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Revista Luz & Cena
Aquário
EcoSom
Complexo reúne estúdio, loja e casa de shows
Rodrigo Sabatinelli
Publicado em 04/09/2011 - 11h14
Gláucio Ayala
 (Gláucio Ayala)
De propriedade do economista e operador de PA Paulinho Carvalho, o EcoSom existe há 23 anos. Localizado no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, o complexo que hoje reúne estúdios de gravação e ensaio, uma loja de equipamentos e acessórios musicais e uma pequena casa de shows com capacidade para 120 pessoas, começou como um modesto estúdio de ensaio e, aos poucos, foi conquistando uma clientela "de luxo".

"Por aqui, passavam artistas como Oswaldo Montenegro [para quem Carvalho trabalha há anos], Tunay, Boca Livre, Pedro Luis, Orlando Moraes, Moraes Moreira, Milton Guedes, Leo Gandelman e Gilberto Gil, entre muitos outros", conta ele. "Éramos, basicamente, um complexo de estúdios de ensaio, até que, em 1990, abrimos a loja de acessórios. Isso após notar que, durante os ensaios, muitos artistas precisavam, por exemplo, de cordas, que arrebentavam no meio das músicas. Não havia como sair para comprar em outro local", lembra o proprietário.

NOVA SALA DE MIXAGEM É A VEDETE DO ESPAÇO

Após muitas reformas e mudanças de foco, há três anos o EcoSom passou a abrigar uma poderosa sala de mixagem e mixagem de CDs, DVDs e trilhas sonoras para cinema e TV - a AlvaroMix@Eco. Pilotada pelo engenheiro e sócio Álvaro Alencar, a sala já deixou sua "marca" em álbuns, por exemplo, de Moraes Moreira e Gilberto Gil. Foi com Gil, inclusive, que Álvaro ganhou seu décimo e mais recente Grammy Latino, por conta de Fé na Festa, álbum mixado pelo engenheiro e lançado no ano passado.

"Quando o Álvaro saiu da Toca [do Bandido, estúdio que pertencia ao produtor musical Tom Capone, com quem Álvaro trabalhava], montou um setup móvel para levar para os estúdios em que fosse gravar ou mixar discos. Este setup ficava guardado aqui e só era usado quando o convidavam para algum trabalho. Então, sugeri a ele que colocássemos tudo para funcionar. Foi assim que tudo começou", conta Paulinho.

O projeto do novo estúdio foi feito pelo próprio Álvaro em parceria com profissionais da Ground Control, empresa do ramo de soluções para áudio profissional. O alinhamento da sala ficou a cargo de Renato Cipriano, engenheiro e sócio da WSDG, especializada em projetos de acústica.

A técnica da sala mede 4,20 m x 5,60 m, enquanto o iso booth, onde são gravados tanto instrumentos quanto vozes, tem 4,20m x 2,90m. A plataforma de gravação é um Pro Tools HD 3 com 40 inputs e 32 outputs analógicos, além de oito inputs e oito outputs digitais e um amplificador de soma de sinais SSL XLogic X-rack com 12 canais. As interfaces são Digidesign 192 e Apogee Rosetta 800 e a monitoração é feita com caixas Genelec 1034A, KRK K-Rok, Yamaha NS10 e ADAM P11A, em 5.1.

Ainda à disposição de Álvaro e dos técnicos que têm passado por lá, como Marcelo Sabóia e Vitor Farias, há uma extensa lista de periféricos, contendo diversas unidades de reverbs TC Electronics System 6000, compressores analógicos SSL XLogic G Series, ELI Fatso, ELI Distressor, Tube-Tech SMC 2A, Chandler LTD-2, Focusrite Red 3 e Urei 1176LN, equalizadores Manley Massive Passive, Urei 535, Amek 9098 e Focusrite Red 2, entre outros.

CASA DE SHOWS ATENDE A PÚBLICO ESPECÍFICO

Além dos estúdios e da loja, no complexo do EcoSom há, ainda, uma pequena casa de shows. Funcionando há três anos, o espaço de 75 metros quadrados - sem contar com a área externa - vem sendo utilizado por diversos artistas independentes que desejam lançar seus CDs ou até mesmo gravar seus primeiros DVDs.

De acordo com Paulinho, desde que foi criado, o ambiente não parou. Nele, já se apresentaram, entre outros, as cantoras Maria Gadu e Monique Kessous e os músicos Fernando Moura e Rui Motta. Por sua vez, Oswaldo Montenegro levou ao espaço uma de suas peças teatrais. "É uma alternativa para quem não pode fechar uma casa maior. Aqui, os shows são intimistas, podendo ser realizados somente para convidados e imprensa. Os alunos do curso de canto da professora Sueli Mesquita, que dá aulas na casa, também utilizam o espaço para gravar DVDs e postar na internet", explica.

