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Revista Luz & Cena
Feiras
Banquete para os ouvidos
Musikmesse e ProLight + Sound reúnem 70 mil em quatro dias
Natalie Lima
Publicado em 01/07/2005 - 00h00
Natalie Lima
 (Natalie Lima)
Quantas feiras de música e equipamentos de áudio cabem dentro da Messe Frankfurt? Se você respondeu duas - Musikmesse e ProLight + Sound -, está correto, pelo menos de acordo com a organização oficial  do evento. Mas bastava pôr os pés no imponente complexo de prédios para perceber que em cada um dos 14 pavilhões da Messe havia um universo de instrumentos e equipamentos a explorar. Com um total de 1.533 expositores de 50 países diferentes, a feira mostrou (novamente) que é uma das mais importantes no segmento, ficando lado a lado de eventos como NAMM (National Association of Music Merchants), NAB (National Association of Broadcasters ) e NSCA (National Systems Contractors Association).

Ocorridas entre os dias 6 e 9  de abril, Musikmesse e ProLight + Sound receberam cerca de 70 mil visitantes durante seus quatro dias de duração -  20 mil deles estrangeiros. Enquanto ventava frio em Frankfurt, um dos centros comerciais mais importantes da Europa, fabricantes, representantes, compradores e profissionais do ramo mostravam e viam o que há de mais novo nos mercados de instrumentos musicais e áudio profissional.

Crescimento sutil

Em comparação com o ano passado, a feira registrou um aumento do número de visitantes de 6,9%. Vale lembrar que dos 70 mil presentes, exatos 73% eram profissionais especializados, de acordo com dados da Messe. Isto se deve principalmente ao fato de que apenas no quarto dia (9 de abril) as portas foram abertas público leigo.

Isso explica porque, por exemplo, Musikmesse e Pro Light & Sound são tão segmentadas. A primeira possui um total de 10 pavilhões: 0, ocupado integralmente pela Yamaha; 1.1 (pianos): 1 (music4kids, espaço reservado para o público infantil); 3.0 (percussão, bateria e acessórios); 3.1 (guitarras acústicas e semi-acústicas); 4.0 (guitarras elétricas, baixos elétricos, amplificadores); 5.0 (teclados, pianos digitais, órgãos para igrejas etc); 5.1 (computer software e hardware, linhas para DJs); 6.0 (metais); 6.1 (instrumentos de cordas). Já a Pro Light + Sound abrigava os pavilhões 4.1 (sistemas de PA, microfones e efeitos); 8.0 (iluminação, tecnologia para palcos, som ao vivo, instalações fixas); 9.0 (iluminação para palco, laser e efeitos).

Havia ainda o pavilhão 8.1, destinado inteiramente ao Congresso de Instalações Audiovisuais, além de espaços reservados para a realização de eventos paralelos, como o Agora Stage, tenda para a realização diária de shows, e o Festhalle, destinado a eventos diversos.

Segundo a organização do evento, a maioria dos contatos realizados em Frankfurt durante o início do mês de abril acabou gerando negócios. Mais de 70% dos expositores, diz a vice-presidente da Messe Frankfurt, Cordelia von Gymnich, afirmaram ter recebido importantes encomendas ao longo dos quatro dias de feira. "O interesse profissional gera o fechamento de negócios", avaliou.

Ainda que seja fundamentalmente uma feira, a Messe abriu espaço às palestras teóricas. Realizadas na Pro Light + Sound, 18 temas diferentes foram abordados por profissionais alemães. Assuntos como Equalização de nearfields, Criação de multi-samples com softwares, Som surround para cinema e Produção e mixagem para rádio deram a tônica deste ano.

As vocações da Messe

O discurso estratégico da direção executiva da Messe rumou mesmo em direção a um objetivo já bastante familiar: a globalização. O gerente Detlef Braun, por exemplo, disse que em 2005 ficou clara a vocação aglutinadora das feiras em nível mundial. Mas não seria essa, a priori, sua função?

