|
galeria: Art Déco à luz da manhã
Iluminação natural realça beleza e ecletismo do estilo, presente em prédios históricos do Rio
|
por Lena Trindade
|
21/02/2011
|
 |
 |
| Escadaria e delicados vitrais da Casa Basbaum, no bairro da Urca, Rio de Janeiro |
A exposição Rio Art Déco, que entre novembro do ano passado e janeiro deste ano ficou em cartaz na Caixa Cultural do Rio de Janeiro (Unidade Chile), levou ao público 113 fotografias. Mas isto foi apenas uma amostra das mais de mil imagens que cliquei ao longo de quase um ano para registrar um estilo arquitetônico que sempre me fascinou: o Art Déco. Os registros mostram detalhes geométricos que adornam interiores e fachadas de construções históricas do Rio de Janeiro, sobretudo da Zona Sul.
Para realizar este projeto, além de trabalhar durante todo o ano, foquei, sobretudo, as fachadas e os halls de entrada dos edifícios, pois é onde o Art Déco melhor se revela. Meu trabalho começava com a luz do início da manhã (6h30-7h). No caso das fachadas, quase sempre usei iluminação natural para fotografá-las. Para os halls, que sempre são decorados com belos vitrais, a luz natural também foi a melhor opção. Apenas em alguns casos de locais mais escuros usei flash, mas de forma indireta.
Nem sempre foi fácil conseguir permissão para entrar em edifícios tradicionais, mas valeu a pena a persistência, pois é fascinante percorrer prédios ilustres como o Biarritz e o Tabor Loreto, no Flamengo; o Itahy, em Copacabana, e a Casa Basbaum, na Urca. Muitos visitantes da mostra anotaram os endereços que constavam nas legendas das construções retratadas para depois visitá-las.
Algumas são bem familiares, como o Cristo Redentor, a Central do Brasil, o bar Lagoa e a escadaria do cinema Roxy. São locais públicos e não é preciso permissão para conhecê-los. Outros, como a Casa Basbaum, o Hangar do Zeppelin (Santa Cruz) e o prédio da Associação Comercial do Rio de janeiro (Rua da Candelária), foram surpresas que encantaram o público.
No Brasil, o Art Déco na arquitetura teve seu apogeu entre 1930 e 1950. Com este trabalho, mostro o que restou dessa época e que deve ser preservado, pois é uma importante marca cultural da nossa cidade, que, aliás, sediará o 11º Congresso Mundial das Art Déco Societies, que pela primeira vez vai acontecer na America Latina.
Fotógrafa há mais de 30 anos, Lena Trindade volta a sua lente para a natureza, os tipos brasileiros, as festas populares, o artesanato e a arquitetura, realizando regularmente exposições sobre temas ligados à cultura nacional.
|
|
