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Editorial: Fronteiras
por Elisa Menezes
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01/09/2006
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Hoje em dia é de praxe: quem faz música não quer apenas ser ouvido, mas visto. Os shows de grupos e cantores já são planejados visando a gravação de um DVD que será vendido e veiculado em canais de televisão. Isso influencia, claro, o tipo de luz e cenário que serão criados, assim como o próprio show - se a prioridade for o produto final, editado e não o público ali presente. Portanto, dizer que a fronteira entre diferentes áreas do entretenimento é cada vez mais tênue é chover no molhado.
No entanto, a reportagem de capa desta edição traz novos ares à combinação de diferentes "artes". Isto porque o show Universo Particular , que rompe o jejum de seis anos de Marisa Monte, não apresenta somente os dois últimos discos lançados pela "diva", mas sim uma perfeita equação de música e cinema. Nesse caso, a iluminação não visou a gravação, o resultado que seria visto através de uma tela. No show, artefatos típicos de um set de filmagem, como trilhos, gruas e balões, fazem as vezes de elementos cenográficos e fontes de luz. Apesar do excelente resultado técnico, o objetivo é agradar ao público, aos olhos humanos e não de uma câmera.
Se o cinema é protagonista do show de Marisa, projeções de filmes e documentos históricos são as convidadas de honra da peça Olga Benário - um breve futuro. Exemplo do chamado teatro-documento, o espetáculo usa as projeções como mais uma forma de encenar a história da militante comunista. E mais uma vez, cenário, tela e luz se revezam como meios e fins.
Ainda nesta edição, você confere a segunda reportagem da série especial sobre os teatros das capitais brasileiras, que dessa vez traça um panorama dos espaços cênicos de Belo Horizonte e gravação do DVD do grupo Calypso, que inclui apresentações em cinco cidades diferentes.
Boa leitura!
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