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EDITORIAL: Gente que faz
por Sandro Carneiro
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12/01/2011
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Em linha com o clima de união, esperança e transformação característico da Virada, quando as pessoas se aproximam mais umas das outras, renovam sua crença em dias melhores e elaboram planos e metas para mudar a vida ou a de terceiros, a Luz & Cena abre 2011 trazendo em sua matéria de capa um espetáculo originalmente produzido há 44 anos e que encarna o mesmo espírito de coletividade e mudanças vividos nesta época do ano. É o musical Hair, cuja segunda montagem no Brasil, a cargo dos experientes Charles Möeller e Claudio Botelho, estreou nos palcos cariocas em novembro passado, tornando-se um fenômeno de público e crítica.
A peça, que logo chegará a São Paulo, está longe de ser uma mera tradução do espetáculo oficial em cartaz na Broadway. A adaptação da dupla buscou um caminho mais autoral, em que iluminação, cenário e figurino não imitam nada do que foi visto nas versões anteriores encenadas no Brasil ou no exterior. Os envolvidos na produção nacional, como os próprios contaram à Luz & Cena, tiveram total liberdade de criação. Com isso, puderam desenvolver soluções próprias para os desafios da montagem, cuja temática segue bastante atual e que chega a reunir 30 atores em cena cantando, dançando e representando.
Outro destaque da edição é a entrevista com o diretor de fotografia Ricardo Fujii, com 25 anos de carreira. Ex-funcionário da Rede Globo e pupilo do iluminador Peter Gasper, ele contribuiu para um significativo evento no cenário televisivo do país: o avanço da Record sobre a emissora do Jardim Botânico, tanto em termos de audiência quanto de qualidade técnica. Convidado para projetar o núcleo de produção de novelas que o canal paulista instalou no Rio de Janeiro, Fujii, além de agilizar e baratear as gravações ao desenvolver estúdios modernos e bem equipados, implantou um departamento de correção de cor apontado como um dos elementos-chave da transferência de público para os folhetins da Record.
Ainda no universo do audiovisual, mostramos todas as dificuldades que os diretores Tatiana Issa e Raphael Alvarez tiveram para produzir, sozinhos, aquele que, segundo a dupla, se tornou o documentário brasileiro mais premiado de todos os tempos: Dzi Croquettes. O filme, sobre o grupo de teatro homônimo que escandalizou o país e o mundo com performances irreverentes nos anos 1970, só recebeu apoio de uma empresa, e, ainda assim, na etapa de finalização. Antes disso, os diretores, donos de uma produtora em Nova York, tiveram que viajar à Europa para conseguir imagens para o longa, se desdobrar nas entrevistas para a coleta de depoimentos e enfrentar um incêndio que quase destruiu fitas e equipamentos indispensáveis ao projeto.
A vocês, leitores, um ano de realizações como as apresentadas nas próximas páginas!
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO
OSVALDO PERRENOUD, LÉO MIRANDA E RICARDO HONÓRIO
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