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Revista Luz & Cena
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DJs - Parte II
O Mundo Dança e os Adora
Pedro de Abreu Cidade
Publicado em 01/05/2001 - 00h00
Algumas Dicas para Quem Quer Ser DJ

Pesquisar a música em geral é praticamente uma obrigação para quem quer ser DJ. É preciso saber o que aconteceu no mundo da música para ter uma base e criar o seu estilo próprio. Se o DJ não conhece as músicas que marcaram o passado, ele está arriscado a cometer alguns erros: como tocar uma música referencial e emendar uma música ruim só porque dá para mixar.

"Tem que perguntar, pesquisar e comprar discos" - DJ Cuti.

"A melhor dica é não pensar em fama e sucesso. Eu também não indico curso. Durante quatro anos eu dei um curso e no final percebi que quem saiu e se deu bem já tinha talento. Só serviu para conhecer outras pessoas" - Memê.

"Você tem que entrar porque está apaixonado pela música. Não porque acha que vai se dar bem com as mulheres ou por causa da moda" - DJ Celso Badauê.

"A primeira coisa é amar demais isso. O importante é acreditar. O que tiver que ser vai ser. Mas você tem que praticar sempre e agradar o público. Não dá para o cara tocar só o que é de gosto dele" - DJ Patife.

"O DJ não está lá só para mixar, ele tem que passar uma história para o público que está dançando. Isso vai formar o conceito do DJ e vai deixá-lo habilitado para tocar as músicas de qualquer era " - DJ Anderson Soares.



Toda Regra Tem Exceção
Serginho é uma exceção no mundo dos DJs convencionais. Seu estilo não é house, funk, soul ou hip hop. Serginho toca rock ´n´ roll. Ele toca na boate Tipuana, em São Paulo, e seu repertório varia entre rock, blues e música nacional. No início dos anos 80, Sérgio Soares começou fazendo festas em garagens ou algo bem dentro do estilo - que sempre teve esse "pedaço particular" da casa como local onde a maioria das bandas de rock começaram a fazer seu som.
Depois das garagens, ele tocou em festas do bairro, boates e até no Aeroanta, uma das casas que marcaram a noite de São Paulo. Uma das diferenças (além do público), em se trabalhar com o rock, é que o estilo não requer muito o recurso da mixagem. É melhor deixar a música tocar até o fim do que mixar. Pode-se fazer, mas o resultado é seco e sem sentido, já que as batidas no rock muito dificilmente são parecidas o suficiente para serem emendadas. "Ser DJ é furar um ciclo vicioso. Você tem que batalhar e ter vontade de fazer. Mas nunca deixe de estudar". Para quem quiser saber um pouco mais sobre a noite rock de São Paulo é só conferir o site: www.tipuana.com.br



DJ Marlboro: Superando Obstáculos

DJ Marlboro é o precursor dos DJs que se voltaram para estilos particulares de música. Tendo se interessado primeiro pela mixagem para depois começar a gostar das músicas, ele adotou o funk como sua bandeira. Aos 18 anos, Marlboro fez seu primeiro baile e só passou a se considerar DJ nesse dia. "Eu me lembro bem, foi em três de agosto de 1980". Ele nunca fez nenhum tipo de curso e diz que depois que alguns DJs começaram a se destacar, o propósito de vir a fazer um foi mais em função de se ganhar dinheiro. "Muita gente tem vontade de ser DJ, mas poucos vão se arriscar como nós nos arriscamos, muitos anos atrás, em encarar uma profissão sem perspectiva nenhuma".
Marlboro nunca teve muito incentivo por parte da família, pois não havia um profissional dessa área, na sua época, que tivesse um sucesso reconhecido. Mas mesmo assim ele acreditou na idéia, sendo hoje um nome respeitado dentro do mercado. Quem deu "uma força" para que esse caminho fosse seguido foram os irmãos Hermano e Herbert Vianna. Hoje em dia, Marlboro tem dois estúdios, tudo graças a uma bateria eletrônica que Herbert lhe deu. Foi a partir dela que o funk nacional nasceu. Ele explica que no início o estilo foi muito discriminado: "Eu não entendia como que uma música que fazia sucesso numa boate com 200 pessoas tocava nas rádios e eu tinha um público de cinco mil nos bailes, e não tocava em lugar nenhum".
E foi com muito esforço e divulgação que Marlboro conquistou seu espaço no mercado. Depois do sucesso atingido pelos dois volumes do "Funk Brasil", a carreira do DJ não parou mais de crescer. Seu sonho de divulgar seu trabalho nos veículos de comunicação se realizou, e por um bom tempo ele se apresentou no programa da Xuxa na TV Globo. Hoje em dia, qualquer um que já seja ou que quer ser DJ, sabe quem é DJ Marlboro.

