RSS Facebook Twitter Blog
Revista Luz & Cena
Review
Caetano Veloso - Transa (Universal Music)
Redação
Publicado em 23/07/2012 - 08h10
Divulgação
 (Divulgação)
Lá se foram 40 anos. Em 1972, depois de ser preso pelo regime político, se exilar em Londres - fato ocorrido em 1969 - e ter lançado, em 1971, um disco triste (terceiro de sua carreira a se chamar simplesmente Caetano Veloso), de canções endereçadas aos que ficaram no Brasil, Caetano Veloso criou Transa, na minha opinião, um de seus mais importantes discos, e que, novamente, décadas depois, viria a dar sentido a outros de seus trabalhos, como Cê e Zii e Zie, ambos gravados por ele com a Banda Cê, composta por Ricardo Dias Gomes, Marcelo Callado e Pedro Sá, seu fiel escudeiro.

Transa é um álbum inspirado, teoricamente "mais leve", com pegadas de reggae e ritmos mais "coloridos", digamos. Nele, Caetano brinca com tudo o que pode: harmonias, melodias, divisões e, principalmente, com o som. Por falar em som, vamos direto ao ponto. Que maravilha essa reedição em vinil do disco, fabricada na Alemanha depois de uma incrível remasterização em DMM (Digital Metal Mastering), feita nos estúdios de Abbey Road, em Londres, pelo engenheiro Steve Rooke, e que incluiu, ainda, rico projeto gráfico, baseado no encarte original.

Gravado nos Chappells Studios, em Londres, pelos engenheiros John Iles e Colin McLeish, sob direção de Jards Macalé, que também toca guitarra, e produzido por Ralph Mace, Transa conta com a participação de amigos como Gal Costa e Ângela Rô Rô, essa última flautista na faixa Nostalgia, que encerra a obra. Em sua nova versão, o disco soa naturalmente mais limpo, fruto do trabalho de redução de ruídos feito recentemente. Juntamente ao vinil, foi lançada a versão em CD do disco, também remasterizada por Steve Rooke e seguindo os mesmos preceitos sonoros: faixas mais limpas e com um pouco mais de volume, frequências mais equilibradas etc. Mudanças à parte, Transa continua sendo Transa, "o disco rubro-negro" deste que ainda é o maior compositor das últimas cinco frutíferas décadas de nossa música.
 
Conteúdo aberto a todos os leitores.