Com os avanços da tecnologia aplicada aos equipamentos de home-video e o consequentemente aumento de tamanho dos televisores domésticos, os exibidores de filmes cada vez mais buscam se diferenciar para continuarem sendo uma das mais populares alternativas de lazer. Incluído na programação de palestras da Broadcast & Cable 2010, o painel Cinema 3D e 4K apresentou um pouco desse histórico tecnológico, mostrou como as salas de exibição sempre ofereceram uma experiência diferenciada ao espectador ao longo da evolução dos formatos, levantou questões e indicou os caminhos possíveis de serem seguidos nos próximos anos pela indústria cinematográfica.

Alex Pimentel, diretor da produtora Casablanca/Teleimage, afirmou a que a evolução da tecnologia aplicada nos cinemas é, sim, um diferencial e uma boa maneira de atrair o público. "Essa indústria se reinventa o tempo todo. Assim aconteceu com o VHS, o DVD, depois a internet e, agora, o 3D e também o 4K, previsto para até o fim de 2010", comentou.

No Brasil, ainda não existem cinemas com telas gigantescas que operem no sistema 4K. No entanto, já é possível acompanhar grandes eventos esportivos em 3D dentro das salas nacionais. Ainda que experimentais, as transmissões desse tipo fogem do padrão tradicional das salas multiplex e apontam alternativas de negócio para os exibidores envolvidos.

Já Richard Laberge, presidente da Sensio - que presta serviços e soluções para a FIFA -, apresentou sua experiência em transmissão de conteúdos da federação internacional do futebol durante a Copa do Mundo da África do Sul, disputada neste ano. A empresa do executivo foi responsável pela veiculação de jogos para 700 salas de cinema em 33 países. "Transmitir a Copa de 2010 foi o maior desafio em termos técnicos e de negócios, porque a experiência comprova que essa indústria tem capacidade de trabalhar também com a produção em 3D", avaliou.

Tanto Fernando Gueiro, responsável pela logística da TV Globo em grandes eventos, quanto Rubens Fernando Ortiz, diretor técnico da TV Bandeirantes, concordaram que o caminho para os próximos anos é aceitar o desafio técnico e logístico de levar aos telespectadores uma visão privilegiada dos eventos na TV aberta.