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Revista Luz & Cena
Tecnologia
Plug-ins exciters e enhancers
Saiba quem são, onde encontrá-los, porque e para que utilizá-los
Rodrigo Sabatinelli e Thiago F
Publicado em 01/10/2004 - 00h00
Divulgação
 (Divulgação)
Os exciters e enhancers são, na verdade, uma fusão tecnológica de compressores multi-bandas, limitadores, multiplicadores/divisores de freqüências e equalizadores dinâmicos, que têm como principal característica a geração de harmônicos perdidos durante o processo de gravação. Eles podem ser utilizados em sua forma tradicional - como recuperadores de freqüências - ou como ferramentas de efeito em finalização (mixagem e masterização) de projetos.
Assim como outros processadores, eles ganharam a forma de plug-in e caíram nas graças de engenheiros e técnicos do universo do áudio. Muitos destes profissionais não abrem mão de sua utilização. A seguir, conheça um pouco mais sobre a origem e o funcionamento destas ferramentas.
Desmistificando o processo
É muito provável que em determinado momento vivido no universo do áudio alguém tenha dito a seguinte frase: "todas as gravações realizadas em workstations digitais são frias e mortas". Há quem duvide disso e aposte todas as suas fichas contra a afirmativa e ainda quem assine embaixo com a mais bela caneta tinteiro do mercado. No entanto, é preciso lembrar que, independentemente de um ou outro meio - digital ou analógico -, da razão ou do palpite, são muitas as variáveis físicas que definem o grau de qualidade sonora de um registro e/ou de uma mixagem.
Teoricamente é correto afirmar que estas variáveis sofrem grandes influências durante as etapas que envolvem um processo de gravação. São intervenções de caráter físico e eletrônico, que surgem ainda na captação dos instrumentos (algumas vezes feita de maneira incorreta) e chegam até as conversões e processamentos pelos quais o áudio precisa passar. Não se pode deixar de citar, obviamente, a qualidade dos microfones utilizados, nem sempre confiáveis; dos instrumentos, idem; e de suas conexões com as máquinas ou plataformas, pois também são determinantes nesta questão.
No universo analógico, todas estas variáveis - com exceção para as conversões e processamentos - somadas às condições de uso das fitas magnéticas e à integridade do percurso natural do áudio (transporte de fita) também fazem a diferença na qualidade sonora do produto final.
Mesmo em sistemas de sonorização de shows e até em sonorização de templos, é válido usar excitadores e realçadores (enhancers) para extrair timbres mais brilhantes ou pesados dos instrumentos ou vozes.
Utilizada largamente há décadas, a distorção analógica consiste na saturação em determinadas freqüências emitidas por um instrumento. Mas como reproduzi-la digitalmente? A história comprova que, por algum tempo, isto foi uma verdadeira batalha. No entanto, alguns experts descobriram a pólvora e passaram a apostar na utilização de sínteses que não as tradicionais aditivas e subtrativas. Estas sínteses eram fundamentadas em equações para fenômenos físicos. Devido a estas variações, surgiu a necessidade de criar um equipamento que se prepusesse a devolver ao áudio todas as perdas obtidas durante o processo. Um dos pioneiros foi o renomado Aural Exciter, fabricado pela Aphex Systems. Lançado em 1975, o produto que ganhou fama por seu uso quase excessivo em gravações da época, acabou cedendo parte de seu nome para uma nova tendência que surgia no mercado, os exciters.
Conheça agora alguns exemplos de plug-ins excitadores e realçadores.
Aphex Aural Exciter
Compatível apenas com o Pro Tools TDM, a terceira versão deste plug-in permanece no topo da lista dos mais utilizados do mercado. Com base no hardware standard de mesmo nome, o Aphex Aural Exciter é considerado o



original desta categoria. Seus parâmetros são interessantes e se chamam subjetivamente Tune, Harmonics e Timbre, entre outros.
Ele oferece ainda uma boa gama de possibilidades que permite ajustar a freqüência onde o filtro passa-altas começará a atuar (Tune), bem como a borda deste filtro (Peaking) e sua soma com o sinal original (Null fill). Além disso, pode-se controlar a quantidade de harmônicos gerados (Harmonics) e a opção por harmônicos pares ou ímpares, gerando sons mais ou menos agressivos (Timbre). No entanto, o controle mais importante deste plug-in é o Solo, que demonstra efetivamente o que será acrescentado ao som. Muitas vezes é este o parâmetro que decidirá a utilização ou não do exciter.
Para os casos em que se faz indispensável, e onde ainda assim há excesso de chiados, pode-se arriscar a utilização de um filtro passa-baixas, posteriormente colocado. Esta manobra permite a visualização de seu trabalho e elimina a região (mais alta) indesejável. Isto vale também para os demais plug-ins do tipo.
Compatível com PC ou Mac com plataforma Pro Tools TDM
www.digidesign.com

