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Revista Luz & Cena
Cartas
Consultório Técnico
Sólon do Valle
Publicado em 28/05/2007 - 00h00
::SISTEMA PROCESSADO

Olá Sólon!
Há pouco tempo migrei para a revista M&T, quando deixei de comprar uma revista muito popular especializada para DJs. Tenho gostado muito do que tenho aprendido na M&T, vocês todos estão de parabéns.
Sólon, eu desejo que você me fale sobre o sistema de som processado. Como funciona esse tipo de sistema e quais são as suas vantagens, com relação ao sistema de sonorização convencional?
Saudações e sucesso!
DJ Marcus


Caro Marcus:
Obrigado! Que bom que estamos sendo úteis a você.

Na antiguidade, ou seja, até o meio dos anos 70, os sistemas de sonorização eram bastante diretos: o sinal saía da mesa e entrava nos amplificadores de potência. As freqüências eram separadas em graves, médios e agudos através de crossovers passivos, conjuntos de capacitores, bobinas e resistores entre as saídas dos amps e os alto-falantes, cornetas e tweeters. A partir dessa época, ganharam popularidade os crossovers ativos, circuitos eletrônicos que recebiam o sinal vindo da mesa e o separavam em sinais de graves, médios e agudos independentes. Cada um destes alimentava seus respectivos amps, e estes seus respectivos falantes. Com isso, poupava-se potência total e se obtinha muito menos distorção do que com o sistema passivo. O equalizador gráfico também se popularizou, melhorando a resposta de freqüência dos sistemas. Em muitos sistemas, eram ainda introduzidos compressores para "segurar" a potência para cada via, protegendo os transdutores (falantes, drivers e tweeters).

A partir da metade dos anos 80, surgiram os mega-eventos e, com eles, a necessidade de sistemas muito mais potentes e confiáveis. E, evidentemente, esses sistemas deveriam ter componentes menores, senão não haveria espaço para eles!

Era, então, necessário desenvolver transdutores e caixas cada vez menores em tamanho e maiores no rendimento. Para obter isso, era fundamental otimizar seu funcionamento, para que eles pudessem ser utilizados até o seu limite, e mais, que esse limite fosse expandido. Surgiram os processadores, no princípio equipamentos analógicos e, atualmente, digitais. Os processadores são equipamentos dedicados, isto é, trabalham com parâmetros de correção de resposta de freqüência, compressão, ajuste de fase e de retardo (delay) entre as vias, de modo a: 1º) linearizar ao máximo a resposta do sistema, corrigindo sua resposta ao nível de um equipamento de alta-fidelidade, e 2º) Extrair o máximo de potência dos transdutores ao mesmo tempo que os protege de excessos de potência e outras situações perigosas. É claro que eles devem complementar perfeitamente o sistema.

Os processadores, ou gerenciadores de sistemas, como são chamados, podem ser construídos em função de um modelo, alguns modelos de sistemas, ou para qualquer modelo de sistema. Neste último caso, há o máximo número disponível de parâmetros ajustáveis, e comumente o produto vem acompanhado de tabelas para ajustes testados para várias marcas e modelos de sistemas de falantes. Os fabricantes de falantes também fazem o oposto, oferecendo tabelas para uso com os gerenciadores mais populares.

Atualmente, qualquer sistema de médio a grande porte é processado. Até vários amplificadores de potência têm processamento interno, analógico ou digital, para otimizar seu funcionamento e o dos transdutores que alimenta.

Leia, nesta edição, as análises de dois amplificadores processados, projetados e fabricados no Brasil: Studio R X8 e HotSound Digilite 6.4.
Um abração,
Sólon do Valle


::SPLITANDO DIGITAL

Olá!
Tenho algumas dúvidas que preciso esclarecer:
Existe maneira de splitar virtualmente os canais de uma mesa digital? Por exemplo: uma Yamaha 01V96 -16 canais P.A. - 16 canais AD/DA - monitor ou 02R96 -12 canais P.A. - 12canais para monitor sem uso de ADDA? Qual a conexão usada pra controle externo via MIDI/USB?  Baixei o editor da LS9 mas não consegui abri-lo. Preciso do Studio Manager também???
Pode-se usar os canais físicos e digitais ao mesmo tempo, nas seguintes situações?
Canais da mesa (24 da 02R) usados no P.A. e 24 canais (splitados) AD/DA via computador usados para monitorar palco, auxs.,volta de efeitos, grupos etc.?
Qual o melhor meio de carregar cenas para serem usadas em mesas digitais? Notebook, se a empresa não tiver nenhum computador conectado à mesa? CD de dados (editor da mesa), pen drive (em relação à Yamaha LS 9 a entrada USB serve pra isso?), HD externo?
Sabendo que existem problemas em relação às saídas LR, LR+MONO no roteamento, que não é usado um padrão pelos usuários podendo haver diferenças nas conexões, se for só esta correção depois da cena aberta na mesa ou PC, fica pouco trabalho para concluir!
Desde já agradeço !!!
Ramon


Prezado Ramon:
Tomando como exemplo a console Yamaha 01V96, é possível fazer um "split digital" dos sinais de entrada, dentro da console, usando Direct Out (isso pode ser feito nos 32 canais de entrada mono INPUT). Como o sinal é tomado depois da conversão AD, o seu nível já estará ajustado pelo controle de ganho de entrada (portanto, os sinais splitados possivelmente já terão um nível adequado).

