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Galeria: A dor é cinza
por Ligia Diniz
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18/04/2007
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Londres, década de 40, a 2ª Guerra Mundial está chegando ao fim. Caem bombas, cai a chuva. É nesse clima que acaba o romance de Maurice Bendrix e Sarah Miles, no drama Fim de caso (Neil Jordan, 1999, baseado no romance de Graham Greene). Criar esse clima é o papel do fotógrafo Roger Pratt - inglês responsável também pelo solar Tróia e pelos (quase) sombrios Harry Potter 2 e 4 - e dos diretores de arte Jon Billington (Tróia, Pearl Harbor) e Tony Woollard (A Letra Escarlate, Sra. Henderson Apresenta).
A fotografia de Fim de Caso é um espetáculo em si, mas seu principal mérito - muitas vezes esquecido em filmes lindíssimos e ocos - é que ela funciona como elemento dramático, envolvendo o espectador e funcionando como catalisador do sofrimento dos protagonistas (e da nossa comoção). Não é por acaso que escapam dos tons de cinza e marrom apenas os vestidos e o batom vermelhos de Sarah (Julianne Moore) e o sol que aparece no curto interlúdio amoroso dela e Maurice (Ralph Fiennes), além de imagens pontuais - o abajur amarelo do restaurante onde se encontram, a grama do parque. Também não é por acaso que, na primeira vez em que assistimos ao filme, não nos damos conta da qualidade da fotografia - porque ela se integra, molda, compõe. E assim cumpre seu papel.
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Ligia Diniz é jornalista e chorou de soluçar em todas as muitas vezes em que viu ou leu Fim de Caso.
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