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Revista Luz & Cena
Editorial
O Segredo do Sucesso
Sólon do Valle
Publicado em 01/07/2002 - 00h00
Antes de mais nada, existe o segredo do sucesso? Não é o sucesso uma conseqüência natural de um processo evolutivo? Não basta fazer bem feito para chegar ao sucesso?
Não, a coisa não é tão linear e óbvia assim! Temos visto artistas, obras, autores e produtos bem abaixo da média atingirem sucesso, vendas e lucros imensos, enquanto outros, maravilhosos, bem feitos, com o que se convenciona chamar de "tudo para dar certo", não darem tão certo assim.
Então, o sucesso tem segredo? Mística? Feitiçaria?
Nada disso. Para criar um sucesso, é preciso bem mais do que um bom produto. Às vezes, nem um bom produto é estritamente necessário, como nos cansamos de ver com determinados estilos de música, livros e outras categorias. O marketing funciona sempre, mas em áreas onde o potencial comprador não é muito exigente ou bem informado, opera milagres. Assim é o caso de certos alimentos e bebidas, de que todo mundo gosta mesmo antes de parar para pensar se são mesmo gostosos, e/ou se fazem bem à saúde. Aprendemos a gostar de certos produtos que, sem uma violenta campanha publicitária, não suportaríamos ou, pelo menos, ignoraríamos.
No caso do áudio, apesar de algumas "honrosas" exceções, é diferente. É claro que o marketing e outras magias operam, mas aqui o comprador não pode jogar dinheiro fora, é bem informado e é "do ramo".
Aqui entra em cena, paralelamente à propaganda, um personagem que não pertence ao departamento de marketing, e que nem sequer é contratado: o formador de opinião. Quem é esse bruxo? Simples: é o profissional respeitado pelos semelhantes, pela sua experiência, conhecimento técnico, espírito prático e retidão de caráter. Pode-se questionar: então esse tal formador de opinião é um sujeito poderoso, rico e respeitado no meio? Respeitado sim. Poderoso também, pois é capaz de modificar a história da indústria. Mas sua riqueza não vem desse poder, pois o formador de opinião não o usa em proveito próprio. Prefere informar à classe sobre o que há de bom e alertar sobre o que não presta, dirigindo desta maneira a escolha do consumidor para a coisa certa.
O resultado disso é o sucesso de quem merece. Para alcançá-lo, a indústria tem que agradar ao formador de opinião. E isso não se faz com presentes e bajulação, mas com produtos sérios. E assim a qualidade nasce para todos.
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