Estão disponíveis no local uma série de equipamentos necessários para a execução e a gravação musical. O backline da casa, por exemplo, conta com amplificadores de guitarra de marcas como Marshall, Fender e Mesa Boogie, amplificadores de baixo SWR com caixas Ampeg e uma bateria Pearl completa, incluindo os pratos. O sistema de PA é um JBL processado, os monitores são Electro-Voice e Studio R e a mesa é uma Allen & Heath analógica.

"Particularmente, prefiro as mesas analógicas. Pode parecer coisa de saudosista, mas não é. Tanto que diversos outros técnicos que passaram pela casa operaram o PA dos artistas com ela e saíram muito satisfeitos. Na verdade, gosto é gosto e isso não se discute", defende Paulinho.

Ainda na casa de espetáculos, o proprietário disponibiliza um rider básico de iluminação, fundamental para as gravações de DVDs, e telões de projeção, que ficam na área externa, dedicada aos fumantes. "Se alguém quiser sair para fumar no meio do show, pode ir tranquilo para lá, pois não perderá nenhum momento", diz.

Para gravar o áudio das apresentações, sejam eles usados ou não na produção de DVDs, Paulinho oferece o sistema do Estúdio C, anexo ao ambiente, composto por um Pro Tools HD 9 com 24 inputs e interfaces da TC Electronics. O estúdio tem ainda um console Midas e 16 canais de pré-amplificadores, entre eles os Manley e os Avalon. A monitoração da sala, nos padrões 2.0 e 5.1, é feita com caixas Yamaha NS10 e JBL 4430.

"Atualmente, este estúdio é, basicamente, voltado para a gravação dos shows realizados no Eco. Mas dele já saíram discos fantásticos de Moraes Moreira e Oswaldo Montenegro, entre muitos outros artistas. O Oswaldo, aliás, mesmo com a AlvaroMix@Eco funcionando, prefere gravar seus discos no Estúdio C. Ele diz que a sala tem uma vibe especial, uma 'onda' diferente", conta Paulinho.

O Estúdio C tem, aproximadamente, 30 metros quadrados, e é dividido em uma confortável técnica e dois iso booths de 2,5 m x 2 m. Quem administra a sala é o produtor, arranjador e engenheiro Alexandre "Meu Rei".

PARCERIA COM FOTÓGRAFO E VIDEOMAKER ASSEGURA PRODUÇÃO DE DVDS

Quem também montou sua base no complexo EcoSom foi o baterista e fotógrafo Gláucio Ayala. Ex-integrante do grupo gaúcho Engenheiros do Hawaii, ele hoje divide seu tempo entre a música, a fotografia e a produção de vídeos.

Em seu espaçoso estúdio, que fica no último andar do Eco, ao lado da casa de shows, ele conta com uma ilha de edição e uma infinidade de equipamentos. Com isso, Gláucio tem se tornado parceiro direto de Paulinho, que oferece aos seus clientes uma estrutura completa no que diz respeito à produção de conteúdo audiovisual.

"Geralmente, quando um artista vem se apresentar na casa, ele quer sair daqui com um produto. Então, nós gravamos o áudio no Estúdio C, e eu, que coordeno a captação de imagens dos espetáculos, normalmente feita com quatro câmeras, edito o material aqui na ilha. É uma parceria que facilita a vida do músico", encerra Gláucio, que além de trabalhar nos DVDs dos shows realizados na casa, produz vídeo releases e clipes musicais.

LISTA DE EQUIPAMENTOS

SALA ALVAROMIX@ECO

Técnica:

- Pro Tools HD3
- Interfaces Digidesign 192 e Apogee Rosetta 800

Amplificador:

- SSL XLogic X-Rack

Monitores:

- Genelec 1034A
- Adam P11A (5.1)
- Sub10
- KRK K-rok
- Yamaha NS10

Compressores analógicos:

- SSL X-Logic G Series
- ELI Fatso e Distressor
- TubeTech SMC 2A
- Chandler LTD-2
- Focusrite Red 3
- Urei 1176 LN

Equalizadores:

- Manley Massive Passive
- Urei 535
- Amek 9098
- Focusrite Red 2

Reverb:

- TC Electronics System 6000


ESTÚDIO C

Técnica:

- Pro Tools 9
- Interfaces TC
- MacBook Pro 8 GB

Mesa:

- Midas Venice

Pré-amplificador:

- Manley Vox Box

Equalizadores:

- Amek 9098 (x 4)
 
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