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Edição #239
agosto de 2011
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Audio-Technica AT4080
Coincidindo com esta época em que estivemos falando a fundo dos microfones de fita, tive a felicidade de receber para análise um microfone que justamente usa esta tecnologia, só que com diversos aprimoramentos - o Audio-Technica AT4080.

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quinta-feira, 3 de abril de 2008
 Lugar da verdade voltar 
DSP: O QUE A GENTE NÃO FICA SABENDO. por Enrico de Paoli
Nesta semana estava fazendo um projeto que será lançado em CD e DVD simultaneamente. O áudio do show, muito bem captado e mixado em estéreo 2.0 pelo produtor e engenheiro de som mineiro Chris Caldas, foi enviado pra mim de forma atípica: em DVDs-data que continham uma sessão de Pro Tools com o L/R da mix, mais vários tracks dos microfones de platéia espalhados por toda a casa de shows, com alguns plug-ins e muita automação.

Ao tocar essa sessão do jeito enviado, eu teria a exata mixagem feita pelo Chris. Minha função era masterizar o que viraria o CD, naturalmente em estéreo, e também abrir esses canais da platéia no panorama 5.1 surround, para então fazer a master para o DVD em 5.1, e mais a versão estéreo 2.0, também como uma segunda opção de áudio para o DVD.

Após pensar como organizar a engenharia do projeto, decidi que eu criaria a master dos dois produtos simultaneamente, a partir de um mesmo princípio básico, para que eu tivesse os timbres idênticos em todas as versões. Parti da sessão enviada por ele, de forma que eu obviamente pudesse respeitar e manter todas as suas automações e plug-ins até então, além ter a possibilidade de gerar um arquivo final estéreo para a master do CD e do áudio 2.0 do DVD, e também, ainda dentro da mesma sessão, a master 5.1 surround, a partir da mesma exata sonoridade criada para a versão estéreo, porém com os áudios das ambiências abertos nas cinco caixas e no sub.

Parece complexo. Na verdade é - até que se decida como fazer isso. As saídas dos canais com o programa e as platéias foram todas endereçadas pra um canal estéreo que veio a ser a master 2.0. Os mesmos canais do programa e platéia, foram também endereçados via bus 5.1 para um canal com seis pistas que veio a ser a master 5.1. Logo, todo e qualquer processamento nos canais do áudio original se refletia em ambos os tracks destinatários. E qualquer processamento externo também, desde que a volta dele fosse então endereçada para os canais de destino.

Bem, dito tudo isso, esse não é o exato foco desse artigo. A questão é que é bastante usual usarmos um limiter no último estágio do processamento. Recentemente escrevi um artigo aqui sobre as diferenças nas ordens dos plug-ins. E concordamos que o limiter deve ser o último a processar o áudio, de forma que o nível final deste seja o mais alto possível sem distorção por clipping ou abuso na limitação. Assim fiz, limitando meu áudio final em -0.3 dB FS.

O formato de sessão enviada era 44.1kHz e 24 bits. Perfeito para masterização de um CD em domínio digital. Este formato nos permite não ter que fazer conversões sofridas de freqüências de amostragem, porém os 24 bits são bem-vindos para todo o processamento até o áudio ser reduzido aos 16 bits que cabem no CD. Mas. e o DVD?

Sabemos que a freqüência de amostragem padrão dos DVDs codificados com Dolby Digital é de 48 kHz. Então, gerei meus áudios finais e masterizados, todos em 44.1 kHz, naturalmente por ser a freqüência de amostragem daquela sessão, e posteriormente converti os arquivos que iriam para o DVD para 48 kHz com o melhor e mais lento método possível.

Feito isso, criei uma sessão em 48 kHz no Pro Tools para poder ouvir o material antes de enviar de volta para o Chris. Para a minha surpresa, o áudio, que em 44.1 estava perfeito, milimetricamente limitado em -0.3 dB FS, uma vez convertido para 48k, clipava no vermelho. Fiz vários testes, converti mil vezes usando outros programas para conversão e, após não ter tido sucesso em nenhum, fui estudar.

Encontrei um documento expedido pela Digidesign que relata um por-trás-das-cenas pouco conhecido. Nele está escrito:

"Mudanças em volume dos picos ocorrem em conversões de freqüências de amostragem. Essas conversões são essencialmente uma filtragem, e qualquer filtragem altera o volume dos picos do resultado. Por essa razão, qualquer atividade de extrema precisão de volume final de determiando programa deve ser feita após a conversão."

Bem, é o tipo da coisa que temos costume de ver em equalizações e filtros, como eles mesmos dizem. Mas, de fato, não esperamos normalmente fazer uma conversão e ter o resultado em outro volume! Eles ainda seguem com um exemplo elementar, porém ótimo:

"Experimente desenhar uma onda senoidal em um papel. Em seguida, marque-a com alguns pontos igualmente espaçados e ligue esses pontos com linhas retas. Agora, no desenho original, preencha os espaços entre cada dois pontos, com um novo ponto. Ou seja, dobre a resolução dos pontos, e então ligue todos os pontos. Você irá notar que, esses novos pontos fizeram o volume subir."

De fato, subiram! Esse é apenas mais um caso que mostra que, por mais musical e talentoso que um engenheiro da música possa ser, algum estudo é necessário para entender o funcionamento cada vez mais escondido da tecnologia.

O final do meu projeto se deu com sucesso, fazendo uma nova passada com a limitação de precisão depois da conversão de sample rate.
Até mês que vem.

______________
Enrico De Paoli é engenheiro da música. Grava in-loco e mixa e masteriza em seu Incrível Mundo Studio. Cartas para: cartas@enricodepaoli.com
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 SOBRE O AUTOR
Enrico De Paoli é engenheiro de gravação e mixagem ou sound designer. Agora com seu INCRIVEL MUNDO das MIXAGENS, recebe projetos de todo o país para serem mixados, de forma que o cliente fica online

Para entrar em contato, escreva para cartas@enricodepaoli.com.

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