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Edição #155
junho de 2012
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Capa: Lollapalooza Brasil e Sonar 2012
Em detalhes, a luz de dois grandes festivais internacionais que agitaram São Paulo
por Rodrigo Sabatinelli 24/06/2012
foto: Chambria Harkey
Em menos de um mês, dois grandes festivais de música movimentaram ainda mais a já movimentada São Paulo: o Lollapalooza, evento alternativo idealizado por Perry Farell, vocalista do grupo Jane's Addiction, e o Sónar, festival de música eletrônica e new media art. Realizado no Jockey Club nos dias 7 e 8 de abril, o Lollapalooza recebeu bandas como Foo Fighters, liderado pelo ex-Nirvana Dave Grohl, TV On the Radio e o próprio Jane's Addiction, enquanto o Sónar, que aconteceu no Parque Anhembi nos dias 11 e 12 de maio, teve em seu line up o lendário Kraftwerk, que substituiu a cantora Björk, e o duo Justice, entre muitos outros.

Em comum, o fato de que os dois eventos contaram com a iluminação da LPL, sendo que os riders de luz de ambos foram idealizados pelos lighting designers Erich e Caio Bertti, sócios do também lighting designer e diretor de fotografia Césio Lima, "homem forte" da locadora paulistana. Os irmãos, que têm na bagagem a assinatura dos projetos de luz de outros megaeventos - como, por exemplo, o SWU, realizado em São Paulo nos últimos dois anos -, levaram para os trusses o que a empresa tem de melhor em termos de equipamento. E assim puderam atender, à altura, aos exigentes staffs dos artistas que utilizaram seus serviços.

Durante o Lollapalooza, conversamos com a dupla, que nos contou detalhes sobre a criação de quatro riders e sobre a complexa logística que serviu a pelo menos 40 artistas em apenas 48 horas. Dias depois, foi a vez de Erich nos falar sobre o Sónar. Os detalhes das duas conversas estão nas nossas próximas páginas.

MAIN STAGES DO LOLLAPALOOZA TÊM RIDERS PARECIDOS

Para criar os riders dos dois palcos principais do Lollapalooza, Erich e Caio tomaram por base os mapas de luz das atuais turnês dos grupos Foo Fighters e Jane's Addiction, headliners do evento. Inicialmente, o mapa do palco Cidade Jardim, por onde passaram Dave Grohl e companhia, teria uma estrutura própria, já cabeada e marcada, como um mother grid para seus motores. A opção, no entanto, não foi aceita pela produção dos roqueiros e Erich teve de botar em prática um plano B.

"A saída foi montar nossa planta um dia antes do evento e 'repousá-la' em cima de cases com rodinhas depois de testá-la. Guardada na lateral do palco, ela entrou em cena assim que os gringos saíram de lá", disse ele, que também teve de ceder espaço para os equipamentos do grupo de Perry Farell, atração principal no palco Butantã, mas projetou com total liberdade outros dois ambientes menores: o Palco Alternativo e a Tenda Eletrônica.

No Cidade Jardim, os iluminadores dos artistas contaram com 37 moving lights Robe Color Spot 2500, 25 moving lights Robe Color Wash 2500, 11 Robe Robin LED 600 e 24 Martin Atomic 3000, entre muitos outros equipamentos. Enquanto isso, no Butantã, puderam usar, além dos já citados Robe Robin e Martin Atomic, 36 DTS XR3000 Spot e 25 DTS XR1200 Wash.

A ideia de ter palcos semelhantes, considerando, claro, a diferença de marcas e a quantidade de equipamentos usados neles, tinha como objetivo atender a todos os iluminadores de forma igual, sem distinção. "Era sabida a importância de atender bem a todo mundo", disse Erich. "E da forma como os ambientes foram planejados, não houve quem saísse insatisfeito por ter tocado em um palco e não em outro", completou Caio, lembrando, ainda, que o fato de as plantas terem sido projetadas de forma simples favoreceu, e muito, a montagem e a desmontagem dos palcos.

LUZ DE SKRILLEX CHAMOU ATENÇÃO

As atrações mais aguardadas pelo público do Lollapalloza foram, sem dúvida, os mais que citados Foo Fighters e Jane's Addiction. No entanto, do ponto de vista da iluminação, a apresentação do produtor/artista Skrillex foi a que mais agradou a Erich e Caio. "O iluminador do cara tinha um timing incrível, digno daqueles profissionais que viajam há anos com um mesmo artista. Pena que era arrogante e prepotente", elogiou o primeiro, sem deixar de cutucar o profissional. "Exatamente: o melhor e mais arrogante", completou Caio.



Sobre o show do Foo Fighters, Erich, que já conhecia Dan Hadley, iluminador da banda, desde o primeiro SWU (Dan iluminou o show do Queens Of The Stone Age), achou que a luz poderia ter sido melhor explorada, considerando a grande quantidade de equipamentos que a banda trouxe para o Brasil. Para ele, apesar de bonita, a iluminação não surpreendeu, o que foi uma pena, pois, segundo ele, o show do Queens Of the Stone Age, há dois anos, foi um dos melhores que viu na vida. "Também senti, por parte do Hadley, certo relaxamento em relação aos cues", concluiu.

FOO FIGHTERS CHEGA AO EVENTO COM ARSENAL DE MOVINGS CLAY PAKY

Uma banda como o Foo Fighters, que roda o mundo em megaturnês, tem o costume de viajar com seu próprio equipamento de luz. E em sua vinda ao Brasil não poderia ser diferente. Ao desembarcar em São Paulo, a equipe que acompanha Dave Grohl e seus amigos mostrou que, para fazer um show de grande porte, é preciso ter "munição pesada". Dentre os inúmeros equipamentos que trouxeram, estiveram em destaque 55 moving heads Martin 301 LED, 38 estrobos Martin Atomic, oito Syncrolite MX4 e 24 Clay Paky Sharpy, todos controlados por consoles grandMA.

