Marcelo Félix Oliveira e Silva, ou Marcelo Félix, ou até mesmo Marcelo PA, como muitos o chamam no dia a dia, embora tenha 37 anos, acumula nada menos do que 23 anos de trabalho. Sim, o ingresso no batente se deu aos 14 anos, idade em que muitos jovens ainda não pensam em levar a vida a sério. Mas Marcelo, em 1992, já levava, e sabia muito bem o que queria e como alcançaria seus objetivos profissionais.
"Comecei como ajudante técnico. Eu carregava caixa, montava palco e também os PAs, sempre ralando muito", recorda o técnico, que afirma que seu primeiro trabalho "de verdade no mundo do áudio" foi na Hipershow, empresa de seu grande amigo Gilmar. De lá pra cá, Marcelo cedeu sua competência a trabalhos como técnico de PA e monitor de nomes como a dupla Geraldo Viola e Dino Guedes e da banda Caipira Country.
Há dez anos, uma guinada. A razão: Marcelo passou a trabalhar com uma das maiores duplas do país - Jorge & Mateus -, que na época ainda dava seus primeiros passos. O primeiro álbum da dupla, Ao Vivo em Goiânia, que foi disco de ouro, só seria lançado dois anos depois, em 2007. Hoje, uma década depois, o duo conta com uma sólida carreira, com dois discos de estúdio e cinco ao vivo.
O último deles, lançado em 2013, foi gravado em um palco nada comum para o universo sertanejo/country brasileiro: o histórico Royal Albert Hall, inaugurado em Londres em 1871 pela rainha Vitória. Diversos DVDs ao vivo também foram lançado ao longo da jornada que os dois jovens de Goiás começaram lá atrás, com a parceria com Marcelo sempre se fazendo presente. "Com Jorge & Mateus, atuo como técnico de PA, mas sempre que a equipe precisa, faço questão de ajudar em todos os setores", destaca Marcelo.
Perguntado sobre o que é necessário para ser um bom profissional, realizando suas tarefas com excelência, Marcelo revela o que podemos entender como uma receita de sucesso. "Conhecimento, dedicação, foco no trabalho e gostar não só de áudio, mas também de música."
Já quando o assunto passa para a categoria "planos para o futuro", seja imediato ou em longo prazo, o técnico revela que deseja continuar atuando com mixagem de shows, mas com um diferencial extremamente importante. "Quero seguir no caminho, mas sempre adquirindo mais e mais conhecimento, o que leva, sem dúvida, a um constante aprimoramento dos resultados", encerrou.
BATE-BOLA
Console: Avid Venue Mix Rack
Microfone: Depende da aplicação. Gosto muito do Neumann KMS 105 para a voz. Para o bumbo, gosto do AKG D112, enquanto que para tons e percussão escolho o Sennheiser MD 421.
Equipamento: O que funciona e atende as necessidades do evento
Periféricos: Da Manley, SPL , Crane Song e TC Eletronic
In-ear: Modelos da Shure
Monitor de chão: Prefiro os monitores da Meyer Sound
Última grande novidade do mercado: O console Avid Venue S3L-X. É muito versátil, com pouco peso e de fácil instalação. Sem falar no timbre, que é extremamente agradável.
Melhor casa de shows do Brasil: Não dá pra dizer a melhor... Há várias muito boas! Se eu esquecer alguma, já viu, né? (risos)
Melhor companheiro de estrada: O celular
Melhor sistema de som: K1, K2 e V-Dosc, da L-Acoustics
Processador: Há vários favoritos. Isso é relativo, questão de gosto mesmo. Eu, particularmente, gosto do Dolby Lake.
Plug-ins: Bus Compressor SSL
SPL alto ou baixo? Por que? No caso do show do meu artista, alto, pois o tipo de música e o gosto dos patrões exigem!
Melhor posicionamento da house mix: Na frente, centralizada e entre 35 e 42 metros
Unidade móvel: São várias, mas gosto mesmo é das que resolvem e não dão dor de cabeça
Técnicos inspiração: Circuit, Fausto Nobile, Wolkimar e Tio Ted, entre muitos outros
Sonho de consumo na profissão: Console Avid Venue S6L
Sonhos realizado graças à profissão: Ter podido comprar minha casa própria e minha moto de trilha
Dicas para iniciantes: Dediquem-se muito, estudem áudio e música, ouçam mais e falem menos e tenham sempre a humildade nas atitudes e nas palavras.