The Strokes - Angles (Sony Music)
Pouco antes de chegar às lojas, o novo CD dos Strokes, Angles, caiu na rede. É possível que tenha sido parte de uma ousada estratégia de marketing, mas, premeditado ou não, o acesso prévio a Angles serviu para que os fãs se acostumassem (ou não) à ideia de que os sintetizadores que comandaram o álbum solo de Julian Casablancas (Phrazes for the Young, de 2009) são parte fundamental do novo som do quinteto. Escutando todas as faixas do álbum, o "fã das antigas" encontra o típico "som dos Strokes" em apenas uma faixa - Under Cover of Darkness -, não acidentalmente escolhida como o primeiro single do trabalho. As demais apontam para diferentes caminhos.
Marcadas por baterias que às vezes soam como programações (e às vezes realmente são), algumas canções vão pelo lado do rock, como a dançante Taken For a Fool e a algo clássica Gratisfaction, enquanto a maioria abraça um som mais eletrônico, como Machu Picchu (que conta com elementos de reggae, percussões e atmosfera world music), a cyberpunk You're So Right, Life Is Simple In The Moonlight (que leva uma pitada de bossa-nova) e a extremamente pop Games.
Mas não pense que o disco flerta com novas tecnologias e com "o som do futuro". Pelo contrário. É um disco dos Strokes, lembra? Logo, está "mergulhado" na sonoridade retrô. Mas se o álbum de estreia da banda, o aclamado Is This It, tinha os dois pés no fim dos anos 1970, Angles mostra a banda invadindo agora laboratórios de tecnologia musical da década de 1980, descobrindo o que sintetizadores analógicos podem criar, misturando novos ingredientes e fazendo, no final das contas, um belo trabalho.
Britney Spears - Femme Fatale (Sony Music)
Outro que chegou à rede antes de seu lançamento oficial, Femme Fatale, novo disco de Britney Spears, chega com a expectativa de superar em número de hits e em vendas o anterior, Circus, que, lançado em 2008, marcou a retomada de sua carreira.
O primeiro single do trabalho, Hold It Against Me, tornou-se um dos vídeos mais acessados do YouTube poucas horas depois de seu lançamento no site. O segundo, Till The World Ends, composto por Ke$ha, esteve entre os mais comprados na loja virtual do iTunes.
Mas essas não são as únicas boas surpresas. Duas músicas que também merecem destaque são How I Roll e Criminal. Donas de uma sonoridade diferente das demais que estão presentes na obra, elas têm pitadas de outros estilos, como hip hop e eletro.
Algo que vale ser dito é que, dessa vez, Britney não economizou no uso proposital do Auto-Tune, recurso que vem sendo largamente usado como conceito artístico. E ainda há quem diga que a ferramenta serve somente para a afinação de vozes.
Jota Quest - Quinze (Sony Music)
Somente uma compilação dupla seria capaz de comportar boa parte dos maiores sucessos de uma banda como o Jota Quest, que, há 15 anos, ostenta o status de "mais querida" do rádio. Pop sem nenhum tipo de receio, o quinteto formado por Rogério Flausino, Marco Tulio Lara, Marcio Buzelin, PJ e Paulinho Fonseca ganhou o mercado com canções que tinham um pé na black music. Com o passar dos anos, porém, foi se aproximando cada vez mais do rock.
Quinze, a coletânea que reúne clássicos como As Dores do Mundo, Encontrar Alguém, De Volta ao Planeta, Fácil, Só Hoje, Amor Maior e O Sol acaba se tornando muito interessante por conter três faixas inéditas: "É Preciso (A Próxima Parada), a nova música de trabalho dos mineiros, Coração (Corazón), tema da novela Morde e Assopra, da Rede Globo, e Luta de Viver.
Outros três presentes são a versão de Get Back, dos Beatles, lançado em projeto comemorativo envolvendo o quarteto de Liverpool; a versão em espanhol de Na Moral, presente apenas no disco que o grupo está lançando no exterior; e a faixa Jogo, uma das mais bonitas do primeiro CD do grupo, lançado nos anos 1990, quando a banda ainda era independente.
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