Sim e não. Ao mesmo tempo em que constituem um espaço para fechamento de negócios e uma oportunidade para reunir profissionais importantes dos quatro cantos do mundo, Musikmesse e Pro Light + Sound mostram tudo aquilo que, hoje, é possível ver em primeira mão graças à Internet. Ou seja, exibem um novo não tão novo assim. A vantagem de estar lá é poder ver de perto o que a maioria dos mortais só conhece através do mundo virtual e, claro, constatar quais são as tendências de mercado.

Uma delas, os teclados MIDI com interfaces integradas de áudio, apontam para o caminho da produção independente, como o Ozonic, da M-Audio, e o NeOn, da ESI, ambos com interface USB. Softwares também fizeram a festa dos visitantes. Estava lá o consagrado Guitar Rig (Native Instruments), ganhador do prêmio Mipa na categoria "Efeitos de
gravação" [mais informações no Box "Os eleitos da mídia especializada"]. No estande da Native Instruments, ele dividia espaço com as novidades da fabricante, como o software Guitar Combo, um emulador do som de combos clássicos que possui 100 presets e pode ser usado tanto como plug-in quanto em modo stand-alone.

Softwares de efeito e programas de gravação, como o Project5 V.2, a novidade da Cakewalk, dividiam seu lugar ao sol no pavilhão 5.1. O espaço mais parecia um parque de diversões digital, concentrando talvez o maior número de visitantes mesmo durante os dias aberto apenas ao público especializado. Para atrair ainda mais a atenção do público, demonstrações e workshops em horários pré-estabelecidos mostravam o passo a passo para o uso dos programas.


Os eleitos da mídia especializada
Sexta edição do prêmio Mipa consagra inovações
Um total de 58 votantes em todo o mundo - entre eles a revista Áudio, Música & Tecnologia, única publicação latino-americana a participar da eleição - e uma alta dose de prestígio fizeram da sexta edição do Musikmesse International Press Award (Mipa) um dos momentos mais importantes da feira de Frankfurt. Realizada no dia 7 de abril em um dos salões da Messe, a entrega do prêmio contou com presenças célebres, como a de Robert Zildjian. O fundador da Sabian, fabricante dos pratos de bateria Avedis Zildjian, foi o homenageado da noite com o prêmio especial "Mipa Lifetime Achievement Award".

Dividido em 41 categorias, o Mipa é organizado por Gerald Dellmann, diretor executivo da editora alemã Musik Media. O prêmio ocorreu pelo sexto ano consecutivo e mostrou ser um dos mais representativos nos mercados de áudio e instrumentos musicais atualmente. "São mais de 300 representantes presentes na festa de entrega. Isso mostra que o Mipa virou o Grammy do setor", comparou Dellmann.

Ele tem razão. Bastava olhar ao redor e ver uma sala lotada de indicados ou visitar os sites dos ganhadores alguns dias após a entrega do prêmio para deparar-se com palavras de orgulho e agradecimento aos organizadores da premiação.

Participaram das votações, entre outras publicações, as revistas Modern Drummer (EUA), Computer Music (Reino Unido), EQ (EUA) e Keyboards (Alemanha). "Cada revista vota nas categorias que têm mais afinidade com sua linha editorial", explicou Dellmann.

Para a categoria "Produto mais inovador", a maioria dos veículos escolheu o software Apple Garage Band, da Apple. O produto levou a melhor frente aos concorrentes Variax Line6 e Spectrasonics Stylus RMX.

