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Revista Luz & Cena
Teste
Adam F5 e F7
Tecnologia ART estabelece novo padrão em monitores de estúdio
Manny Momteiro
Publicado em 15/02/2014 - 00h00

A Adam Audio é uma empresa baseada em Berlim, na Alemanha, que fabrica caixas acústicas para todos os tipos de aplicações - de multimídia até produção e finalização de áudio profissional. A Adam (sigla de "Advanced Dinamic Audio Monitors") foi fundada em 1999, e desde então vem conquistando uma fatia cada vez maior do mercado internacional de monitores profissionais de áudio.

Boa parte do sucesso obtido pelos monitores da marca alemã se deve à X-ART Technology, que significa "eXtended Accelerating Ribbon Technology". Esta tecnologia de tweeters de fita desenvolvida pelo diretor da Adam, Sr. Klaus Heinz, foi baseada na teoria de Air Motion Transformer, publicada em 1972 pelo Dr. Oskar Heil, para quem o Heinz trabalhava na época.

A membrana de tweeter com tecnologia X-ART consiste num diafragma plissado ou sanfonado que se dobra, comprimindo ou expandindo, de acordo com o sinal aplicado a ele. O resultado é que o ar induzido é espremido para fora, como acontece em um acordeom (fig. 1).

Esta inovadora tecnologia faz com que os tweeters X-ART superem os desenhos tradicionais de drivers de tweeters (fig. 2). Este - por assim dizer - motor é responsável por grande claridade e impecável reprodução de transientes.


Estes tweeters são capazes de reproduzir frequências de até 50 kHz sem nenhuma distorção ou aspereza (frequência muito acima do que um ser humano é capaz de escutar). Além disso, a tecnologia é responsável pela tridimensionalidade sonora, característica pela qual os monitores Adam são respeitados.

A fabricante, que não faz distinção entre monitores desenvolvidos para utilização profissional em estúdios e sistemas Hi-Fi desenvolvidos para utilização doméstica, tem produtos disponíveis em 45 países para pessoas que estejam dispostas a pagar seus elevados preços. No entanto, agora as coisas estão mudando com o lançamento da série F de monitores, que faz com que cheguem ao mercado monitores de estúdio close-field com preço mais acessível. E pude constatar que a Adam não comprometeu o desenho de seus tweeters de última geração (feitos à mão na Alemanha por 18 mulheres altamente treinadas) para o lançamento da série F. Os presentes nas novas Adam F5 e F7 são os mesmos utilizados na renomada linha AX de monitores de estúdio. Quanto aos woofers instalados nos monitores da linha F, estes são feitos de carbono e papel com uma bobina de 25 mm e são capazes de reproduzir graves profundos e definidos.



SEMELHANÇAS

Vamos começar vendo o que os monitores F5 e F7 têm em comum. De primeira, notamos que, além dos dois serem pretos, contam com uma grande abertura de reflexo de graves abaixo do woofer. Também logo abaixo do woofer temos a logo da Adam acompanhada por dois LEDs indicadores - um verde e um vermelho. Ao se ligar os monitores, os LEDs vermelhos ficam acesos e os verdes apagados, o que significa que os monitores estão em standby mode. Logo que se aplica um sinal de áudio, os monitores saem do modo de standby, acendendo as luzes verdes e apagando as vermelhas. Se nenhum sinal de áudio for aplicado por aproximadamente 20 minutos, os monitores automaticamente voltarão ao modo de standby, acendendo os LEDs vermelhos e apagando os verdes.

Em funcionamento, as luzes vermelhas também servem para mostrar overloads no circuito, caso o sinal de áudio enviado às caixas seja muito elevado. Existem dois modos de LED vermelho: quando a luz vermelha está opaca e a verde apagada, as caixas estão no modo standby; quando o LED vermelho brilhante pisca e o verde está aceso, um overload está ocorrendo.

