Miguel Ratton

Publicado em 28/10/2010 - 13h07

Mantendo o rumo

Integrar o corpo editorial da Áudio Música & Tecnologia e dar continuidade ao trabalho que o Sólon realizou com tanta dedicação e entusiasmo é uma tarefa honrosa e, ao mesmo tempo, desafiadora. Ciente da distância que me separa da competência do grande mestre, não tenho a menor pretensão de substituí-lo nesta função, mas farei todo o esforço possível para ajudar a transmitir os conceitos, as inovações e as técnicas àqueles que trabalham com música e áudio.

Conheci o Sólon em 1989, numa das reuniões do pessoal da "tecnologia musical", um grupo de engenheiros, músicos e aficionados por áudio e instrumentos musicais eletrônicos que trocavam ideias e conhecimentos, e que depois deu origem à (hoje extinta) Associação Brasileira de MIDI e Tecnologia Musical. Ele era o editor de um novo "jornalzinho", que logo depois se tornaria uma revista, para então consolidar-se de vez como publicação de referência sobre áudio e tecnologia musical no Brasil. E não poderia ter sido diferente sob o comando de um profissional tão competente e tão compromissado com a divulgação do conhecimento. Numa época em que as informações sobre áudio eram raras e as poucas publicações sobre o assunto custavam muitos "dólares-livro", em vez de esconder o que sabia (e que aprendeu a duras penas), ele fazia questão de ensinar e explicar. E esta foi uma característica que ele manteve em toda a sua vida.

A missão que nos cabe, portanto, é prosseguir este grandioso trabalho, procurando sempre manter o mesmo rumo e os seus objetivos originais.

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Embora a Expomusic 2010 não tenha sido uma feira de inovações, foi possível perceber a consolidação do setor, tanto nos importadores quanto nos fabricantes nacionais. Nos primeiro grupo, é cada vez maior a presença de especialistas estrangeiros demonstrando seus equipamentos nos estandes, o que demonstra a importância do consumidor brasileiro para a indústria global, sobretudo pelo crescimento do nosso país num período em que as consequências da crise mundial ainda persistem em várias partes do mundo. No segundo grupo, podemos observar o alto grau de profissionalização e evolução a que chegaram diversas empresas, não só no visual dos produtos, mas também na qualidade e no uso de tecnologias modernas. Quem poderia imaginar há alguns anos que chegaríamos a desenvolver e produzir pianos digitais ou sistemas de sonorização controlados em rede?

A Expomusic é também a oportunidade para que as empresas tenham um contato direto com os usuários (e usuários em potencial) de seus produtos, para saber o que eles estão - e não estão - gostando, e o que gostariam de ter. Quando boa parte das informações já está disponível na internet, o mais importante é que o visitante possa ver, tocar e  experimentar os produtos e, principalmente, esclarecer dúvidas com gente que realmente entende do que está sendo exposto. Isto é muito bom para um mercado em crescimento como o nosso, e melhor ainda para o público.