Conheça aqui os indicados e os ganhadores da edição 2005 do Mipa:
Caixa para baixo
ganhador: Ampeg Pro Series
Mark Bass Traveller
Yamaha BBT-Serie

Baixo elétrico
ganhador:
Line6 Variax Bass
Music Man - Bongo
Warwick Katana

Bateria
Bateria acústica
ganhador:
Pearl Reference Series Drums
DW VLT Drums
Tama Superstar Drums

Pratos
ganhador:Sabian Artisan Ride Cymbals
Meinl Soundcaster Cymbals
Zildjian K Custom Dry Complex Ride

Ferragem
ganhador:
Pearl Advanced Hardware
DW 9000 Bass Drum Pedals
Sonor 600 Series Double Pedal

Baquetas
ganhador:
Regal Tip E Series Sticks
Vic Firth Diamond Tip Sticks
Ahead Tommy Lee Concert & Studio Sticks

Peles
ganhador: Remo Emperor X Snare Drum Heads
Aquarian Focus X Drum Heads
Evana MX Snare Drum Heads

Bateria eletrônica
ganhador: Roland TD-12 V-Drums
Yamaha DTXplorer
Pintech Visulite HiHat-Pads

Instrumento de percussão
ganhador: Meinl Luis Conte Artist Series Comgas
Pearl Horacio Hernandez Signature Cowbells
Remo Cuba Collection Congas

Microfone para bateria
ganhador: Sennheiser Evolution 900 Series
Earthworks DK 25 Microphone Sets
Beyer Dynamic Opus Series

Cordas
ganhador:
Elixir Nanoweb
D'Addario EXL
Dean Markley Blue Steel

Guitarra
Guitarra elétrica
ganhador: PRS 513
Fender 50th Anniversary Strat
Burns Brian May

Violão
ganhador:
Martin D-28
Line6 Variax Acoustic
Yamaha LJ36

Amplificador de guitarra tipo combo
ganhador: Fender Cyber Twin
Mesa Engineering Lone Star
Hughes & Kettner Matrix 100

Amplificador de guitarra - cabeçote
ganhador: Peavey JSX
Marshall DSL100
Mesa Stiletto Head 
Guitar

Capptadores
ganhador:
Seymour Duncan JB
L.R. Baggs M1
Di Marzio PAF Joe

Amplificador para violão
ganhador:
Fishman Loudbox
AER Acousticube 3
Rivera Sedona

Efeitos para guitarra (rack ou pedaleira)
ganhador:
Line 6 PODxt Live
Boss GT-8
DigiTech GNX4

Teclados/Software
Sintetizador (Hardware)
ganhador:
Access Virus
Dave Smith Instruments Poly Evolver
Alesis Micron

Sampler (Hardware/ Software)
ganhador
: Steinberg Halion 3
E-mu Emulator X
NI Kontakt 2

Piano eletrônico
ganhador
: Roland RD-700
M-Audio ProKeys 88
Yamaha P250

Workstation
ganhador
: Korg Oasys
Roland Fantom X 2.0
Yamaha Motif ES

Biblioteca de sons
ganhador
: Apple Jam Pack
Garritan Personal Orchestra
Vienna Symphonic Library Horizon-Series
 
Instrumento virtual
ganhador
: Korg Legacy Collection
NI Absynth 3
Arturia Arp 2600 V

Órgão / teclado portátil
ganhador
: Clavia Nord Electro 2
Hammond XK-3
Roland V-Combo/VR-760

Sonorização
Console (PA)
ganhador:
MIDAS Verona
Innovason Sy80
Soundcraft GB4

Sistema de amplificação portátil
ganhador:
JBL SRX 700
Dynacord Madras 
Bose Personalized Amplification System

Sistema de sonorização de grande porte
ganhador:
L-Acoustics KUDO
HK Audio Cohedra Compact
EAW KF730 Line Array

Microfone para palco
ganhador:
AKG WMS 4000
Sennheiser Evolution G2
Shure SLX

Mesa de gravação / mixagem (Pequeno / médio porte)
ganhador:
Yamaha DM-2000
Mackie Onyx 1640
Yamaha 01x

Console de estúdio (grande porte)
ganhador:
SSL AWS900
SmartAV The Smart Console
Studer Vista 8