Os dois modelos apresentam na parte traseira (figuras 3 e 4) conectores de entrada RCA e XLR/TRS combo (conectando RCA, muta-se o combo), um botão de volume que vai de - ∞ (infinito) até + 6 dB, uma chave de equalização de três posições high-shelving e uma chave de equalização de três posições low-shelving. Os monitores também possuem uma chave seletora high-pass filter com o corte em 80 Hz. Esta chave deve ser utilizada na posição 80 Hz quando o subwoofer Sub F, desenvolvido para utilização com os monitores da linha F (não apresentado neste texto), estiver sendo utilizado. Ainda na parte traseira, os monitores, que são magneticamente chilrados, apresentam um seletor de voltagem e um interruptor de liga e desliga.


DIFERENÇAS

Para começar, a resposta em frequências do F5 vai de 52 Hz a 50 kHz, ele pesa 6,8 kg e mede 290 x 185 x 230 mm, com um woofer de 5" de diâmetro. Possui dois amplificadores de 25 watts de potência - um para o tweeter e o outro para o woofer.

Já a resposta em frequência do F7 vai de 44 Hz a 50 kHz, ele pesa 9 kg e mede 321 x 225 x 266 mm. Seu woofer tem 7" de diâmetro. O modelo possui dois amplificadores: um de 60 watts, para o woofer, e um 40 watts, para o tweeter.

ENTRETÍTULO: POSICIONAMENTO

Os monitores Adam da linha F foram projetados para funcionar em pé, mas podem ser utilizados deitados, com os tweeters para fora, apontados para o centro da sala, formando um triângulo equilátero com a cabeça do técnico.

No manual do usuário encontra-se a seguinte informação: os monitores, além de em pé, podem ser utilizados deitados na sua lateral, contanto que os tweeters estejam em simetria. Você pode usar os tweeters abertos para os extremos de fora ou fechados para o extremo interno.

AUDICIONANDO

Eu não tive a oportunidade de testar as caixas com o SubF, mas, para dizer a verdade, não senti nenhuma falta de graves. Até mesmo as pequenas F5 apresentaram graves surpreendentemente redondos.

Comparando as F5 e as F7 lado a lado, utilizando um AB switch para mudança rápida entre os monitores, este se mostrou um teste muito revelador. Apesar de utilizarem o mesmo desenho de tweeter, as frequências agudas parecem mais cortantes nas F5. Nas F7 as frequências agudas soam mais naturais, como se a sala onde a música foi gravada fosse maior.

Naturalmente, era de se esperar que as F5 apresentassem um som mais direto (na cara) e com menos tridimensionalidade que as F7, mas a precisão dos falantes da F5 faz com que este som "mais na cara" se mostre com incrível detalhamento. As F7, por sua vez, apresentam um amplo e profundo "senso de espaço". A imagem estéreo é limpa e cristalina, e os graves, mais amplos e definidos.

Acredito, inclusive, que os dois modelos possam funcionar perfeitamente em conjunto numa sala de mixagem, onde, por exemplo, as F5 possam ser usadas para revelar certos detalhes enquanto as F7 possam ser usadas para melhor avaliação de ambientes e balanço geral entre os instrumentos.

Um excelente vídeo comparativo entre os modelos F5, F7 e A7X da Adam pode ser encontrado em http://tinyurl.com/comparando-amt269.


CONCLUSÃO

Klaus Heinz declarou que nos próximos dois anos a linha F da Adam será a série líder de vendas da marca, com uma previsão de vendas de 50 mil caixas por ano. É aguardar para conferir.

Levando em consideração as diferenças entre os dois modelos, eu acredito que o custo x benefício que estes monitores têm a oferecer causará um grande impacto no cenário atual de monitores profissionais de áudio. Me arrisco até mesmo a dizer que talvez a linha F da Adam possa se transformar num novo padrão brasileiro de monitores profissionais de áudio para estúdios de pequeno e médio portes, estúdios de música eletrônica, para DJs, salas de edição de vídeo, rádio, televisão e animação gráfica. Mais informações sobre os equipamentos podem ser obtidas em www.adam-audio.com e www.musiccompany.com.br.

Manny Monteiro é produtor fonográfico vencedor do Prêmio Sharp e engenheiro de áudio formado pelo Institute of Audio Research NYC. Há 14 anos é diretor do Curso Dinâmico de Áudio, sediado na Faculdade de Música Souza Lima (www.cdaudio.com.br), em São Paulo. Contato: cdaudio@cdaudio.com.br.
 
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