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Daniel Reis
Fernando Barros
Publicado em 12/07/2011 - 00h00
Daniel Reis tem apenas 30 anos, mas há 13 se dedica ao mercado de entretenimento e à engenharia voltada para a música. "Em 1998, eu tocava percussão em uma banda de pagode baiano. Um belo dia, me disseram que eu tocava muito mal e que seria melhor fazer a produção do grupo", recorda. E Daniel, para o bem de todos, seguiu a recomendação.
Logo o produtor passou a técnico, aliando suas duas paixões: a eletrônica e a música. A estreia foi em uma mesa Studio R de 32 canais com VU meter e lateral em madeira. Ele relembra com saudades dos tempos em que operava monitor em um console ATI Paragon e Midas XL250, com o PA sendo feito em uma Midas XL4 e Amek Recall. "Hoje em dia somos meros conferentes de cenas armazenadas em um simples pen drive", lamenta.
Já em 2000, Daniel ingressou na faculdade de Engenharia Elétrica, para, em 2001, começar sua "odisseia" pelo mundo dos estúdios. Gravou em ADAT e, em seguida, utilizando fita de duas polegadas. "A primeira máquina que aprendi a alinhar foi uma OTARI MTR 90MKII", diz ele, que dois anos mais tarde já fazia trabalhos freelancer no antigo estúdio do Asa de Águia. "Lá usávamos uma Studer A827 sincada com o Pro Tools versão 5.1. Em 2004, fui coprodutor musical do disco Sou Asa, junto com Durval Lelys, vocalista do Asa de Águia."
O estreitamento da relação levou Daniel a ser convidado, em 2005, a cair na estrada como técnico da banda. Hoje, além de técnico de áudio do Asa, Daniel Reis é gerente técnico do Groove Studio, casa do grupo em Salvador. Lá, ele coordena toda a manutenção e o funcionamento das salas e equipamentos.
Como engenheiro de gravação e mixagem em estúdio, Daniel participou de projetos de Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Banda Eva, Olodum e muitos outros. "Sou também sócio da empresa Casa de Minha Vó Gravação de Som, que conta com uma unidade móvel de ultima geração. Com ela, já atendemos a diversos artistas", destaca o profissional, apontando nomes como Aviões do Forró e Psirico, além dos já citados Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Carlinhos Brown.
Procurando sempre se atualizar, o técnico recentemente fez o curso de Advanced Training, em Hannover, na Alemanha, se tornando Especialista de Produto Neumann/Sennheiser para a linha PRO no Brasil. Daniel faz ainda questão de destacar seu papel como diretor de projetos e sócio da empresa CMV Engineering, especializada em projetos elétricos, como sistema de aterramento para estúdios, emissoras de TV e rádio. "Temos, ainda, a divisão de broadcast, por meio da qual oferecemos um serviço completo de transmissão de show e eventos via internet para os nossos clientes", conclui.
Bate-bola
Console: Estúdio: Tree Audio 500 by Inward Connections / Ao vivo: AVID Venue
Pré-amplificador: Estúdio: AMS-NEVE 1084 / Ao vivo: Vintech Dual 72
Processador de efeito: Estúdio: TC System 6000 / Ao vivo: Lexicon 480L
Microfone: Estúdio: DPA 4006 / Ao vivo: Sennheiser SKM 5200-II com cápsula 5235
Plataforma de gravação: Estúdio: Studer A827 Gold 2" em conjunto com o Endless Analog CLASP / Ao vivo: JoeCo BlackBox Recorder
Software: Estúdio: Pro Tools HD 9 / Ao vivo: Waves L3 Ultramaximizer (plug-in TDM Venue)
Monitor: De referência: Dynaudio BM-15A / De chão: JAS 2112 e FZ M212A
Melhor estúdio: O que eu estiver acostumado. Atualmente, Groove Studio, em Salvador
Melhor gravação de todos os tempos: Pink Floyd, The Dark Side of The Moon
Melhor gravação em que trabalhou: Gravei a voz de Arto Lindsay e da Akiko em uma faixa do disco Vida, desta última. Em Tóquio, comprei o álbum e li meu nome numa ficha técnica em japonês. A satisfação pessoal foi incomparável, pois, afinal, foi no outro lado do mundo!
Melhor engenheiro de estúdio: Moogie Canazio entre os brasileiros. Quanto aos estrangeiros, não acompanho muito os atuais, mas das antigas curto a criatividade de Geoff Emerick.
No estúdio, gosto de: Equipamentos analógicos
No estúdio, não gosto de: Preguiça
Uma dica para os iniciantes: Antes de pensar em querer estudar áudio, aprenda inglês