Microfone para estúdio
ganhador:
AKG C414 B-XLII
Neumann M149
Schoeps CMD 2U

Monitor de estúdio (nearfield)
ganhador:
Genelec 8000 Series
Blue Sky Media Desk
Dynaudio Air Series

Ferramentas para Surround
ganhador:
Steinberg Nuendo 3
Steinberg Wavelab 5.0
SPL MMC1

Software de gravação
ganhador:
Cakewalk Sonar 4
Apple Logic Pro 7
Ableton Live 4

Workstation integrada de gravação
ganhador:
Tascam 2488
Korg D32XD
Roland VS-2400CD

Interfaces para gravação
ganhador:
Motu 828 MkII
RME Fireface 800
E-MU 1820 / 1820M

Equipamento para gravação digital
ganhador:
Digidesign Protools HD
Tascam 2488
RME Fireface 800

Efeitos para gravação (Hardware/Software)
ganhador:
NI Guitar Rig
PSP Nitro
Universal Audio UAD-1

Dance/Groove-Gear
Groove Box
ganhador:
Roland MC-909
Akai MPC1000
Korg Electribe SX

Software e ferramentas para DJ
ganhador:
Ableton Live 4
Stanton Final Scratch
NI Traktor

Fabricantes de caixas, microfones, consoles e periféricos também investiram nos workshops para instruir os visitantes sobre seus produtos. Cerca de 70 apresentações preencheram a agenda durante os quatro dias da feira. Marcas como Sennheiser, Sony, Behringer e EVI Audio GmbH preferiram, assim como a maioria, realizar encontros em seus próprios estandes - uma maneira simplificada e mais informal de mostrar seus produtos.

Esse foi um dos caminhos encontrados pelas grandes marcas não só para competirem entre si, mas também para fazer frente à avalanche de chineses, coreanos e vietnamitas encontrados com facilidade em qualquer um dos pavilhões da exposição. Com preços bem mais baixos e produtos de qualidade não tão garantida, as marcas orientais estão cada vez mais presentes nas feiras internacionais, ou seja, no mercado, já faz alguns anos. Tanto é verdade, que as feiras Music China e Pro Light + Sound Shangai, organizadas pela Messe Frankfurt, atraem expositores de todo o mundo desde sua criação, em meados da década de 90.

OPINIÃO DE QUEM FOI
O baixista e percussionista Geovany Silveira, há 14 anos em Frankfurt, diz que prefere ver equipamentos e instrumentos em lojas a expostos em feiras como a MusikMesse. "Essa é uma feira para quem quer fazer negócios. O músico praticamente não consegue experimentar os instrumentos da maneira como deveria por causa do barulho", avalia.

Também proprietário de um estúdio de gravação na cidade, ele conta que aproveita as edições anuais da Musikmesse para conferir as novidades nos setores de hardware e software.

Freqüentador da Messe desde 2002, Paulo Cordeiro, proprietário da BKS, diz que este ano poucas coisas chamaram sua atenção na linha de PA. "Não vi nada muito novo em 2005", comenta. As exceções foram as caixas da Magnetic Audio Devices. A fabricante americana trouxe os modelos MAD A9, MADMusikbox e MAD SB412D. Paulo conta que viu essa linha pela primeira vez em setembro de 2004, durante evento de moda na Times Square, em Nova York.

Paulo viu a MusikMesse menor este ano - pelo menos para o mercado de áudio. Apesar de trabalhar apenas com esse setor, ele conta que se encantou com alguns produtos voltados para o mercado de iluminação, como as novidades com LEDs.

Para relaxar, divertiu-se com o mixer de áudio e imagem DJM-1000, da Pioneer. Indicado para DJs, oferece sampling rate de 24 bits/96kHz e processador de 32 bits/96kHz. Entre outros atributos, possui um comando usado para controlar imagens geradas por outro equipamento graças a seu cross fader mixer.

