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Revista Luz & Cena
Lugar da Verdade - Enrico De Paoli
Neste espaço, Enrico De Paoli fala de suas experiências e histórias em engenharia de música, estúdios e shows.
Fala também do mercado musical e fonográfico e de suas tecnologias.
Listando posts com a tag batera.
Postado por Enrico de Paoli em 01/11/2010 às 00:00
FAQ é mais uma daquelas palavras que surgiram depois da revolução cyber. Significa Frequently Asked Questions, e, na prática, é um documento que mostra uma listinha das frequentes dúvidas sobre algum assunto. Este Lugar da Verdade vai esclarecer, de forma simples (como sempre), dúvidas frequentes em relação a tom-toms.

Devo usar gates nos toms?
Durante a gravação, jamais. Você nunca sabe a nuance que o baterista pode vir a fazer em um tambor e corre sério risco de deixar informações de fora. Além do fato de que depois de tudo gravado você terá mais tempo pra ajustar o gate, se necessário ou desejado.

Devo fechar manualmente no computador todos os momentos que o tom-tom não toca?
Não é certo, nem errado. Os microfones dos tom-toms ficam muito perto das peles e estas vibram em ressonância enquanto outros elementos da bateria são tocados. Os canais dos toms podem conter um som estático, às vezes gerando até uma nota, o que pode ser indesejado. Por outro lado, se o timbre dessa vibração for agradável, pode ajudar a bateria a soar mais acústica e com unidade.

Como devo posicionar os toms na mix?
Sempre tive o hábito de ouvir os pequenos na esquerda e os grandes na direita. Mas se o áudio será acompanhado por um vídeo, com a bateria vista de frente, como em um show em DVD, pode ficar estranho o baterista fazer as viradas para um lado e o áudio acompanhar para outro. Como música não é filme, não soaria bem alterar o panorama da música de acordo com mudanças dos takes de filmagem. Em um DVD de show, para mim, a imagem segue o som, e não o contrário. Outra consideração: ouço com atenção aos tracks de overs e ambiências, pois é por eles que conhecerei o espaço do instrumento e saberei como as peças estavam posicionadas. Para timbres naturais, é importante que o posicionamento das peças respeite a posição nos overs e ambiências. Esta semana mixei uma música em que os toms não seguiam uma ordem de grande para pequeno ou vice-versa. Ouvi, então, os canais de ambiências para posicioná-los como estavam na bateria.

Qual o volume certo dos toms?
Sou adepto de automações, pois, para mim, não existe "bom na teoria". Ou soa bem, ou não soa. Por melhor que seja o baterista, ele não tem a perspectiva perfeita de como serão os volumes depois da mixagem. Logo, alguma manipulação pode se fazer necessária, e não somente em volumes, mas em EQ também.Há momentos em que preciso de toms explodindo, mas, em outras horas, posso já tenha volume de tom-toms demais nos canais de overs e ambiências. Nessas horas, pode ser necessário pilotar também estes outros canais. Lembre-se de que o som da bateria não vem somente dos canais individuais, mas da soma de todos. E só há um jeito de saber a combinação certa: ouvindo.

Devo usar reverbs nos toms?
Como sempre, não existe uma regra. Já sabemos que o som dos toms não vem somente dos canais deles, mas também das ambiências, se existirem. Logo, essas ambiências podem já adicionar reflexões aos timbres. Mas pode ser que a música caminhe para momentos mais explosivos. Nestes, você precisará de algum reverb e micro-delays nos toms. Mas saiba que é muito, mas muito comum, um determinado volume fixo de reverb nos toms não funcionar para a música inteira. De novo, nestes momentos, a automação pode ser mais amiga do homem do que o cachorro!

Enrico De Paoli é engenheiro de gravação, mix e master. Atualmente divide seu tempo entre projetos no Incrível Mundo e mixando a tournê Ária, do Djavan. www.EnricoDePaoli.com
Tags: batera
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