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Revista Luz & Cena
Evento
Power Click Day reúne músicos na EM&T, em São Paulo
Eduardo Rascov
Publicado em 06/03/2009 - 00h00
Divulgação
 (Divulgação)
Eduardo Kika é um showman. No intervalo entre uma banda e outra, enquanto o pessoal ligava os instrumentos, era ele quem assumia o palco e o microfone no Power Click Day, que rolou na Escola de Música e Tecnologia, na zona sul de São Paulo, no dia 5 de fevereiro. Com seu jeitão de velho-moleque-que-gosta-de-rock, animava a galera sorteando um ou outro produto da sua própria fábrica, um jeito esperto de dar detalhes e chamar atenção para as suas crias. Diante dele, uma pequena multidão de aficionados por música, muitos deles alunos da EM&T, abarrotava o aconchegante auditório da escola, o Mix Music Hall.

"Vamos fazer seis Power Click Day durante ano, de dois em dois meses. Os próximos serão no Rio, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Salvador", anuncia Kika. Longe da crise - "ainda não senti nada, minhas vendas estão normais para a época e acho que continuo a expansão, pois tenho muito mercado para conquistar" - Kika e sua mulher, Lúcia, bolaram uma estratégia de marketing impecável. Em um espaço cuja reputação une competência e vanguarda tecnológica, a Escola de Música e Tecnologia, ele convidou músicos de estilos variados que são seus endorsers para uma série de pocket shows. O público interessadíssimo recebe brindes (bonés, camisetas, guloseimas...) e concorre a equipamentos da empresa. O resultado é que a marca é associada à boa música, modernidade e pequenos prazeres.

A Power Click fabrica sistemas de monitoração in-ear, desenvolvidos por Kika. Ligados a um headphone, são uma forma de resolver o eterno problema de retorno enfrentado pelos músicos em shows. "É uma tendência mundial, de uns 10 anos para cá". Mas não havia nenhum fabricante brasileiro até 2002, quando Kika começou a desenvolver seus aparelhos. "Ele é um sonhador brasileiro que luta contra tudo e contra todos", disse o baterista e professor da EM&T Giba Faveriy, referindo-se ao fato de seus concorrentes serem multinacionais. Ao lado do baixista Celso Pixinga, do tecladista Bruno e de Wagner Barbosa no sax, Giba arrancou aplausos em uma jam session.

Mas a grande atração da noite em São Paulo foi o som grosso mas algo melódico da banda heavy metal Hangar. Fábio Laguna, seu tecladista, é um defensor entusiasmado do monitoramento por meio do Power Click. "O aparelho nivela o som da [casa de shows paulista] Via Funchal ao boteco", conta. "Com ele, não entro mais em roubada". Atualmente, na fase de pré-produção do 4º álbum da banda, ele ensaia com o grupo de 10 a 12 horas por dia, fechados em um estúdio em uma fazenda de um amigo, em Tatuí, interior de São Paulo. "Se não tivesse o power click já estaria surdo."

Como Fábio, muitos músicos gostam de ouvir baixinho a gama sonora produzida em um show. O aparelho criado por Kika permite que o músico controle o volume do som, que vem puro, direto da mesa. Se tivesse conhecido o power click, quem sabe Tim Maia não tivesse reclamado tanto do retorno em seus shows. "Se bem que talvez não tivesse sido aquele adorável rabugento de quem a gente morre de saudades", conclui Kika.
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