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"Os Synchrolites estavam numa estrutura pantográfica, que também 'escondia' os estrobos, e 'rigged' num trilho. Mas eles não usaram somente os equipamentos próprios. Do que era nosso, usaram 16 Robe ColorWash 2500 e 16 brutts de seis lâmpadas cada, além de trusses de frente, lateral e contra, sendo que esse último continha oito Robe ColorSpot 2500", revelou Erich.

Na opinião do lighting designer, os movings da Clay Paky usados por Dan são equipamentos singulares, devido ao baixíssimo consumo e ao altíssimo output. "O feixe de luz dele é realmente invejável, e está, aos poucos, tornando-se o 'queridinho' de todas as produções internacionais e nacionais", disse ele. Caio, no entanto, fez uma ressalva, dizendo que do mesmo jeito que os ACL nunca conseguiram substituir as lâmpadas PAR 64, os Sharpies não vão substituir os moving lights dos tipos spot e wash. "Eles [os Sharpy] são complemento, efeitos", afirmou.

Ainda sobre os Sharpy, Dan Hadley afirmou que tem gostado de usá-los. "Eles são realmente ágeis. Têm uma resposta rápida aos comandos da mesa, o que me agrada muito", comentou, lembrando que geralmente pendura estes movings nas estruturas de teto juntamente aos Syncrolite MX4.

SÓNAR 2012: IGUALDADE DE RIDERS É EXIGÊNCIA DE PRODUÇÃO

Se no Lollapalooza Erich e Caio criaram os mapas de luz dos palcos baseados nos riders dos headliners, no Sónar, a dupla teve que considerar o setup e o conceito de show de todos os artistas do festival, e não somente do Kraftweark e do Justice, os principais do evento.

De acordo com Erich, não houve distinção alguma entre as atrações e, desde o início das negociações, a produção deixou bem clara a importância de respeitar as particularidades de todo mundo, sem exceção, o que foi feito por parte da LPL.

Cada artista que passou pelo local teve, segundo Erich, acesso à movimentação dos trusses durante o set change, podendo, com isso, ter exclusividade no desenho de seu cenário. "A equipe da LPL trabalhou muito para que as modificações no rider fossem realizadas, pois o festival tinha início às oito da noite e terminava às cinco da manhã. Sem contar o fato de ainda termos programação e passagem de som no dia seguinte", contou ele, que organizou um rodízio da equipe para essa maratona de mudanças.

TECNOLOGIA DE SOBRA EM SHOW DE E-MUSIC

No Palco Sónar Club, no qual as atrações principais foram Kraftwerk e Justice, o rider foi desenhado com as tradicionais linhas paralelas à boca de cena, compostas por um verdadeiro arsenal de moving lights e estrobos. No ambiente, foram disponibilizados 26 Robe Color Spot 2500, 16 Robe Color Wash 2500, 22 Robe Robin Led 600 e 21 Martin Atomic 3000, além de Giottos, utilizados como profiles de frente, e um grande número de PAR LEDs e blinders, todos controlados por um sistema grandMA Series I.

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O sistema de LEDs do ambiente, controlado por consoles grandMA Series II e comandado por sinal de fibra ótica, ficou a cargo da equipe da LSD, empresa do também lighting designer Mazão Marino. Mazão, que é parceiro de Césio em vários outros projetos, como o Festival de Verão Salvador, foi, assim como Erich e Caio, peça de extrema importância no festival.

Dentre as atrações que passaram pelo local, Erich destacou o Krafwerk, "que subiu ao palco com incríveis projeções em 3D", o Justice, "que teve uma luz bem marcada, 'no timing'", e o Chromeo, "que fez um show alegre e contagiante". Na opinião do iluminador, entre esses três nomes, o Kraftwerk foi o único que deixou um pouco a desejar.



"Sim, as projeções foram incríveis, mas após algumas músicas o show ficou muito massante. O Chromeo teve uma estrutura extra, que montamos com torres e ribaltas, com a qual obteve um resultado surpreendente. Já o Justice deixou sua marca com um show de luz dinâmica, usando, para isso, entre outras coisas, uma cortina de LED Solaris, 16 Mac Aura e 12 Clay Paky Sharpy", disse.





No Sónar Hall, por onde passaram nomes como Criolo e Squarepusher, o rider foi composto de 24 DTS XR3000 Spot, 24 DTS XR1200 Wash, 18 Martin Atomic 3000 e mais de 60 ACLs, todos controlados por um sistema grand MA Series I. De acordo com Erich, o mapa numeroso do local ficou ainda mais amplo quando espalhado pelas estruturas do auditório. No entanto, ao contrário do que parece, não foi tão fácil projetar o ambiente.



"Devido às limitações de peso, tivemos que espalhar muito os fixtures. Mas creio que o resultado tenha ficado muito melhor do que o esperado, pois, desse modo, os lighting designers puderam adaptar seus shows e integrar a platéia com as luzes dentro e fora do palco, transformando o auditório em um grande nightclub", disse o iluminador, que contou com o suporte do americano Geoff Mielke, integrante da equipe internacional da LPL.



No Palco Village, as linhas transversais, comumente chamadas de costelas, foram compostas por 19 DTS XR2000 Beam, seis DTS XR1200 Wash e diversos estrobos 1800 e PAR LEDs, com o comando do sistema no ambiente ficando a cargo de um console Pearl Avolites 2010. O destaque do line up, na opinião de Erich, foi o mascarado Doom. 
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