O ponto de tomada do sinal da Direct Out na 01V96 pode ser escolhido como Pre-EQ, Pre-Fader ou Post-Fader. Se você usar a opção Pre-EQ, o sinal é tomado antes de qualquer dos processamentos internos do canal (gate, EQ, compressor) e antes do fader, mantendo assim suas características originais.
Para sair com o "split" da console, uma opção é rotear os sinais das Direct Outs para os canais da saída digital ADAT (óptica). A 01V96 já vem com uma conexão ADAT (8 canais), mas você pode instalar uma placa opcional MY8-AT, que adicionará mais uma conexão de saída ADAT (mais 8 canais), e assim você terá um total de 16 canais digitais de saída, via ADAT. Nesse caso, você terá que rotear 8 Direct Outs para os 8 canais de saída da conexão ADAT nativa da console e mais 8 Direct Outs para os 8 canais de saída da conexão ADAT da placa MY8-AT adicional. Para usar esses sinais splitados da 01V96, o seu outro equipamento (outra console, no caso de monitor; um computador, no caso de sistema de gravação) deverá possuir 2 entradas ADAT ópticas.

Se a sua necessidade de split é para fazer uma gravação e se o seu sistema de gravação pode ficar perto da console, acho que a melhor alternativa é instalar na 01V96 uma placa opcional MY8-mLAN. Você poderá então rotear 16 Direct Outs dos canais de entrada para a placa MY8-mLAN, e conectar a saída física dessa placa ao computador, simplesmente usando um cabo FireWire (comprimento máximo de 5 metros). No computador, basta instalar um driver ASIO mLAN (gratuito) para que o software de gravação possa enxergar a conexão de 16 canais com a console (veja a análise publicada na edição de dezembro de 2006 da M&T).

De uma forma geral, as explicações acima se aplicam também a outras consoles digitais da Yamaha, possivelmente com mais capacidade de canais nas consoles maiores.

Você pode editar e salvar num computador as cenas e configurações de efeitos, processadores, roteamentos, etc, usando o editor específico da console, funcionando dentro do software Studio Manager. Esses softwares são todos gratuitos, mas é preciso conectar o computador à console (via USB, no caso da 01V96; via rede Ethernet, no caso da LS9 e outras). Nas consoles maiores (LS9, M7CL, etc), você pode salvar os dados internos em dispositivos USB (exemplo: pen drive).
Abraço,
Miguel Ratton


::CADÊ MEUS PLUG-INS?

Olá, admiro demais a revista e compro todas!!!
Gente, eu tô com o Sonar 6 agora aqui no meu home. Pentium 4, com 2500GB de RAM, HD SATA de 80GB.
É o seguinte, eu formatei meu HD, tirei tudo. Daí, instalei o Sonar 6. Tudo OK!
O problema é o seguinte: instalei o BFD VST (e outros VST), mas o Sonar não "mostra" eles. Digo assim, coloquei no plug-in manager do Sonar as pastas VST pra ele procurar. O Sonar acha eles enquanto esta escaneando (dá pra ver), mas daí não os vejo no Sonar para inseri-los como instrumentos virtuais...só vejo os VST que já vieram com o Sonar...
O local que eu instalei é na pasta criada pelo software VST em questão. Por exemplo, C:\Arquivos de Programas/fxspansion/vstplugins/bfd, algo assim...
O que pode ser? Como instalar esses VST corretamente no Sonar?
Me ajudem, por favor!
Nando



Caro Nando:
O Sonar 6 procura os plug-ins e instrumentos VST nas pastas definidas no menu Options > Global > VST Plugins (veja a figura). No exemplo, está definida a pasta (Folder) C:\Arquivos de Programas\Steinberg\VSTPlugins. Mas a opção Add. permite que você indique mais pastas onde há plug-ins VST. Então, basta localizar a pasta onde está o seu BFD, e incluí-la na lista. Quando você clicar no Synth Rack > + > vstplugins, o BFD deverá estar lá.

Boas produças!
Sólon do Valle
 
Conteúdo aberto a todos os leitores.