 
DJ Marky: Uma História de Sucesso

Marky talvez tenha sido o mais precoce de todos. Começou a se interessar com nove anos de idade. O que mais lhe chamou a atenção foi o jeito como que os DJs passavam de uma música para a outra sem alterar a velocidade delas. Depois de pesquisar descobriu a mixagem e mais um monte de coisas que só lhe aumentaram a vontade de ser DJ. Mais uma vez o início foi mais o menos o mesmo que o de todos os outros: Marky também começou fazendo festinhas para as irmãs e amigos até entrar em campeonatos de DJs. Mesmo tendo perdido os dois primeiros, sua vontade não diminuiu. Eles venceu os seguintes e começou a tocar na boate Show Business, em São Paulo. Depois de oito meses nessa casa, Marky trabalhou como DJ em diversas casas de São Paulo. Hoje faz quase três anos que seu endereço noturno é a casa Love In Club no comando da festa "Vibe".
A projeção de Marky no mercado dos DJs que tocam no exterior se deve ao DJ Brian que, durante uma apresentação no Brasil, viu o estilo e energia como Marky tocava e ficou impressionado. Junto com o DJ Patife, Marky conquistou a noite mundial e chegou a ganhar recentemente o prêmio da "Knowledge" como melhor DJ internacional de drum ´n´ bass. Suas apresentações no exterior incluem lugares como Bélgica, Amsterdã, Londres, sendo que quase todas as cidades de lá, País de Gales, Canadá, Irlanda e mais algumas outras. "A diferença dos DJs brasileiros é que nós somos alegres. Eu gosto de tocar dançando. É uma coisa que eu faço porque gosto".
Outra coisa que lá fora é diferente é a abertura dos artistas para o trabalho dos DJs. No Brasil são poucas as bandas e artistas que utilizam as habilidades destes profissionais para promover suas músicas. Esse tipo de trabalho ainda não está suficientemente divulgado por aqui. "O DJ é tudo. É ele quem estoura as músicas. Artistas como Mariah Carey e Jennifer Lopez chamam DJs para fazer seus remixes. O mundo da música gira em torno do DJ".
Para Marky o mercado de hoje tem mais DJs do que casas onde tocar. "O problema é que as pessoas não vão aos lugares para ouvir boa música, vão mais para ver mulheres ou homens. Eu adoro mulheres, mas se o lugar não toca a música de que eu gosto, eu não fico nem cinco minutos".
Marky também tem uma preferência absoluta pelo disco de vinil. Mesmo recebendo alguma música de que gosta em CD, ele o manda para um estúdio em Londres para que um disco seja feito com aquela determinada faixa. "O vinil é a alma do DJ". 


Algumas das Principais Marcas para DJ's
Vestax: Pickup PDX-d3, nela é possível ajustar a velocidade em mais ou menos 50% através de um fader. O pitch pode ser alterado em 1, 2, 3, ou 6%. Com isso o DJ não precisará mais colocar a mão no disco para ajustar o tempo. A PDX-d3 também vem com um botão de reversão e todas as funções são aplicáveis a esse modo. É possível ligar dois aparelhos juntos, fazendo com que os comandos dados a um sejam aplicados a ambos. A distribuidora é a Colky's. Tel.: (11) 220-2322 / fax: (11) 223-8390.
Inserir foto em papel: foto 1

Denon: Pick up DP-DJ 150, com controle de pitch contínuo para sustentar com precisão a velocidade de rotação. Um fader é utilizado para ajustar o pitch. Um motor de corpo único atinge um torque inicial de 2,2 kg/cm que possibilita chegar rapidamente a uma rotação constante. O aparelho tem freios eletrônicos para uma frenagem mais rápida e vem equipado com uma saída digital coaxial com resolução de CD: 44,1 kHz / 16 bits. No modo "line out" a pick up utiliza o DSP embutido para manter o tom da música mesmo quando a rotação é alterada. A distribuidora é a Colky's. Tel.: (11) 220-2322 / fax: (11) 223-8390.
 
Numark: CD player CDN-34 duplo, que incorpora sistema de memória anti-choque de 12 segundos e a capacidade de iniciação instantânea. A edição de loops permite uma reprodução contínua "sem costura" graças ao buffer de memória RAM. O pitch pode subir ou descer até 16%. A tecla "Stutter" permite que o DJ volte ao início do loop à hora que quiser. A distribuidora é a Next. Tel.: (11) 5061-5666 / fax: (11) 5063-0764.

