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quarta-feira, 1 de julho de 2009
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Lugar da verdade |
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A diferença entre o velho e o antigo
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por Enrico de Paoli
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Por ser um apaixonado por clássicos de época, já aprendi o que deve ser
chamado de velho e o que pode ser considerado antigo, ou melhor, clássico.
Porém, poucas coisas nascem certas de se tornarem future classic, ou seja, algo que
já se sabe que será um sucesso eterno, um dia gerando nostalgia para os mais velhos,
e até desejo para os mais jovens. Os produtos, artes ou tecnologias, simplesmen-
te nascem em suas épocas... E o futuro deles ninguém sabe. Quando se trata de
tecnologia, hoje em dia é fácil acreditar que tudo é descartável ou, na melhor das hipó-
teses, tem um tempo de vida curto.
Um circuito a válvula, por exemplo, um dia foi uma tecnologia de ponta. Um tipo de
design necessário para fazer aparelhos de televisão ou rádio. Hoje, tem sua beleza,
sua nostalgia, e gera desejo inclusive nos humanos mais recentes por aqui. Desne-
cessário dizer que vários equipamentos valvulados hoje em dia são grandes clás-
sicos da indústria.
Onde se encontra o Compact Disc (CD) nessa analogia? Bem, digamos que o CD
é aquele carro do início dos anos 90 Ele é velho o suiciente pra ser velho. Mas não o
suiciente pra ser clássico. É ultrapassado. Até mesmo inconveniente. Sim, inconve-
niente, porque atualmente é muito mais prático lidar com um arquivo de música
do que com uma música em um CD. Quiçá várias músicas aleatórias.
Os minúsculos MP3 players invadiram omercado. Inclusive, virtualmente. São inú-
meros players virtuais, como no MySpace. Os rádios dos carros têm entrada de áu-
dio, e vários têm conexão USB. Os celulares tocam MP3. Até pouco tempo atrás, não
era tão viável ouvir música com qualidade no celular. Mas o iPhone é absolutamente
sensacional - fora o fato de que ele ainda faz um fade out na música quando entra
uma chamada telefônica! E você inalmente pode usar o seu headphone preferido.
A tecnologia de playback de música anda longos passos à frente da tecnologia (e
novos hábitos) da comercialização dela. Em breve estaremos ouvindo mais músi-
cas on-line via streaming do que arquivos downloadeados nos computadores, iPods
e iPhones. Aliás, será uma boa solução para a volta da receita na venda de mú-
sica. Não pagaremos mais pela música, mas sim pelo acesso ao conteúdo, como
já previ aqui outras vezes. E, quando tudo isso acontecer, quem sabe não estaremos
no Mercado Livre ou no eBay procurando aqueles Discmans clássicos da Sony, pra
ouvirmos nossa coleção de CDs, enquanto usamos tennis AllStar e bebemos Coca-
Cola média na garrafa retornável.
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SOBRE O AUTOR |
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Enrico De Paoli é engenheiro de gravação e mixagem ou sound designer. Agora com seu INCRIVEL MUNDO das MIXAGENS, recebe projetos de todo o país para serem mixados, de forma que o cliente fica online
Para entrar em contato, escreva para cartas@enricodepaoli.com.
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