Já o projetista Carlos Correia destacou três diferentes modelos de PA line array como as novidades mais interessantes deste ano: o Butterfly, da italiana Outline, além do modelo VRX 900, da americana JBL e do Kudo, da francesa L-acoustics. Ele vê a diminuição de tamanho das caixas dos sistemas line array como uma tendência.

Pela primeira vez na Messe, Marcos Vignoli, gerente comercial da Warm Music, disse que na feira é possível encontrar qualidade e quantidade. Ele dedicou atenção especial aos amplificadores. "A potência e a tecnologia chamaram atenção, pois no Brasil as coisas são um pouco mais complicadas. Em relação ao acabamento, tanto na linha de amplificadores quanto nas demais áreas do áudio, acho que nós brasileiros podemos dizer que nos saímos bem", avalia.

Também da Warm, Cláudio Adoglio adiantou a M&T que em 2006 a fabricante paulista deve expor sua linha de amplificadores na Messe. Ele pareceu encorajado pela presença dos brasileiros na última edição da feira. "Nossa idéia é estar aqui ano que vem", disse. 

 
Brasileiros marcam presença na Messe
Subtítulo: Sozinhos ou em grupo, fabricantes expõem na feira alemã
Pelo segundo ano consecutivo na Messe, a Associação Nacional de Fabricantes de Instrumentos Musicais (Anafim) conseguiu reunir na feira um total de nove expositores brasileiros: Onerr, Raso, Contemporânea, Nig (Rouxinol), Hering, Walker guitarras, Izzo, Art Symbols e CIbanez. O número é pouco expressivo levando em conta os outros fabricantes brasileiros que preferiram expor seus produtos independentemente da Anafim, como Giannini, Meteoro, Orion, Odery e Liverpool.

Mas qual seria a vantagem de expor com a Anafim? Segundo Alberto Bertolazzi, presidente da associação, um dos principais objetivos da entidade, criada em 2003, é ajudar a venda de produtos brasileiros no exterior. Para isso, a Anafim conta com a ajuda da Agência Promotora de Exportações (Apex). "A idéia é desenvolver clientes, distribuidores, lojistas e atacadistas fora do Brasil", diz.

Participar de feiras internacionais ajuda, e muito, a alcançar esse objetivo. Mas tanto em 2004 quanto em 2005, a presença da associação na Messe foi, digamos, tímida: em vez de crescer, o número de expositores caiu de dez para nove este ano. Mesmo sem a adesão desejada, foi possível colocar lado a lado fabricantes como Santo Angelo (linha para exportação Raso), Onerr (pedais) e Hering, por exemplo. Porém, como a exposição é dividida por departamentos, foi difícil reunir todos os nove expositores brasileiros num único espaço. Raso e Contemporânea ficaram no pavilhão 3, destinado a instrumentos de percussão. Os outros expositores estavam reunidos no pavilhão 3.1, área dos acústicos. "Isso acabou diluindo um pouco a presença", diz Alberto. Já nos EUA, durante a feira NAMM deste ano, realizada em janeiro, a Anafim chegou a organizar um pavilhão temático sobre o Brasil.

Para ampliar sua representatividade, a associação tenta atrair fabricantes do mercado de áudio que também se aventuram no mercado internacional, como Meteoro e Hot Sound. Já que os instrumentos dependem de microfones, amplificadores, mesas e periféricos em geral e vice-versa, por que não conquistar esses produtores para a Anafim?

Mas a tão desejada adesão não é assim tão simples. Há quem defenda, como a Meteoro,  presente na Messe também em 2004, que se saísse do pavilhão 4 para se juntar aos associados da Anafim poderia atrapalhar o acesso dos visitantes que passaram por seu estande na edição anterior da Musikmesse. Alberto argumenta que a unidade pode ajudar todos os expositores a chamarem mais atenção. "Se conseguirmos reunir todos em um pavilhão grande, temático, com as cores do Brasil e com música brasileira, chamaremos muito mais atenção do que se ficarmos espalhados. Ninguém está tão bem localizado assim", diz ele.  