 
Pioneer: CMX-5000 Stealth é um CD player duplo que mede o BPM (batidas por minuto) tanto da música que está tocando, como o da próxima, e muda automaticamente a velocidade da música seguinte, cortando o silêncio da passagem de uma para a outra, fazendo o casamento entre elas. O aparelho pode criar loops em tempo real. Com a função reloop é possível voltar ao loop criado anteriormente. O Master Tempo permite que o DJ altere a velocidade da música sem que sua tonalidade seja alterada. A resposta de freqüência é de 4 Hz até 20 kHz. A relação sinal/ruído é de 115 dB*, além de possuir três saídas analógicas e duas digitais. A distribuidora é a Loner. Tel.: 0800-140506 ou e-mail: loner@attglobal.net

Soundcraft: Mixer D-Mix 500 é um mixer que possui sete canais de entrada, quatro saídas main estéreo e quatro mandadas auxiliares. O D-Mix 500 também tem três entradas com equalização RIAA para pickup e duas entradas XLR para microfone localizadas no painel traseiro que são alimentadas com phantom power. Todos os canais possuem equalizador de três bandas com ganho ou atenuação de 15 dB. Nas entradas em linha a equalização atua em 100 Hz, 1 kHz e 10 kHz. Para os microfones as freqüências são 160 Hz, 2,5 kHz e 10 kHz. Para dar um "boost" nos graves pode-se ativar o Super Bass, que acrescenta 12 dB em 63 Hz. A distribuidora é Vitória Som. Tel.: (11) 3333-7375 / 221-1844 / fax: (11) 3333-5598 ou e-mail: vitoriasom@ig.com.br


BBE: 862 Sonic Maximizer. Maximizador sonoro, com dois canais mono que operam com entradas e saídas XLR. É recomendado para utilizações em que seja melhor ter um baixo ruído, "headroom" alto e sinal de entrada de +4 dBu. O 862 tem um ganho de +10dBu em 5kHz. A distribuidora é a Torau. Tel.: (11) 227-3022 / fax: (11) 3311-0705 ou e-mail: torau@uol.com.br

 
Stanton: DJS-24 é um sampler com processamento interno em 24 bits. Ele é equipado com até oito megabytes de RAM podendo armazenar um máximo de 32 samples em quatro bancos de memória. As funções incluem "seamless loop", controle de pitch (+10% / -65%), reprodução de trás para a frente e scratching. O sampler opera em dois modos: no modo "sequencer" pode-se sequenciar vários samples e no modo "jingle machine" cada sample é controlado por um único botão que inicia e pára a reprodução. A distribuidora é a Pro Shop. Tel.: (11) 3361-2686 / fax: (11) 3361-2686 ou e-mail: ccsilva@osite.com.br.






Roland: D-2 Groovebox
O D-2 oferece os sons legendários e os principais recursos dos equipamentos da série MC-Groovebox. O D-2 possui vários recursos como o controlador D-Field (sensível ao toque) e 150 patterns, incluindo ritmos 2-Step e R&B, além de 240 patterns RPS. O D-Field permite alterar em tempo real os ritmos e sons internos. O groovebox é dedicado para uso ao vivo, incorporando sequencer e gerador de som. Possui 600 sons e 30 kits de percussão, com formas de onda derivadas do MC-505, seções independentes para reverb, delay e MFX, novo método de gravação step recording, utilizando o controlador D-Field em conjunto com os 32 leds do painel frontal e ainda a função megamix para criar novos patterns, mistura de partes de ritmos prontos. Para falar com a Roland no Brasil: (11) 4615-5666 / fax (11) 4615-5699 ou www.roland.com.br
 
Rane: mixer TTM-52, recebe duas pickups, duas entradas de linha e uma entrada de microfone com equalização e efeito de loop. Cada canal possui controle de grave e agudo e filtro de ruído, crossfader ativo e faders individuais. A distribuidora é a Torau. Tel.: (11) 227-3022 / fax: (11) 3311-0705 ou e-mail: torau@uol.com.br

 










Ortofon: A Ortofon fornece equipamentos que incorporam agulha, cápsula e "shell" numa única peça. Dentre alguns modelos temos a Concorde e a OM DJ. As duas são recomendadas para performances, especialmente para DJs que utilizam efeitos de "scratching" e "back-cueing". A distribuidora é a Loner. Tel.: 0800-140506 ou e-mail: loner@attglobal.net





 
Technics: SL-1200MK-2 é talvez a pickup mais famosa entre os DJs. Sendo feita de alumínio e com uma pesada base de borracha evita vibrações indesejadas. Foi desenvolvida pela Technics há mais de 20 anos. Velocidade controlada por quartzo e ajustável por controle deslizante, ajuste de pitch contínuo (±8%). Motor de alto torque para partida e parada rápidas. Confira o site: www.panasonic.com/consumer_electronics/technics_audio/.







 
Gemini: O mixer BPM-500 possui quatro canais em estéreo (três para fones ou de linha). Cinco entradas de linha e três para microfone. As características incluem display BPM, cortes de -32 dB para graves, médios e agudos para cada canal, indicadores "Beat Offset", ganho e equalizador de três bandas em cada canal. O mixer ainda vem display com dois modos de exibição, efeitos de loop e controles de master. A distribuidora é Vitória Som. Tel.: (11) 3333-7375 / 221-1844 / fax: (11) 3333-5598 ou e-mail: vitoriasom@ig.com.br.
 
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