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HOLOFOTE: Marcos Franja
por Tatiana Queiroz
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14/03/2008
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Ele começou no teatro, mas, atualmente, tem se dedicado a iluminar shows e exposições. Aos 40 anos, o paulista Marcos Franja está na equipe da turnê Fome de tudo, da Nação Zumbi, para quem cria e opera a luz desde 2001. É também o autor do projeto de luz dos shows que Yamandu Costa e Hamilton de Holanda fazem juntos. Quando não está com a banda pernambucana, ele ilumina as apresentações da cantora Fernanda Porto.
O trabalho de Franja também pode ser visto pelos apreciadores das artes plásticas. É dele a autoria dos projetos de iluminação de algumas das exposições que recentemente passaram por museus brasileiros, como a Novo olhar, de Amélia Toledo, e Emanoel Araújo - Autobiografia do gesto no Museu Oscar Niemeyer de Curitiba; O Benin, ancestralidade e contemporaneidade no Museu Afro Brasil e Os cinéticos no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, eleita a melhor exposição de 2007 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
O caminho de Franja na área de iluminação começou a ser trilhado na casa de shows paulista Dama Xoc. O primeiro trabalho profissional na área foi em 1994, como técnico de luz da peça Futebol, dirigida por Bia Lessa e com iluminação de Guilherme Bonfanti. A partir de então, passou a trabalhar em algumas peças iluminadas por Bonfanti, como as montadas pelo grupo Tapa e O livro de Jó, do Teatro da Vertigem.
Além de viajar pelo país operando a luz de alguns shows, Franja trabalha no novo projeto de luminotécnica do teatro Sérgio Cardoso em São Paulo.
Formação: Técnico em Eletromecânica pela Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas. Cursos: Luz para sobrevivência e Fontes geradoras de luz no Litec Philips
Como é o seu processo de criação? Eu tento partir da interpretação da obra, seja musical, encenada ou pintada. Desenvolvo algumas idéias solitárias para retratar aquela obra ou situação. Após o meu amadurecimento inicial, vou buscar subsídios junto ao artista, material gráfico, figurino, tipo de maquiagem, à cenografia etc..
Intuição ou pesquisa? Ambos, em doses que variam de projeto para projeto.
Influências: Os pintores e seus repertórios infindos de luz e sombra.
Um iluminador: De teatro, Guilherme Bonfanti e, de show, Marcos Olivo.
Um cenógrafo: Marcos Pedroso
Um diretor: Antônio Araújo
Um projeto especial? Cada projeto é como um filho, difícil de escolher o mais especial. Tenho um carinho especial pelo espetáculo O livro de Jó, onde conheci minha mulher, além de ter viajado para muitos lugares do mundo.
A melhor luz é aquela que... é adequada à obra, sem delírios pessoais.
O que não pode faltar em um projeto de luz? Conceito.
Qual é o melhor e o pior da profissão? A diversidade e a dinâmica da profissão se encaixam bastante comigo. Ultimamente, o pior tem sido os aeroportos.
Planos para o futuro: Me aprofundar no estudo da fotografia e tentar me aproximar do cinema.
Sonho de consumo profissional: Um sistema de Catalyst com um set de DL.2.
Dica para quem começa: Observe, se dedique e tente acompanhar o trabalho de profissionais que admira.
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