Para atrair empresários alemães até seu estande, a Anafim enviou convites de visitação por e-mail. O executivo Eduardo Casaroto, contratado este ano como coordenador, foi quem contatou atacadistas e distribuidores durante os quatro dias de feira.

Em 2005 na agenda da Anafim estão as feiras NAMM Summer, em julho; Pro Light & Sound na China, no final de outubro; e Japão, no começo de novembro.

Com os pés fincados na Europa
Agora com subsidiária em Viena, Selenium quer ampliar mercados
Há sete anos na Musikmesse, a brasileira Selenium, que possui subsidiária na capital austríaca Viena, mostrou sua linha de falantes em um estande de 60m². "É mais fácil para quem já está aqui [Europa] continuar expondo", diz Daniel Salomão, gerente de vendas internacionais da Selenium nos EUA.

O tamanho do estande, para uma empresa brasileira, é bastante grande. Além de confortáveis sofás e decoração arejada, ele revela o espaço que a Selenium ocupa atualmente na Europa quase dez anos após sua chegada. Daniel lembra que foi preciso insistir bastante nos três primeiros anos. "Os europeus têm dificuldade de aceitar o novo", avalia. Ainda assim, a empresa possui clientes em cerca de 20 países da Europa, incluindo Alemanha e boa parte do Leste Europeu.

Daniel compara os mercados norte-americano e europeu. Enquanto o primeiro possui dinâmica e diversidade sem nunca esquecer dos preços, o segundo é mais conservador e não se deixa guiar apenas pela conhecida relação custo/benefício. "O europeu dá mais valor à performance do produto. Ele quer ver um produto lançado em 1999 sendo exposto na feira de 2005; quer saber se tem solidez", compara o executivo.

Entre os produtos mais visados na Europa, os subwoofer de alta potência e os drivers de compressão. Mas a aposta da Selenium para a Musikmesse foi o novo driver de neodímio, o Neodymium D3500Ti-Nd, lançado anteriormente na NAMM e no Brasil. Esse e todos os outros produtos da Selenium vendidos na Europa [apenas os da linha Profissional] e nos EUA são fabricados no Brasil, na fábrica localizada na cidade de Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul.

De lá eles saem em direção à subsidiária européia, localizada em Viena há quase um ano. Coordenado pela brasileira Edilaine Grünewald, também presente na Messe, o escritório envia os produtos para os distribuidores de diferentes países da Europa. "O nome da Selenium já era conhecido; antes de a subsidiária existir, já estávamos aqui [a empresa possuía representantes no continente]", explica.

Mais precisamente na Suíça. A ida para a Áustria, conta, deveu-se ao fato de o primeiro  país não fazer parte da Comunidade Européia, o que acaba por dificultar a maioria das negociações. Uma rápida olhadinha no mapa da Europa também ajuda a entender a mudança de endereço: a Selenium precisava ficar mais perto da maciça quantidade de clientes localizados no Leste Europeu, assim como daqueles presentes e Portugal, Espanha e Bélgica, por exemplo. Nada melhor que estar no coração do continente.

Ter uma brasileira à frente das vendas na Europa, comenta Daniel, foi um passo fundamental para a manutenção da identidade da empresa. "Se não fosse assim, seria apenas um distribuidor", diz. Uma das conseqüências que isso poderia acarretar seria, por exemplo, uma atuação não especializada no mercado, impedindo a confecção adequada de produtos sob encomenda. Além dos 80 produtos presentes no catálogo, outros 50, todos oriundos de pedidos específicos, são comercializados pela Selenium.

Para Daniel, a edição de 2005 foi muito mais interessante do que a anterior. "Este ano há mais pessoas interessadas em fazer negócios e menos curiosos", analisa. Ele e Edilaine revelam que a meta da Selenium para a Europa é ter pelo menos um distribuidor em cada país do continente até o final deste ano.
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