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Revista Luz & Cena
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Juliano Rangel
Márcio Teixeira
Publicado em 03/08/2015 - 00h00

Juliano Rangel de Oliveira, aos 36 anos, já tem uma carreira considerável no mundo do som ao vivo. E seu "jeito de ser" no trabalho lhe rendeu o apelidado de "Cavalo" por Marreta Bateram baterista do Luan Santana (artista para quem trabalhou por seis anos), pois o músico dizia que sentia o "coice" do PA de cima do palco.

O gosto de Juliano pelo áudio surgiu através de sua mãe. Desde pequeno curtia um som, e este sentimento deu um passo à frente quando sua mãe o apresentou a um amigo, Dinho, que tinha uma banda de baile. "Ela perguntou se ele não tinha um emprego para mim. Ele olhou pra mim meio desconfiado, pois eu era um moleque, menor de idade, e disse 'tenho, mas já vou avisar que aqui não tem moleza; tem que ralar bastante, carregar equipamento, ajudar a montar e depois trabalhar na hora do baile'. Eu disse 'beleza', mas aí ele falou não era só isso, não, já que depois do baile eu ainda teria que desmontar e carregar tudo. Pensei: "vishe... lascou...", mas aceitei. Sabe como é molecão novo, cheio de disposição."

Juliano topou e foi assim que tudo começou. O ano era 1995 e a banda de baile também tinha seu lado locadora de som. "O Sr. Dinho, além de me dar um emprego na sua empresa, me ensinou a ser uma pessoa correta, humilde e honesta. Me mostrou o caminho certo da vida, e por isso eu tenho grande respeito e carinho por ele, sua esposa, Dona Fia, e sua família. Até hoje o chamo de Pai Dinho", recorda, com gratidão.

Desde então, Rangel trabalhou nas empresas Dinho Sonorização e Eventos, Miami Som, Pro Audio e Ekipsom. Entre os artistas que já contaram com seus serviços estão nomes como Adalberto & Adriano, Grupo Desejos, Cezar & Paulinho, Luan Santana e Conrado & Aleksandro. É com esta última dupla que atualmente trabalha. Como freelancer, fez o PA do Raça Negra e dos duos Hugo Pena & Gabriel e Edson & Hudson.

Quando o assunto é o que é necessário para realizar seu trabalho com excelência, Juliano afirma que ter os pés no chão é fundamental. "É preciso ser sempre uma pessoa humilde e estudar. Acho que o estudo é a base de tudo. Estar sempre atento às novidades, se manter atualizado com o mercado. E para fazer um bom trabalho você também precisa estar feliz com seu emprego. Fazendo seu trabalho com dedicação e concentração, o resultado sempre será positivo."

Sobre o futuro, Juliano desconversa, dizendo que ainda não parou para pensar no assunto. Mas, em seguida, permite que os sonhos venham à tona e emenda: "acho que um bom plano para o futuro é um rancho com um rio para eu poder pescar (risos)".


BATE-BOLA

Console: VI6 Soundcraft

Microfone: Shure UR2, KSM9/SL

Equipamento: O que esteja em perfeitas condições de uso

Periféricos: Compressor DBX, Gates klark Teknik e Lexicon 480L

In-ear: Shure PSM 1000

Monitor de chão: M2, da d&b audiotechnik 

Última grande novidade do mercado: A era digital

Casa de shows do Brasil: Citibank Hall

Melhor companheiro de estrada: Gilmar Antônio de Sousa foi meu melhor companheiro de estrada e é meu melhor amigo até hoje

Melhor sistema de som: EAW e V-Dosc

Processador: Dolby Lake

Plug-in: Waves C6

SPL alto ou baixo? Por que? Quando era mais novo, gostava de som alto. Hoje prefiro mais baixo. Por prevenção!

Melhor posicionamento da house mix: Pra mim, o ideal é no centro e no máximo a 35 metros

Técnico inspiração: A lista é grande, mais me inspiro em um grande profissional chamado Ivan Cunha, o "Batata". Gosto muito da sua mix.

Sonho na profissão: Uma boa aposentadoria (risos)

Sonho já realizado na profissão: Viajar o mundo, participar de grandes e importantes festivais e chegar onde cheguei sem precisar passar por cima de ninguém

Dicas para iniciantes: Coloque Deus à frente de tudo, nunca abandone os estudos e seja sempre honesto e humilde. Nunca queira o lugar dos outros pra você, mas, sim, conquiste seu espaço.
 
Conteúdo aberto a todos os leitores.