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Revista Luz & Cena
Editorial
Profissional
Sólon do Valle
Publicado em 28/05/2007 - 17h00
Trabalho no Áudio há 35 anos, na qualidade de. engenheiro elétrico. Não, não sou engenheiro de áudio como muitos leitores pensam. Nem eu, nem ninguém formado neste país. Simplesmente, nossa profissão não existe. Ninguém se forma em Áudio em sendo este um ramo específico da Engenharia, da Física ou sei lá do quê: quando muito, tem direito a algumas cadeiras eletivas que lhe garantem certo grau de especialização. Tá certo, há cursos até muito sérios, mas não da tão sonhada Engenharia de Áudio, autônoma, não inscrita em outro ramo profissional.

Mas, mesmo para quem não teve o privilégio de completar um curso superior ou até uma pós-graduação, mas tem uma bagagem profissional digna de um mestre do Áudio, respeito de discípulos e de colegas, tudo aquilo que caracteriza um cara bem sucedido na profissão, a evolução se dá a passos de cágado.

E o que falta fazer para dar o tão sonhado passo rumo à regulamentação da profissão? E o que isso siginifica? De cara, direitos trabalhistas respeitados, maior união com os mesmos objetivos, ou seja, boas condições de trabalho, respeito, reconhecimento, dignidade, enfim.

Conheço as dificuldades de unir quem quer que seja em um país continental, onde cada região tem diferentes demandas, realidades, recursos. Mas confio ainda na possibilidade dessa união, com resultados práticos, positivos, eficazes. Será idealismo? Acredito que não, da mesma maneira que acredito que não podemos - cada um de nós - nos esquivar da nossa participação. Tem uma opinião? Dê. Uma reclamação? Faça.

Temos, no Brasil, ouvidos abertos a essas propostas. E nada melhor que uma ocasião como o Congresso da AES, que ocorre de 21 a 23 de maio, para se fazer escutar. Não deu pra ir? Escreva, ligue, amplifique sua voz. Há a AES, a ABPAudio - organizações dedicadas à nossa profissão - e há as revistas especializadas, os cursos, os eventos regionais. Todos esses veículos e oportunidades não podem ser apenas uma via de mão única. Pelo contrário, é quando cada um de nós profissionais - que conhecemos os limites e dificuldades do dia-a-dia e da vida no áudio em geral - levanta a voz e se agrega a outros que carregam as mesmas bandeiras, que a tão sonhada organização profissional passa a existir.
 
Conteúdo aberto a todos os leitores.