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Revista Luz & Cena
Na estrada
Midas nos 25 anos de SPC
Consoles foram destaque em gravação de DVD de Alexandre Pires & Cia
Rodrigo Sabatinelli
Publicado em 07/09/2013 - 16h42
Depois de rodar o mundo com seu samba mineiro, o cantor e compositor Alexandre Pires se reuniu com os integrantes de seu ex-grupo, o Só Pra Contrariar - também conhecido como SPC -, para celebrar os 25 anos de história que, juntos, construíram. E, como e costume em celebrações do gênero, a reunião culminou com a gravação de um DVD, registrado em show realizado no Estádio Passo d'Areia (ou "Estádio do Zequinha", como é carinhosamente chamado), em Porto Alegre, no início de agosto.

Para a gravação do espetáculo, a equipe do Só Pra Contrariar contou com, dentre outros equipamentos, quatro consoles Midas, sendo uma Pro6, para o controle do PA, duas Pro2 e uma Pro1, para o gerenciamento dos monitores dos músicos. O PA foi operado pelo engenheiro Ivan Cunha, o Batata, enquanto os monitores ficaram a cargo de seu "xará", Ivan Chorão. A locadora responsável pelo fornecimento dos equipamentos foi a Impacto Vento Norte e a unidade móvel que registrou o áudio do show foi a Loudness.

PA JBL E MICROFONES AUDIO-TECHNICA

Responsável pela operação do PA do SPC, Batata foi também o sound designer da apresentação, na qual utilizou um sistema diferenciado de caixas, adotado especialmente para a ocasião. Composto por seis linhas de frente, o line principal não seguiu os padrões de distribuição, tampouco de mixagem, algo que o próprio engenheiro explica.

"Em todo o sistema, utilizamos caixas JBL 4889, que foram distribuídas da seguinte maneira: 16 no out fill, 32 no L/R e 16 no live dedicado exclusivamente às vozes. Essa configuração foi feita de olho numa melhor e mais segura distribuição do som, que, numa gravação de DVD, deve ter cuidados redobrados. Com a voz separada, em um sistema somente para ela, ganhamos mais punch, pois temos um range exclusivo, e evitamos que os demais elementos se 'misturassem' a ela", conta ele, lembrando que, além do sistema principal, foram usados mais seis elementos no front fill, à beira do palco, acompanhados por subwoofers JBL STX 828 S e SRX 728, e oito nos delays, a 35 metros dele.


Apesar do formato incomum, o PA foi mixado de forma tradicional, sem muita "invenção", como diz Batata, até mesmo porque, segundo ele, a prioridade era a captação do áudio para o DVD. Considerando isso, conta o engenheiro, a apresentação nada mais foi do que uma reprodução quase que total do que ele e sua equipe fazem no dia a dia da estrada.

"Trabalhamos, inclusive, com o mesmo setup de microfones que usamos em nossas viagens. Achamos importante manter tudo dessa forma, pois minimizaríamos os riscos e teríamos, no DVD, o que o público costuma ouvir nos shows. A única coisa diferente mesmo foi a distribuição dos canais no sistema, já que as vozes receberam duas colunas e os instrumentos foram dispostos em outras", explica.

Os microfones aos quais Batata se referiu são, entre outros, os Audio-Technica ATM350, usados em parte das percussões (que também receberam os AKG 519) e em todas as peças flutuantes da bateria, como tons e surdos; o AE2500, de dupla cápsula (condensadora e dinâmica), usado no bumbo; o ATM450, usado no contratempo, e o Neumann SKM5200 com cápsula 104, usado para a captação de voz do cantor Alexandre Pires.



MIDAS NA HOUSE E NO PALCO

Tanto na house mix quanto no palco, gerenciando, respectivamente, PA e monitores, foram usados os consoles Midas. Batata lançou mão da Pro6 com um stage box DL351, configurado para uso de até 80 canais de áudio, enquanto Chorão optou por duas Pro2 e uma Pro1, além de um console Digidesign. Usuário frequente da Pro2, ele usou a nova mesa pela primeira vez na gravação do DVD. E o resultado, segundo o próprio, foi excelente.



"Já era de se esperar. A Midas é bastante amigável e operá-la com autonomia, para quem nunca a operou, é questão de costume. Para quem está acostumado com consoles do gênero, o contato fica ainda mais simplificado e os benefícios da operação se tornam maiores a cada dia. Por ter sua equalização baseada na clássica XL3, sua qualidade é indiscutível", elogia.

ALÉM DOS CONSOLES, CONTROLE PESSOAL DE MONITORES

A configuração dos consoles de monitor foi feita da seguinte forma: cada uma das Pro2 recebeu 48 sinais via stage Box DL251, enquanto a Pro1 foi usada para realizar a mixagem dos auxiliares. A conexão das mesas se deu, segundo Batata, de forma virtual. De acordo com o engenheiro, não houve ligação por meio de cabos, e sim por meio do protocolo de rede AES50 utilizado pelas mesas da marca.

"Emerson Duarte, da ProShows, foi quem nos deu esse suporte", lembra Batata. Arranjador e produtor musical do SPC, o músico Lucas elogiou a qualidade dos consoles Midas, destacando "a baixa latência, o que favorece muito quem está tocando, pois todos utilizam in-ears no palco".



Além dos consoles de gerenciamento dos monitores usados pelos artistas, Chorão fez questão de disponibilizar para o baterista do SPC um pequeno mixer Behringer Xenyx, com o qual o músico pôde controlar individualmente os níveis de click e mixagem de banda, tendo, assim, maior autonomia em sua monitoração, algo que em uma gravação de DVD pode ser bastante útil, principalmente considerando a necessidade de se minimizar riscos.



 
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