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galeria: Timing perfeito
O feliz encontro da técnica com a sensibilidade
por João Salamonde
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02/06/2011
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Sempre gosto de fotografar usando a luz ambiente para dar mais veracidade ao que enquadro. Na época do filme, isso era um pouco mais difícil, pois não se conseguia subir o ISO sem perder muito a qualidade. Um filme que eu usava muito era o FujiPress 800. Adorava ele, pois trazia muito mais de luz ambiente que qualquer outro filme, e com uma ótima qualidade. Até hoje, meu estilo neste quesito não mudou muito. Normalmente, em casamentos e fotos em geral, gosto de usar pouco ou nenhum flash. Aproveito sempre a luz disponível no ambiente para iluminar a minha cena usando ISOs bem altos. Nisso, o digital facilitou enormemente a minha vida. Para tal, é preciso possuir um equipamento que me permita fazer isso sem perder a qualidade.
A foto acima foi feita com a D300, da Nikon. Mas, hoje, trabalho com uma D700 e uma D90, também da Nikon. Meu ISO padrão nelas é 3200. Com a D700, na pista de dança, às vezes arrisco subir um pouco mais o meu ISO para 4000 ou 5000 - na D300, usava, no máximo, ISO 1600.
A cerimônia retratada aconteceu em julho de 2009, por volta das 20h, e eu não poderia contar com luz nenhuma do Sol. Eu tinha apenas a iluminação de uns postezinhos de luz com globos redondos de vidro leitoso e alguma luz do pessoal da filmagem. Quando o casal saiu, a luz era bem pouca, mas como estou acostumado a trabalhar no limite de luz e velocidade, tive que pensar muito rápido, pois percebi que os convidados, em vez do tradicional arroz, jogariam bolinhas de sabão. Imaginei o estrago que um flash poderia fazer com os reflexos gerados pelas bolinhas. Nem pensei duas vezes: baixei a velocidade para 1/60 e desliguei o flash. O meu diafragma já estava em 2.8, pois adoro o desfoque dado por ele. A partir daí, foi clicar e tentar pegar o momento exato em que tudo estivesse perfeito: o rosto da noiva, a alegria do noivo, o sorriso estampado no rosto dos convidados, as bolinhas de sabão... Enfim, tudo que compusesse a minha foto. Acho que fui muito feliz, pois consegui pegar a fração de segundo exata em que tudo isso estava reunido e "cabia" dentro do meu quadro. Quando os noivos saíram, e dei uma olhada rápida nas fotos, fiquei muito feliz, pois percebi que tinha conseguido fazer as fotos que imaginara.
A que aparece aqui foi uma das que enviei para o 1ª Prêmio Wedding Brasil de fotografia, que aconteceu em abril do ano passado e para o qual os fotógrafos tinham o direito de enviar três fotos apenas. Para variar, meu envio aconteceu no último dia do prazo, tendo, com isso, quase perdido a chance de participar Por sorte, porém, consegui enviar com sucesso e fui o contemplado pelo júri com o 1º lugar.
Fico satisfeito por ter conseguido seguir direitinho a lição do mestre Cartier Bresson que diz: "Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração."
João Salamonde é fotógrafo profissional. Desde 2004 faz parte da equipe da agência de fotojornalismo Pedra Viva. Além de dar aulas de fotografia e tratamento de imagens, é especializado em captar momentos de emoção e espontaneidade em casamentos.
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