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Revista Luz & Cena
Review
Caetano Veloso - Abraçaço (Universal Music)
Rodrigo Sabatinelli
Publicado em 13/04/2013 - 12h37
Divulgação
 (Divulgação)
Abraçaço, o novo disco de Caetano Veloso, tem despertado em mim duas sensações proporcionalmente distintas: a alegria e a tristeza. A alegria por ser mais um CD com a estética que fez de Cê e Zii e Zie trabalhos dos mais bacanas, lançados por ele nos últimos anos. E a tristeza por saber que a trilogia, construída também por Pedro Sá, Marcelo Calado e Ricardo Dias Gomes - a Banda Cê -, agora está completa.

Na verdade, seu fim [o da trilogia] não me causa surpresa, considerando, obviamente, que Caetano não é um artista de continuidades. Inquieto e sempre se reinventando, ele até que esteve - ainda está, na verdade - por bastante tempo ao lado dos "meninos", também responsáveis pela grande mudança em seu som, ultimamente recheado de guitarras distorcidas e batidas pouco ou nada convencionais, mas parece que agora vai respirar outros ares.

No tal Abraçaco, o disco em questão, que tem incríveis composições, tais como a faixa-título, A Bossa Nova é Foda, O Império da Lei e Estou Triste, o "quarteto fantástico" mais uma vez acertou a mão. Especialmente em faixas bem particulares, como a singela Quando o Galo Cantou e a "prafrentex" Parabéns, para mim, a mais bacana do disco.

Na primeira, Caetano e seu violão dialogam de forma poética por uma melodia melancólica, até que a guitarra de Pedro e outros instrumentos, "pilotados" por Ricardo e Marcelo, "invadem" a harmonia e o ritmo, transformando por completo a canção. E na segunda, que tem, em sua estrutura, influências do reggae, do ska e da música tribal, "brinca" com os amigos em meio a uma verdadeira farra musical. Valeu, Banda Cê! Valeu, Caetano! Obrigado pelo disco! Um abraçaço a todos.
 
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