadoras. Pelo contrário, elas pagavam cada vez menos para produzir um disco, e gastavam cada vez mais com o marketing pra deixar mais artistas famosos, muito famosos. Eles não percebiam que a tecnologia de gravação não só não mais lhes pertencia, mas também era descentralizada e avançava num ritmo assustador. Muitos acham que o problema surgiu quando o usuário caseiro passou a poder gravar ou duplicar CDs. Eu tenho outra opinião.

O CD, que antes era um produto prático, bacana, portátil, tocável em qualquer lugar, passou a ser simplesmente inconveniente. Grande, raramente com mais de uma música boa, com aquelas caixinhas que viviam quebrando e o pior, quando a gente estava no carro, o CD que queríamos estava em casa, e vice-versa.

Onde foi que as gravadoras erraram? Onde todo mundo erra quando se depara com uma crise. Afinal, uma crise não é nada mais, nada menos, do que uma mudança nos hábitos. Enquanto a maioria reclama que "as coisas não andam bem e não são mais como antes", o inteligente se beneficia da mudança. As gravadoras preferiram reclamar que os discos não vendiam mais "por causa da pirataria" em vez de aproveitar a tecnologia para criar o novo jeito de se comercializar música. Ninguém mais ouve CDs. Ouvimos arquivos. A TIM vende música. A Apple vende música. E as gravadoras tentam vender discos. E quando finalmente eles descobrirem que deveriam vender downloads, aqueles deixarão de existir. Pois muito em breve não precisaremos mais ter os arquivos conosco, como já é realidade em sites como o YouTube.

O futuro próximo está nos provedores de conteúdo virtual e venda de acesso às obras. Eles contratarão artistas, lançarão músicas novas, clipes e farão nomes ficarem famosos. O CD pode estar no fim da vida, mas mercado não vai acabar e muita música vai ser gravada, mixada e masterizada. As gravadoras estão sendo reinventadas. Será que só elas não perceberam? Ou estão preparando uma grande surpresa para nós?
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 SOBRE O AUTOR
Enrico De Paoli é engenheiro de gravação e mixagem ou sound designer. Agora com seu INCRIVEL MUNDO das MIXAGENS, recebe projetos de todo o país para serem mixados, de forma que o cliente fica online

Para entrar em contato, escreva para cartas@enricodepaoli.com.

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