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Revista Luz & Cena
Editorial
Convergência
Sólon do Valle
Publicado em 02/07/2007 - 00h47
Há 20 anos, como era o nosso dia típico? Alguns de nós passávamos seis horas sentados de frente para a mesa do estúdio, gravando ou mixando. Concentrados nos dois monitores de áudio, só esticávamos o braço para acionar o controle remoto do gravador de 24 canais. Outros se levantavam uma vez ou outra da prancheta de projetos para um café ou um pipi. Outros, nos ensaios entre uma e outra música, faziam anotações em seu caderninho para, à noite, usar no show. Os músicos mais atualizados gravavam seus temas recém-compostos em seus porta-estúdios.
Depois de um dia de trabalho, íamos todos para casa, ligávamos o receiver ou o amplificador e ouvíamos nossos CDs favoritos, ou víamos TV, conversávamos e líamos as cartas e os faxes que tinham chegado de tarde.
Hoje, passamos várias horas de frente para o monitor de LCD da workstation do estúdio, gravando, mixando ou masterizando. Outros pouco se afastam do computador onde rodam seus projetos nos Autocads e EASEs da vida. Se pudessem, tomariam café e fariam pipi ali mesmo! Outros, nos ensaios entre uma e outra música, salvam as cenas no pen drive para tê-las prontas, à noite, no show. Todos os músicos gravam seus temas recém-compostos usando softwares próprios, no seu computador.
Depois de um dia de trabalho, vamos todos para casa, ligamos o Mac ou o PC e ouvimos nossos MP3 favoritos, ou vemos vídeos no computador, entramos em algum chat para um papo, e lemos os e-mails que chegam sem parar.
Nossa! Tudo convergiu para o mesmo lugar. É assustador como tudo na vida acontece no computador. Trabalho, criação, lazer, negócios, vida social, se desenvolvem em 17" de tela plana. Imagino o que seria de nós se, numa reviravolta tecnológica praticamente impensável, deixasse de haver internet e os computadores deixassem de rodar. Certamente o mundo não voltaria ao que era nos anos 60, quando sonhávamos com o tal cérebro eletrônico. O planeta pararia de vez.

 
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