PSP Vintage Warmer



O Vintage Warmer é, certamente, o plug-in mais adequado e preferido pelos amantes das válvulas. Atuando basicamente como um emulador de compressor multi-banda vintage, ele conquista bons resultados na geração de harmônicos musicais e quentes. Isto se aplica a tracks de caixa de bateria, guitarras, baixo e vozes além, é claro, da mix L/R completa.
Muito embora o PSP Vintage Warmer não ofereça opção de escolha dos harmônicos - assim como não fornece descritivamente sua quantidade - e isto possa soar como uma tremenda desvantagem, o plug-in permite o ajuste independente do nível de saturação nas três bandas através de knobs localizados em seu painel traseiro.
Compatível com PC ou Mac que utilizam os mais populares softwares host do mercado: Cubase, Nuendo, Sonar, Sound Forge, Pro Tools etc.
www.pspaudioware.com

IK Multimedia T-Racks



Este plug-in se propõe a ser uma verdadeira central de masterização. Possui um equalizador de cinco bandas, um emulador de compressor valvulado e um limiter multi-banda. Não é um exciter clássico, mas em algumas situações pode ser aplicado com este fim.
Compatível com PC ou Mac; possui duas versões: T-racks plug-in plug-in VST, RTAS, AU, HTDM, DX e T-Racks 24, uma versão stand-alone do software.
www.t-racks.com

Antares Tube



Este plug-in excitador simula a distorção típica das válvulas triodo, e ainda funciona como limitador de picos.
Tem duas opções da válvulas, com desenhos bem sugestivos: uma azul, com aspecto angelical, que produz distorções macias e quentes, mas pode ser também muito saturada, fornecendo alta distorção; e outra, avermelhada, representada por um tridente, com dois "chifrinhos", capaz de gerar distorções radicais e timbres muito ásperos. É produzido em versões para todas as plataformas de PC e Mac.
www.antarestech.com

Steinberg Spectralizer



É tipicamente um realçador, não produzindo distorção agressiva, mas gerando harmônicos. Tem controles para determinar a freqüência acima da qual são gerados harmônicos, um controle de mixagem entre o sinal seco e os harmônicos, e ainda sliders para controlar o acréscimo do 2º e do 3º harmônico.
Tem ainda a chave Kick, que aumenta o ataque dos harmônicos, e o controle Density (de 0 a 6), que modifica o timbre do resultado final. Seu efeito é bem sutil.
www.steinberg.de


Steinberg Magneto



O Magneto emula, segundo a Steinberg, a saturação de fita de um gravador Lyrec de dois canais. É um enhancer e exciter capaz de acrescentar enorme brilho a trilhas separadas ou a uma mix completa, funcionando como um limitador que estabelece o máximo nível de pico e aumenta a distorção à medida que se aumenta o nível "na fita".
Os medidores de nível podem monitorar o nível na entrada, o nível "na fita" e o nível de saída. O slider Drive estabelece o nível de sinal "na fita". O controle Tape Speed permite emular o comportamento do gravador em 15 ou em 30 polegadas/segundo, e HF Adjust permite atenuar ou reforçar os extremos agudos. Os controles In e Out ajustam, respectivamente, os níveis de entrada e de saída do plug-in.
www.steinberg.de

Izotope Ozone



Embora menos popular que os demais, o Izotope Ozone é mais completo que seu similar, o T-Racks. Possui equalizador paragráfico, reverb de masterização, compressor e stereo imager multi-banda, além de loudness maximizer, dither e multi-band harmonic exciter.
O Ozone oferece ainda uma seleção de exciters, de quatro bandas, baseados na saturação de válvula e/ou de fita.
Compatível com PC como plug-in RTAS, HTDM, Audio Suite, VST, DX.
www.izotope.com

Sony Oxford Transient Modulator



Classificado como um dos mais completos excitadores, o Transient Modulator consegue, além de gerar harmônicos similares aos gerados pelos exciters comuns, manipular os transientes, enfatizando-os ou escondendo-os. No entanto, seus comandos são um pouco diferentes da maioria dos exciters do mercado, fato que pode assustar e confundir a cabeça dos novos usuários.
Compatível com PC ou Mac; possui versões para três plataformas: Pro Tools LE, ProTools HD e Powercore.
www.sonyplugins.com

Dica importante
Antes mesmo de optar pela utilização dos exciters é preciso estar certo de uma coisa: todo cuidado é pouco! Lembre-se que sua função básica é recuperar harmônicos, principalmente os altos, perdidos durante o processo.
Em alguns casos, como a gravação de pianos acústicos e sons de teclados em geral, sua utilização é praticamente dada como certa. No entanto, seu uso é mais indicado quando há a necessidade de compensação da perda destas freqüências em violões com cordas velhas, por exemplo. O grande problema é que, por muitas vezes, o que se consegue é o aumento geral dos chiados e ruídos de alta freqüência, que efetivamente foram captados na gravação.
Outro uso clássico é recuperar sons de bateria sem brilho e/ou sem peso, por captação inadequada. Pode-se acrescentar harmônicos, valorizar os transientes, e "engordar" os instrumentos graves com a adição de sub-harmônicos.
Manipulando outros harmônicos
Até agora descrevemos alguns exciters que trabalham basicamente com a manipulação de harmônicos altos. Porém, além destes, podemos classificar ainda os geradores de sub-harmônicos (graves). Entre os mais tradicionais estão o MaxxBass, da Waves, e o Big Bottom, da Aphex.
Waves MaxxBass
Desenvolvido pela Waves, este plug-in causou certa euforia quando lançado. Graças a sua cirúrgica capacidade de adicionar graves - principalmente em contrabaixos, sem incomodar as freqüências de outros instrumentos - ele foi e ainda é muito utilizado em mixagens e masterizações de todos os gêneros. O MaxxBass tem um grande diferencial: possui um compressor que atua somente nos harmônicos gerados por ele próprio, permitindo que o som original permaneça intacto. Faz parte do bundle Waves Diamond.



Compatível com PC e Mac como pug-in TDM, RTAS, Audio Suite DX.
www.waves.com

Waves Renaissance Bass



O Renaissance Bass utiliza a mesma tecnologia que o MaxxBass, embora seus comandos sejam mais intuitivos que o similar. Desenvolvido pelo mesmo fabricante, a Waves, seu uso é recomendado para canais individuais de baixos e bumbos.
Compatível com PC e Mac como pug-in TDM, RTAS, Audio Suitee DX.
www.waves.com

Aphex
 Big Bottom Pro



Baseado no circuito do clássico Aphex Big Bottom, modelo 104, este plug-in se encarrega de promover uma maior presença dos graves, adicionando punch sem promover distorções. Desde o período analógico, já era utilizado em conjunto com o Aural Exciter, que se encarregava das freqüências altas. Devido ao sucesso da dobradinha a comercialização destes produtos é feita em forma de pacote para o Pro Tools TDM.

Compatível com PC ou Mac com plataforma Pro Tools TDM
www.digidesign.com
Outras alternativas
O uso alternativo de alguns plug-ins como, por exemplo, os que emulam amplificadores, também pode levá-los a determinadas características bem próximas às dos exciters. Os resultados obtidos com estas experiências são, na maioria das vezes, muito interessantes. Abaixo, a classificação de alguns destes modelos.

SANSAMP



Também encontrado em forma de hardware (rack 19" e pedal), este plug-in amplificador é classicamente utilizado em tracks de guitarra ou de baixo. No entanto, seu uso alternativo em canais de voz, vocais e caixas de bateria pode gerar resultados mais que interessantes graças à produção de distorção.
Compatível com PC ou Mac como plug-in RTAS, Audio Suite e TDM.
www.digidesign.com
Amp Farm, Amplitube e Guitar Rig
Embora sejam de fabricantes diferentes (respectivamente, Line 6, IK Multimedia e Native Instruments) estes três plug-ins se propõem a realizar tarefas bem similares. Eles são emuladores de amplificadores valvulados e caixas acústicas para instrumentos e, assim como o SansAmp, eram utilizados apenas como amplificadores virtuais de guitarras e baixos.

Amp Farm - compatível com PC ou Mac com plataforma Pro Tools TDM, HD e HD accel.
www.digidesign.com



Amplitube - compatível com PC ou Mac como plug-in VST, DX, RTAS, AudioUnits e HTDM.
www.amplitube.com



Guitar Rig - compatível com todas as plataformas, traz ainda a versão stand-alone que independe de programa host.
www.nativeinstruments.com





Colaboraram: Florencia Saravia e Fábio Henriques
 
 

 
 
Conteúdo aberto a todos os leitores.